Ignez Magdalena Aranha de Lima Barroso está completando hoje, 4 de março, 90 anos. Pelo nome de batismo, ao qual acrescentou Barroso ao se casar com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso, poucos saberão que a ilustre aniversariante natural da Barra Funda, bairro da zona Oeste de São Paulo, é a apresentadora Inezita Barroso. Desde 1980 à frente do programa Viola Minha Viola, um dos campeões do gênero caipira, levado ao ar pela TV Cultura para todo o país, ela é cultuada como rainha desta autêntica vertente da música de raiz.
Inezita Barroso abraçou a carreira musical em 1953, dois anos antes de gravar o primeiro de pelo menos 80 dos seus álbuns e quando já era admirada no cinema por protagonizar filmes como Ângela, O Craque, Carnaval em Lá Maior e Isto É São Paulo.
O primeiro disco abriu de pronto as portas para o sucesso como cantora e interprete de clássicos tais quais Ronda, de Paulo Vanzolini, e Moda da Pinga, de Ochelsis Laureano e Raul Torres. Doutora Honoris Causa em Folclore Brasileiro pela Unicapital (SP), Inezita possui entre outros prêmios e comendas o do Governador do Estado e o Saci, ambos de melhor atriz pela atuação em Mulher de Verdade (1955). Em 2010, recebeu o Troféu APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em MPB.
Ilustre e imortal
Neste ano Inezita Barroso deverá entrar para a Associação Paulista de Letras (APL), entidade fundada há 105 anos. Ocupará a cadeira número 22, antes destinada à folclorista, poetisa, cronista e contista Ruth Guimarães (Cachoeira Paulista, 13 de junho de 1920 – Cachoeira Paulista, 21 de maio de 2014). Entre os companheiros ilustres na APL, a paulistana terá os escritores Ignácio de Loyola Brandão, Lygia Fagundes Telles e Ruth Rocha, o novelista Walcyr Carrasco, o desenhista Maurício de Sousa, o maestro Júlio Medaglia e o ator Juca de Oliveira.