O público que curte o cantor Vital Farias é um dos primeiros que serão agraciados por um novo projeto da Kuarup. A gravadora carioca planeja recolocar no mercado neste segundo semestre obras importantes e raras da música brasileira das vertentes popular e regional, algumas já fora de catálogo, que nunca mereceram gravações digitais ou que não são encontrados mais pelas estantes de nenhuma loja. De acordo com matéria disponibilizada no sítio da Kuarup, hoje, 18 de agosto, abrirá a série “Taperoá”, segundo trabalho de Vital Farias, lançado em 1980, dedicado à mãe (Olívia) e cujo título remete à terra natal do paraibano. Com arranjos do próprio Vital Farias, em “Taperoá” destacam-se as canções “Pra Você Gostar de Mim”, “Repente Paulista” e “Veja (Margarida)”, regravada por Elba Ramalho; “Tudo Vai Bem (Nós Sofre Mas Nós Goza)” foi censurada pela ditadura militar.
Vital Farias ficou conhecido nacionalmente pelas gravações de “Saga da Amazônia”, “Era casa, era jardim”, “Saga de Severinin” e “Cantilena da Lua Cheia”, entre outras presentes nos álbuns “Cantoria 1 e 2”, projeto que marcou época e que reuniu ainda Elomar, Xangai e Geraldo Azevedo, entre 1984 e 1985 . A discografia da carreira, entretanto, começara em 1978, ano em que saiu “Vital Farias”, em cujo repertório há as faixas “Alice no Curral das Maravilhas”, “Caso Você Case” e sua primeira composição gravada, “Ê mãe”, em parceria com Livardo Alves e gravada por Ari Toledo.
Alfabetizado pelas irmãs por meio da Literatura de Cordel, aos 18 anos começou a estudar violão por conta própria. Integrou conjuntos musicais como “Os quatro loucos”, com o qual parodiava o “The Beatles”, e, em 1975, trocou o Nordeste pelo Rio de Janeiro. Lá cursou Faculdade de Música. Na Cidade Maravilhosa encontrou o ambiente ideal para participar de shows e outros eventos artísticos, como a peça “Gota d’água” (1976), de Chico Buarque de Hollanda. Suas composições destacam-se pelo humor e inventividade,mesclam canções nordestinas, sambas de breque, modinhas, xaxados e outros ritmos.
Há muitos anos sem gravar, Vital Farias produziu já no longínquo 2002 o disco de estreia da filha Giovanna, no qual estão presentes 15 composições de sua autoria, pelo selo Discos Vital Farias. No mesmo ano lançou “Vital Farias ao vivo e aos mortos vivos”. Os três primeiros álbuns da carreira (1978, 1980, e 1982) podem ser baixados em formato MP.3 do blog “Forró em Vinil”, por meio do linque que segue abaixo.
http://www.forroemvinil.com/tag/vital-farias/
Discografia de Vital Farias: 1978 – Vital Farias (Polygram); 1980 – Taperoá (CBS);1982 – Vital Farias – Sagas Brasileiras (PolyGram); 1984 – Cantoria 1 (Kuarup Discos); 1985 – Cantoria 2 (Kuarup Discos); 1985 – Do jeito natural (PolyGram); 2002 – Vital Farias ao vivo e aos mortos vivos (Discos Vital Farias).
Disco sensacional do mestre Vital, um dos maiores compositores da música brasileira de todos os tempos. Parabéns pelo relançamento!
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Obrigado, Duda, pelo comentário! Vital Farias é um dos grandes nomes do movimento Cantoria e merece toda nossa atenção. No sábado, dia 2 de maio, o blog acompanhou a apresentação de Fernando Guimarães, em Suzano, e o violonista, que é de Minas, homenageou o mestre paraibano cantando Saga da Amazônia. Um abraço!
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