Hoje, 2 de agosto, completam-se 25 anos da morte de Luiz Gonzaga, o eterno “Rei do Baião”. Uma das maiores expressões da cultura popular brasileira de todos os tempos, conhecido também por “Lula” ou “Lua”, ele nasceu em 13 de dezembro de 1912, uma sexta-feira, de acordo com dados contidos na página eletrônica oficial, acessada pelo endereço http://www.luizluagonzaga.mus.br. Segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, o bebê veio ao mundo na fazenda Caiçara, propriedade do barão de Exu e na pia batismal da igreja matriz de Exu, no agreste de Pernambuco, recebeu o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo).
A cronologia de Luiz Gonzaga presente em seu sítio virtual, com informações minuciosas a partir de 1709 até o ano da morte, em 1989, traça o rico perfil do sanfoneiro que com apenas oito anos tocou sanfona em festa tradicional na fazenda Caiçara, a pedido de amigos do pai. A apresentação atravessou a noite e ao final o premiou com a paga de 20$000 (vinte mil réis), quantia que fez a mãe rever a indisposição de deixá-lo dedicar-se ao acordeom. Doravante este momento, os convites para animar festas – ou sambas, como se dizia na época – passaram a ser constantes ao ponto de antes mesmo de ele completar 16 anos “Luiz de Januário”, “Lula” ou Luiz Gonzaga já ser nome conhecido na região do Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.
Um dos fatos marcantes que a biografia destaca ocorreu em 1947. Naquele ano, Luiz Gonzaga gravou em março o disco em 78 rotações (rpm) no qual está registrada a toada que veio a se tornar um hino do nordestino e um clássico nacional conhecido em todo o mundo, “Asa Branca”. A música inspirada no repertório de tradição oral nordestina é a terceira parceria dele com Humberto Teixeira, juntamente com Zé Dantas um dos seus mais conhecidos parceiros, apenas três anos mais novo que Lula. A partir de então, Luiz Gonzaga adota o chapéu de couro semelhante ao usado por Lampião, a quem dedicava verdadeira admiração, complementando a roupa que já usava desde 1943, assumindo assim, ao mesmo tempo em que também a plasmava, a identidade nordestina no cenário nacional.
A morte viria interromper a grandiosa carreira meses depois de Gonzagão gravar os quatro primeiros discos, ainda em vinil, pela Copacabana. Em 6 de junho, sentado em cadeira de rodas e desobedecendo à ordens médicas, Luiz Gonzaga subiria ao palco pela última vez. A plateia presente no teatro Guararapes, situado em Recife, não podia prever que não mais o veria. Na ocasião, Velho Lua estava ao lado de Dominguinhos, do filho Gonzaguinha, de Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros. A passagem em 2 de agosto ocorreu no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera entrada já se contavam 42 dias. O corpo foi velado na Assembleia Legislativa do Estado, observando-se luto oficial por três dias decretado pelo governo de Pernambuco. À meia noite de 13 de dezembro, Gonzaguinha, Fagner, Elba Ramalho, Domiguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga cantaram parabéns a Luiz Gonzaga, em show realizado em Exu. Pela manhã, Domiguinhos e Gonzaguinha ajudaram a cortar a fita inaugural do Museu do Gonzagão.
O cantor cearense Fagner conheceu Luiz Gonzaga e em vários outros momentos, além do privilégio de estar presente no último show, dividiu o palco e os estúdios com o amigo. Ao participar do projeto do SESC “A Música brasileira deste século por seus autores e intérpretes”, Fagner gravou “Xanduzinha”, que Lula compusera com Humberto Teixeira. Em seu depoimento sobre o sanfoneiro, ele disse: “É o maior mito da música popular brasileira. Não nasceu em Ipanema, não nasceu na Bahia, não teve a mídia ao seu lado, as panelinhas, a proteção, nunca teve nada e fez a maior escola de música do Brasil que é a Nordestina. Esse homem que morreu do peso da sanfona, deixou-nos o peso de sua obra, deixou muitos seguidores, um verdadeiro fanatismo no qual eu me incluo”.
Para conhecer melhor o talento e as canções de Luiz Gonzaga. o blog indica três álbuns: 100 Anos de Luiz Gonzaga, com Dominguinhos e vários cantores e intérpretes, “Gonzagão e Fagner“; e “Viola de Lua”, apenas com faixas instrumentais gravadas por Luciano Queiróz. Outra obra antológica que tem a participação de Gonzaga é “A Missa do Vaqueiro“, de 1989. Sobre este disco e este tema, vale a pena clicar no linque http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/Hotsite-LuizG/Gonzaga_Sertanejo/Gonzaga_queria_mais_e_criou_a_Missa_do_Vaqueiro.html
Um comentário sobre “Luiz Gonzaga: já são 25 anos sem a asa branca…”