
Algumas das capas dos álbuns de Heraldo do Monte que podem ser baixados, entre elas a de ConSertão, que gravou ao lado de Arthur Moreira Lima, Paulo Moura e Elomar, em 1982.
O blog Quadrada dos Canturis disponibilizou para ser baixada em formato MP.3 a discografia de Heraldo do Monte, músico nascido em Recife (PE) que tem um papel histórico na música instrumental brasileira. Heraldo do Monte, de acordo com o biógrafo Fernando Jardim no texto de apresentação do Quadrada dos Canturis que servirá de base para este que o amigo e seguidor lerá começou na música tocando clarineta no colégio por ser o único instrumento disponível e com o qual andou por uma semana, para cima e para baixo, sem conseguir soltar sequer uma nota. Seu professor, ligeiramente irritado, então, empunhou o instrumento para mostrar como é tocado, mas percebeu que havia algo errado. Um aluno, pregando uma peça em Heraldo, colocara uma flanela no tubo de ar da clarineta!
Desfeita a brincadeira, Heraldo seguiu seus estudos e logo sentiu a necessidade de um instrumento harmônico. Usando os métodos para clarineta aprendeu sozinho a tocar violão, intuindo os acordes. O cavaquinho e a viola caipira vieram a seguir, e, depois, uma guitarra para começar a ganhar a vida tocando em casas noturnas de Recife. Pouco tempo depois, já em São Paulo, arrumou empregado na TV Tupi acompanhando os músicos que se apresentavam na emissora. Corria 1966 e Heraldo entrou para um trio, que rebatizou-se para Quarteto Novo e que reuniu alguns dos músicos que mais brilhantes do país. Além de Heraldo, lá estavam Théo de Barros (contrabaixo), Hermeto Pascoal (piano e flauta) e, ainda, Airto Moreira (bateria e percussão) fundindo de forma magistral elementos do bebop à música brasileira, com mais ênfase nos ritmos nordestinos e introduzindo fundamentos por meio de improvisações inovadores que abriram a estrada para a música instrumental brasileira.
O Quarteto Novo, cujo disco, de 1967, consta nos arquivos que podem ser baixados, assinou arranjos e a apresentação de sucessos tais quais Ponteio (de Edu Lobo) e Disparada (parceria de Geraldo Vandré e Théo de Barros) nos antigos festivais da Record. A convite de Edu Lobo, o grupo seguiu para a Europa em sua primeira turnê internacional. Airto Moreira embarcou para os Estados Unidos e com Nenê em seu posto o quarteto ainda se manteve por um curto período, mas por ironia, a qualidade dos músicos acabou sendo obstáculo para a continuidade.
Os integrantes seguiram em suas carreiras solo, que felizmente continuam se entremeando até hoje. Heraldo é compadre de Hermeto Pascoal e com o “Bruxo” gravou dois álbuns, além de dividir com Pascoal o palco diversas vezes juntos. A amizade com Airto e Théo de Barros também nunca perdeu os elos.
Em nova fase, portanto, Heraldo gravou três discos entre 1970 e 1972 — o primeiro chamado simplesmente Heraldo e Seu Conjunto, seguindo a trilha aberta com os dois volumes de Dançando com Sucesso. Nesta mesma década saiu O Violão de Heraldo do Monte. Após um hiato de quase dez anos, Heraldo voltou a s juntar a um trio para gravar o disco ConSertão, agora ao lado do violonista Elomar, Paulo Moura (sax e clarineta) e Arthur Moreira Lima (1982). Na sequência os fãs ganharam Heraldo do Monte, Cordas Mágicas, Cordas Vivas e , por fim Viola Nordestina (2000), além do álbum para a série MPBaby no qual toca como cantigas de ninar clássicos como Maringá, Menino da Porteira, e Tristezas do Jeca.
Heraldo do Monte, considerado “o melhor guitarrista do mundo” pelo lendário astro do bebop norte-americano Joe Pass, gravou também com Elis Regina, Quinteto Violado, Michel Legrand e com o Zimbo Trio, além de se apresentar nos melhores festivais de música mundo afora, como os festivais de Montreux, Montreal e Cuba. Ainda neste semestre, segundo o Barulho d’água apurou, vai lançar Viola no Choro, mais uma vez em companhia do trio, agora composto pelo filho Luiz, Edmílson Capellupi e Cléber Almeida, percussionista do Trio Macaíba.
Da discografia oferecida pelo Quadrada dos Canturis o Barulho d’água Música apenas não conseguiu acesso ao álbum que ele gravou em 2003 com Elba Ramalho. Os interessados, entretanto, poderão ouvi-lo abaixo ou por meio do linque https://www.youtube.com/watch?v=ywcM1f1cYj8
[1961] Dançando Com Sucesso – Vol. 1
[1962] Dançando Com Sucesso – Vol. 2
[1967] Quarteto Novo
[1970] O Violão de Heraldo do Monte
[1976] Zimbo
[1980] Heraldo do Monte
[1982] ConSertão
[1983] Cordas Vivas
[1986] Cordas Mágicas
[2000] Viola Nordestina
[2003] Teca Calazans & Heraldo do Monte
Olá, amigos. Não conheço este trabalho que vocês citaram do Heraldo com a Elba Ramalho, lançado em 2003. Vocês poderiam informar o nome do disco?
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Pois não, Nivia, e obrigado pelo contato com o blog!
O disco chama-se, exatamente, Teca Calazans & Heraldo do Monte.
Concebido como um trabalho de dois artistas pernambucanos no exílio, a cantora e compositora Teca Calazans, vivendo em Paris, e o músico Heraldo do Monte, em São Paulo, o disco homônimo mostra o registro minimalista de voz e violão da dupla em clima de cumplicidade e beleza melódica. Influenciado pelo disco Viola Nordestina, trabalho elogiado de Heraldo, violonista e ex-integrante do Quarteto Novo, o projeto reuniu canções nordestinas e sertanejas de pureza e simplicidade, onde clássicos da década de 30 se juntam a achados de João Chaves, Laurindo de Almeida e Jackson do Pandeiro além de pérolas do cantador Elomar, de Jararaca e da dupla caipira Alvarenga & Ranchinho.
Faixas do CD:
1. Último Pau De Arara
2. Guacyra
3. O Pidido
4. Caterina
5. Amo-Te Muito
6. Casamento
7. Falando Ao Teu Retrato
8. Minha Saudade
9. No Tronco Da Amendoeira
10. Chequerê
11. Violeiro Triste
12. Secretária Do Diabo
Você pode ouvi-lo e se quiser comprá-lo por este endereço eletrônico:
http://www.saraiva.com.br/teca-calazans-heraldo-do-monte-5128474.html?mi=VITRINECHAORDIC_ultimatebuy_product_5128474
Um abraço!
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Olá, parabéns, Belo blog. Você tem alguma postagem referente o Movimento Armorial?
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Boa tarde, Mário Sant’Ana, tudo bem? Desculpe-me pela demora em responder sua solicitação e obrigado por entrar em contato e pelo elogio. Sobre o Armorial publiquei, especificamente, em 24 de julho de 2014, matéria específica cujo linque segue abaixo, além de várias referências ao Movimento e ao Ariano Suassuna em textos correlatos. Um abraço e caso precise de mais informações ou tenha sugestões basta enviar outra mensagem!
https://barulhodeagua.com/2014/07/24/quinteto-armorial-e-ariano-suassuna-somos-todos-filhos-da-mesma-raiz-banhados-no-mesmo-grande-rio/
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