
Hamilton de Holanda, um dos mais conceituados bandolinistas do Brasil lançou em primeira mão na quarta-feira, 15/10, no palco do Sr.Brasil, o projeto “Brasil Afora”, no qual apresentará músicas como A escola da bola, Caliandra e Caprichos do Sul, esta do recente álbum Caprichos. O convidado de Rolando Boldrin, que pela primeira vez ocupou o palco do Teatro do SESC Pompeia, deixou hipnotizada a plateia que prestigiava a gravação do programa, pela execução de seu bandolim de dez cordas, das quais parece tirar com extrema facilidade composições que evocam tanto o clássico, como o popular, e vão do baião e do maracatu ao chamamé, aproveitando ainda o tampo como instrumento de percussão. Desta forma, o repertório visita boa parte dos ritmos que mais encantam e estão presentes nos vários estados do país.
Boldrin perguntou se Hamilton guarda parentesco com a família do cantor e compositor carioca Chico Buarque. Embora seja conterrâneo do famoso filho do não menos ilustre historiador Sérgio Buarque, o bandolinista não confirmou a possível ligação, mas lembrou de que herdou o sobrenome do avô, nascido em Pernambuco, um dos estados brasileiros onde há mais forte presença de ascendentes de holandeses ligados a esta linhagem (veja o linque http://histormundi.blogspot.com.br/2013/03/as-raizes-de-sergio-buarque-de-holanda.html). Entretanto, assim como o autor de Construção, Hamilton é nome respeitado e admirado não apenas no cenário musical brasileiro, mas também no exterior, onde já fez concorridas passagens em cidades dos Estados Unidos, Bélgica e Itália, entre outros países. A sua agenda de viagens, de acordo com ele, em média é de oitenta shows ao ano, dos quais pelo menos a metade fora do Brasil. Em 20 de novembro, por exemplo, Hamilton de Holanda irá a Londres, onde será atração do Barbican Centre, a partir das 19h30.
“Gosto de mexer com violão para estudar alguns acordes, se eu tocar um cavaquinho sai alguma coisa, mas me identifico mesmo desde que meu avô me deu o primeiro, no Natal de 1981, é com o bandolim, principalmente o de dez cordas, que é legitimamente brasileiro”, afirmou Hamilton Holanda. Ele contou ter encomendado o seu primeiro exemplar de dez cordas, ainda inédito no país, e cujo projeto ele mesmo desenvolvera, a um luthier mineiro que entende mais da confecção de violas caipiras. “Escolhemos uma madeira bem barata por que se a ideia não vingasse, não gastaríamos dinheiro a toa”, relembrou, rindo.
O instrumento, entretanto, vingou, e, embora hoje já esteja aposentado, ajudou Holanda a gravar álbuns tanto autorais, como em parcerias formadas por trios e quintetos, além do recentemente lançado Bossa Negra, este em dupla com Diogo Nogueira, filho do sambista João Nogueira, O carioca também revelou as influências de mestres como Jacob do Bandolim e Déo Rian, entre outros bandolinistas de primeiro time.
Próximos shows de Hamilton de Holanda
23 de outubro e 6 de novembro: Circo Voador, Rio de Janeiro (RJ), 21 horas
24 de outubro, Auditório do Shopping Bourbon Country, Porto Alegre (RS), 21 horas
20 de novembro, Barbican Centre, Londres, 19h30
Linque para a entrevista de Hamilton de Holanda no programa do Jô