
A dupla João Lucas & Léo é a atração deste sábado, 17, na terceira rodada do Festival São Chico das Violas, que está rolando desde 3 de janeiro no acolhedor distrito de São Francisco Xavier, em São José dos Campos (SP). A apresentação, como nas duas primeiras do ano, começará às 21h30 no Largo São Sebastião, 105, com o ingresso ao custo de R$ 15,00. Promotora do festival, a Photozofia Cozinha e Arte abriu o São Chico com o casal Oswaldinho e Marisa Viana, e, no dia 10, reservou o palco para Ricardo Vignini. Em 24 de janeiro, o convidado será Zeca Collares. A programação será encerrada no dia 31, com Adriana Faria.
João Lucas e Léo tocam juntos e optaram pela música caipira em 2014. Já preparam a gravação e o lançamento do primeiro álbum.Conhecidos pelo público de São Paulo e de Minas Gerais, em São Francisco Xavier dedicarão o show ao compositor Goiano, que morreu no ano passado e foi um dos grandes incentivadores da dupla . No repertório serão mostradas composições próprias como DNA Caipira, Pagode do medonho, Marcas do Progresso e solos instrumentais, mostrando toda a vitalidade e possibilidades da viola caipira.
André Guimarães (Léo) começou a carreira aos 8 anos, influenciado por seus familiares, e nunca mais parou de aprender e de se dedicar à música. Além de cantor de música caipira, é mestre de voz em Folias de Reis. Instrumentista e cantador, sua maior inspiração foi Pardinho e Praiano, apurando a potência e variação das vozes. Entre as principais participações em shows dividiu palcos com Ronaldo Viola, Praiano, Pedro Bento e Zé da Estrada e já integrou a dupla Tião Freitas e André Dias.
Lucas Campaci (João Lucas) sentiu o despertar e musical aos 14 anos e como instrumento escolheu a viola caipira. Compositor e arranjador, como violeiro dedica-se vários estilos musicais, mas sempre observa que sua maior paixão está nas raízes da música brasileira. Em seu currículo coleciona apresentações com Inezita Barroso, Tinoco, Pena Branca, Mazinho Quevedo e Goiano, entre outros. Os toques de Mazinho Quevedo e Goiano e as vozes de Tião Carreiro e Goiano também o inspiram. Antes de juntar-se ao atual parceiro conhecido em festivais, formou duo com Brunno.
Valdomiro Neres Ferreira, como Goiano se chamava, tinha apenas 54 anos quando morreu no ano passado, ou foi-se embora “antes do combinado”, conforme costuma dizer o Sr. Brasil , Rolando Boldrin referindo-se aos que têm desencarnações prematuras. Goiano Vivia com a família em Pinhalzinho, no interior de São Paulo, ao lado da esposa, Juliana de Souza, e deixou Dáblio, Leonardo, Carolina, João e Maria. O nome artístico era uma referência ao nascimento em Sítio d’Abadia, no interior de Goiás.
A carreira ganhou fama em 1978, ao lado de Valdo da Viola, com o qual formou a dupla Neres e Nerinho. Atualmente, o parceiro de cantorias era Paranaense ( João Roberto Alonso, Londrina) com o qual trabalhava desde o final da década dos anos 1980. Goiano escreveu ou interpretou com o ex-companheiro entre outros sucessos O poder do Criador, Casa de Capim, O Doutor e o Caipira, Mãe Viola e Pagode na poesia. Na véspera do óbito, a dupla Rodrigo Nali e Anderson Baptista apresentaram no Sesc Osasco (SP) um variado repertório de modas no qual havia as composições de Goiano Lamento de um peão e Trono da Saudade.
Goiano e Paranaense lançaram o primeiro disco, ainda em vinil, em 1988, com o título Lágrimas de Pai.