
Crianças também têm vez no Barulho d’água Música e em nome delas o blog convoca pais e responsáveis a levarem filhos, sobrinhos, netos, afilhados, enteados e coleguinhas destes a uma das cantorias que o grupo Nhambuzim fará aos sábados, durante o mês de janeiro, no Sesc Consolação, no Centro paulistano, sempre a partir das 11 horas, divulgando as músicas do álbum Bichos de Cá. Neste dia 10, por exemplo, até nosso pessoal vai esquecer que já tem barba e cabelos brancos e estará presente na unidade que fica na Rua Doutor Vila Nova, 245, a 900 metros da estação República, a 1.000 metros da estação Santa Cecília, ambas do Metrô, ou a 850 metros do terminal Amaral Gurgel. Para mais informações tecle 11 3234-3000.
Premiado com nosso selo “altamente recomendável, inclusive e principalmente para marmanjos”, o repertório do disco Bichos de Cá (2012) apresenta animais de espécies diversas que ocorrem na fauna brasileira, entre as quais os locais nos quais é mais comum serem encontrados. Além do habitat de tatus, jabutis, tamanduás, jacarés, araras e, ui, até sucuris, as letras trazem informações e mensagens de conscientização ecológica. Cada canção segue um ritmo diferente, do coco a guarânia, passando por congada, chamamé e jongo, além de carimbó e, inclusive, adivinhas, escolhido de acordo com a região no qual o bicho vive. O Nhambuzim, desta forma, revela ao público, também, a riqueza da nossa cultura popular expressa tanto por meio da música, como por meio da dança, entre outros elementos presentes em cada manifestação.

Como se não bastasse tanta qualidade e diversidade, o Nhambuzim conta com outro atrativo que por si só valerá o ingresso: a marcante voz de Sarah Abreu, que forma a banda ao lado de André Oliveira (percussão), Edson Penha (voz), Itamar Pereira (baixo), Joel Teixeira (voz, viola e violão), Rafael Mota (percussão) e Xavier Bartaburu (piano e arranjos vocais).
Bichos de cá não é o primeiro trabalho deste animado e engajado pessoal. Em 2008, o Nhambuzim lançou um disco antológico pelo selo Paulus: Rosário: Canções Inspiradas no Sertão de Guimarães Rosa.
Inspirado na obra do escritor mineiro João Guimarães Rosa, o álbum foi lançado em 27 de junho daquele ano, data do centenário do nascimento do filho ilustre de Codisburgo, um dos nomes mais respeitados e admirados da literatura universal. Entre as 17 faixas duas pertencem à tradição oral do norte das Alterosas (Aboio, originalmente entoada pelo vaqueiro Manuelzão, uma das personagens de Rosa, e Encomendação de Almas). Outro par traz contribuições de Milton Nascimento e Caetano Veloso (A Terceira Margem do Rio), e de João de Aquino e Paulo César Pinheiro (Sagarana).
O Nhambuzim, desta forma, mescla gêneros e linguagens que partem de elementos da cultura regional inseridos em contexto contemporâneo. Em Rosário: Canções Inspiradas no Sertão de Guimarães Rosa, ouve-se toques de jazz e de música erudita, apoiados em arranjos vocais e nas conexões da música popular com narrativas regionais e contação de histórias. Aboios, cantos de rezadeiras, congadas, catiras, moçambiques e folia de reis também evocam o universo roseano em Pé no Chão (inspirada no livro Manuelzão e Miguilim) e Redenção (que bebe do conto A Hora e Vez de Augusto Matraga). Acerto de Contas, por sua vez, surgiu de Grande Sertão: Veredas. Há, por fim, as participações de Renato Braz (Um Miguilim), do mestre violeiro Paulo Freire (Sagarana e Nonada de Mim) e do acordeonista Gabriel Levy (Arvorecer).
Vocês me matam de emoção! Muita gratidão pelo carinho e as belas palavras de sempre!!! É um orgulho enorme fazer parte deste blog através de vocês! Vida longa ao Barulho D’Água!!! Um 2015 arretado de bom!!!
Opa, conte conosco sempre, Sarah, e o pessoal do Nhambuzim também! Curtimos demais o show e agora vamos trabalhar, a quatro mãos, para registramos aqui uma matéria ainda mais caprichada! Um abraço e sucesso!
Desperta pequena, média e grande mídia. O Brasil precisa ouvir Sarah Abreu !!, Uma voz maravilhosa !!, Uma pessoa encantadora.
Concordamos plenamente com a frase, mas infelizmente, sabemos que a primeira parte dela está bem longe de ser completamente verdadeira. Sarah Abreu e alguns os Nhambuzins nos contarão que o espetáculo “Bichos de Cá” mereceu matéria na Folha de São Paulo e na Vejinha, o que é ótimo… No entanto, a maioria dos artistas independentes, ainda que produzam um espetáculo indiscutivelmente bem produzido como o Bichos de Cá, ainda conta apenas com o trabalho de formiguinha de divulgadores “pequenos” e dos amigos e parentes para atrair um público ao menos razoável, e, muitas vezes, sem cachê. Não é o caso do SESC, que, reconhecidamente, tem aberto seus teatros e espaços de difusão cultural para muita gente boa fora da mídia, basta ver quantas matérias mencionando eventos promovidos pelo SESC estão divulgados neste blog. E é este nosso partido: apoiar e ajudar o máximo a colocar gente talentosa, e séria, como a Sarah Abreu, mais perto do público… Um abraço, Nilson!