
Os diversos rios que cortam o país são temas recorrentes na música brasileira ao longo dos tempos. Cantadores, compositores e poetas costumam reverenciar as belezas e as diversas utilidades que eles têm para as populações que vivem às suas margens, que vão de atividades de subsistência por permitirem a pesca e a agricultura à navegação, além de alimentar histórias de amor e causos, alguns pitorescos e carregados de elementos fantásticos.
Um destes rios banha sete estados nacionais, tem mais de 2.800 quilômetros, atualmente vem sofrendo como outros os efeitos das mudanças climáticas e do regime de chuvas planetários que podem condená-lo até à extinção, mas encanta os que o conhece desde que a foz foi descoberta em 4 de outubro de 1.501, por uma expedição naval comandada por Américo Vespúcio. O São Francisco, ou “Velho Chico”, virou tema de uma série de vídeos produzidos pela TV Grande Rio, de Pernambuco para comemorar os 513 anos desta importante personagem de cantorias, romances, cordéis e outros gêneros literários, filmes e documentários que nasce em São Roque de Minas, na Serra da Canastra (MG).

O linque aqui reproduzido foi repassado ao Barulho d’água Música pelo cordelista, cantor e compositor de Petrolina (PE) Aldy Carvalho, um dos que homenageiam o “Velho Chico” e nasceram às suas barrancas. A música “O Cavaleiro das Léguas”, que está no álbum que Aldy lançará em breve, “Cantos d’algibeira”, fala sobre a imensidão do rio São Francisco e dos segredos que suas águas guardam. Segundo o autor, a canção é um romance catingueiro com temática medieval. “Devido a toda minha vivência no Sertão, nessa canção busquei mostrar a caatinga à beira do ‘Velho Chico’ falando da Pedra Grande, um distrito na beira do rio. ‘O Cavaleiro das Léguas’ é um conto de fadas onde um Cavaleiro vai ao encontro de sua amada”, explicou Aldy.
Desafio do cantor, compositor e intérprete Paulo Ferreira, como o próprio nome sugere, fala da resistência do “Velho Chico” e também figura no documentário. “Inspirei-me na degradação do rio São Francisco que até atingir o mar passa por sete estados, e mesmo com a falta de cuidados, supera este desafio”. Ferreira, conterrâneo de Aldy, mora há 25 anos em Petrolina. “Foi o ‘Velho Chico’ que me trouxe até aqui. Provei desta água e voltei”, acrescentou.