O Barulho d’Água Música acompanhou, ontem, 20 de julho, a gravação do programa especial que marca os 10 anos do Sr. Brasil, com Rolando Boldrin, na TV Cultura. O apresentador recebeu no palco da Sala São Paulo Mônica Salmaso e o grupo Pau Brasil, Vital Farias, Saulo Laranjeira, Luís Carlos Borges, Arismar do Espírito Santo e Jane Duboc, Casuarina, Luca Bulgarini e o Quinteto Violado, entre outros músicos. E também cantou e declamou, além de contar pitorescos e curiosos causos, uma das marcas do programa. Na plateia que ocupou praticamente todas as cadeiras, Boldrin contou com o prestígio dos músicos que formam o Projeto 4 Cantos Cláudio Lacerda, Luiz Salgado, Rodrigo Zanc, Wilson Teixeira, mais Zé Geraldo, Fábio Porte, Consuelo de Paula, Osni Ribeiro, Jaime Alem e esposa Nair Cândia, Daniela Lasalvia, Lucas Ventania, Danilo Gonzaga Moura, do Trio José, e Socorro Lira e vários outros cantadores e artistas de diversos segmentos.

A Sala São Paulo ficou lotada para assistir à gravação do Sr. Brasil especial de 10 anos (Foto: Divulgação Produção Rolando Boldrin)
A homenagem começou com Marcos Mendonça, presidente da TV Cultura, comentando que levou muito tempo e precisou de muita conversa para convencer Rolando Boldrin a assumir, na emissora da Fundação Padre Anchieta, o Sr. Brasil. “Ele estava lá curtindo a vida dele, não aceitou o convite no início. Foi uma briga inglória, e no fim, felizmente, consegui vencer e dobrar o Boldrin para trazê-lo de volta à televisão”, afirmou Mendonça. “Nestes dez anos ele tem preenchido a sala de visita das pessoas com alegria, músicas, causos e histórias fantásticos que são a cara da brasilidade”. Mendonça também elogiou Patrícia Boldrin, esposa de Boldrin e a produtora do programa pelo “bom gosto” e trabalho maravilhoso” que ela tem prestigiando artesões brasileiros na montagem do cenário. “O programa do Boldrin é completo”, finalizou o executivo.
Boldrin agradeceu aos patrocinadores que nesta década assumiram e mantiveram parcerias com o Sr. Brasil na TV Cultura; com apenas cinco meses no ar no novo canal, depois de um período na Rede Globo, já arrebatou o prêmio de melhor programa de televisão, outorgado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Para as imagens, músicas, causos e bate-papos gravados chegarem aos telespectadores, o programa envolve pelo menos 120 profissionais e recursos dos mais sofisticados como microfones sem fios em todos os cantadores e instrumentos que permitem “um ambiente limpo e teatral, com áudio inigualável que eu garanto: não existe em outra emissora brasileira”, observou o apresentador. Mas o que conta, mesmo, para que o Sr. Brasil tenha a fama e o grande número de fãs membros de várias gerações que juntou pelo país, é além do carisma de Boldrin, a dedicação e o profissionalismo de quem fica atrás das câmeras, ilumina, pluga, enrola, desenrola e carrega cabos, opera máquinas, organiza a plateia nos assentos, escreve e distribui as fichas no palco, além do oculto piloto Zé — que todos ouvem, mas não vêem. “Os técnicos de som e os demais profissionais têm sempre a melhor boa vontade de fazer um trabalho bem feito e apurado”, prosseguiu Boldrin. Depois, ele cumprimentou os cantadores e artistas, “a matéria prima deste programa, que ao longo destes dez anos são verdadeiramente aqueles que fazem nossa história”.
O Sr. Brasil ainda fez menções especiais a artistas do passado, como Noel Rosa, Elis Regina, Catulo da Paixão Cearense e Patativa do Assaré, “muitos dos quais viajaram fora do combinado” e para os quais solicitou “de onde possam estar” bençãos, saúde e forças “para seguirmos cantando, falando escrevendo nosso pais como eles fizeram”.
Patrícia cumprimentou e dirigiu agradecimentos a parceiros do Sr. Brasil como os cenógrafos e aos artesãos de todas as regiões do país, mencionando organizações como a Sutaco, e ainda ao artista plástico, presente na Sala São Paulo, Cipriano Souza que cedeu quadros para a composição do cenário da noite festiva. Antes de o público adentrar a Sala São Paulo, ela percorreu a fila que se formava na Praça Júlio Prestes e cumprimentou um a um, tratando todos pelos nomes, com inesgotável simpatia. A mesma acolhida foi demonstrada por Lenir Boldrin.
A cantoria, que ainda não tem data definida para ir ao ar, começou com Mônica Salmaso e o grupo Pau Brasil (Teco Cardoso, Nelson Ayres, Rodolfo Stroeter, Ricardo Mosca e Paulo Bellinati) interpretando o maior sucesso de Boldrin, Vide Vida Marvada. Vital Farias, em seguida, cantou Saga da Amazônia, e Saulo Laranjeira Amo-te muito (João Chaves) e Desenredo (Dorival Caymmi). De Santo Ângelo (RS) veio Luiz Carlos Borges entoar a bela Guri de Acampamento, acompanhado por Yuri Menezes e Rodrigo Maia. Arismar do Espírito Santo e Jane Duboc lembraram Peguei um Ita no Norte (Adeus, Belém do Pará) também de Caymmi. O grupo carioca Casuarina trouxe o samba para a roda com Senhora Liberdade, de Nei Lopes, antes de Boldrin cantar com acompanhamento do violonista Luca Bulgari. Coube ao Quinteto Violado o encerramento da noite de gala interpretando Pra não dizer que não falei das flores/Caminhando, de Geraldo Vandré.
Acompanharam Boldrin durante a embolada de recolhimento popular Aperta o nó e Saulo Laranjeira os músicos Edmílson Capelupi (violão de sete cordas), Edson Alves (violão) Bré (percussão), Nailor Proveta (clarineta) e Rodriguinho (acordeon).
Em nome dos amigos, colaboradores e seguidores do Barulho d’água Música, agradecemos, mais uma vez, a Patrícia Maia Boldrin e à produção do Sr. Brasil por incluir o blog na lista de convidados para a gravação do programa especial. Parabéns a todos pelo momento e pela gravação! Agora basta aguardar o anúncio da data em que o programa irá ao ar! As bençãos de São Gonçalo recaiam sobre o Sr. Brasil, sua equipe de funcionários, seus colaboradores e público país afora e adentro!
A música “Amo-te muito” cantada por Saulo Laranjeira é de autoria do montes-clarense João Chaves e não Nivaldo Maciel, este último era intérprete desta música na seresta da cidade que tem o mesmo nome do autor.
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Muito obrigado pela informação, Maria Aparecida Chaves e Oliveira.
Lamentamos o engano, resultante da pesquisa a dois sites de música (cujos linques seguirão abaixo) nos quais nos baseamos para publicar que Nivaldo Maciel seria o autor da referida canção — que, na verdade, por você alertados, ao refinarmos a busca, comprovamos que é mesmo de autoria de João Chaves.
Costumamos se existirem dúvidas ou desconhecimento de nossa parte pesquisar sobre as canções sobre as quais publicaremos; embora Amo-te Muito seja uma das mais apreciadas de nosso cancioneiro, interpretada entre outros notáveis também por Lula Barbosa, ao redigir este texto, em julho, desconhecíamos quem era o compositor; não sabíamos, literalmente quem era ele. Fizemos, então, a primeira busca, que apontou Nivaldo Maciel (http://musica.com.br/artistas/nivaldo-maciel.html); partimos, então, para a confirmação e na segunda varredura, de novo, surgiu o nome Nivaldo Maciel (https://www.letras.com/nivaldo-maciel/1423806/). Como este critério de busca a pelo menos dois endereços vinha se mostrado até então seguro, pois nunca resulta em incorreções, confiamos.
Já retificamos a informação, mas novamente pedimos desculpas a você, aos familiares de João Chaves e demais amigos e leitores, rogando para que se outros erros como estes forem descobertos que não hesitem em nos contatar!
Gostaríamos, ainda, de fazer outro esclarecimento: infelizmente é comum veículos de comunicação, autores de blogs de música, de letras, de cifras, apresentadores, produtores culturais e agentes correlacionados fazerem referências a determinadas obras do nosso cancioneiro atribuindo a autoria da canção ao intérprete.
Um exemplo é “Você vai gostar”, que muitos, aliás, divulgam não com este nome, mas como “Casinha Branca”, e em vários sites aparece como sendo de Sergio Reis (que a interpreta, e muito bem!), mas é de Elpídio dos Santos, Com o tempo esta prática vai “consagrando” a autoria errônea e, talvez, tenha ocorrido esta confusão com a obra de João Chaves (seguramente, pelo menos nós fomos vítimas dela!) E uma das missões deste blogue é justamente valorizar e citar sempre, também, os compositores. Além da internet (que nem sempre, infelizmente , comprova ser um canal 100% seguro), recorremos a livros especializados, biografias, fichas técnicas no nosso esmero de bem informar! Mas como o erro é parte de toda atividade humana, contamos, ainda, com o retorno atencioso de leitores como a senhora.
Um abraço fraterno, muita paz, alegria e saúde em 2016 para a senhora e sua família!
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