638 – Tavito anima mais uma rodada em Poços de Caldas do projeto Composição Ferroviária

tavito arte

O cantor e compositor Tavito, nome artístico de Luís Otávio de Melo Carvalho, um dos ícones da música de Minas Gerais, no domingo, 13 de setembro, será a atração do projeto Composição Ferroviária que os músicos Wolf Borges e Jucilene Buosi promovem em Poços de Caldas (MG). Tavito estará a partir das 10 horas no palco montado no pátio da antiga estação ferroviária da cidade e a apresentação terá entrada franca, precedida por um concerto de um dos mais aclamados violeiros da atualidade, o paulista João Paulo Amaral, regente da Orquestra Filarmônica de Campinas.

Tavito, que em 2014 lançou Mineiro, é da brilhante geração que tem ainda Zé Rodrix, Wagner Tiso,  Robertinho Silva, Luiz Alves, Laudir de Oliveira (depois substituído por Naná Vasconcellos) e Frederyko, com os quais formou a banda Som Imaginário.  Nascido em Beagá é ainda arranjador, produtor de discos e publicitário. A carreira começou de forma privilegiada, acompanhando Vinícius de Moraes, ainda em meados dos anos 1960. Muita gente o conhece pelo sucesso Rua Ramalhete, mas Tavito tem mais do esta consagrada composição no currículo, fora os amigos e parceiros, um dos quais é Milton Nascimento.

Com os rapazes do Som Imaginário, ele protagonizou uma das épocas mais efervescentes e criativas em toda a história brazuca. As páginas da época registram que a banda acompanhou Bituca em um show histórico na arena do Teatro Opinião, ocasião da qual brotou o LP que é considerado o marco zero da fase popular do cantor. O Som Imaginário faturou  entre outros o prêmio revelação do Festival Internacional da Canção interpretando Feira Moderna, de Beto Guedes e Fernando Brant.

O que havia de mais vanguardista na época, o Som Imaginário gravou, ainda, um segundo álbum com Milton, o Clube da Esquina, disco duplo com participações dos principais nomes do Clube de Esquina, entre os quais os irmãos Márcio e Lô Borges. O grupo gravou também os bolachões Som Imaginário, Som Imaginário 2 e A Matança do Porco, tendo Tavito como um de seus principais compositores.

Em 1971, ele e Zé Rodrix acertaram em cheio: compuseram Casa no Campo, imortalizada na voz de Elis Regina e considerada até hoje como um hino da geração adepta de lemas como “Paz & Amor” e “Faça amor, não faça a guerra”. Casa no Campo foi lançada no Festival de Juiz de Fora (MG) e defendida pelo próprio Zé Rodrix: deu o primeiro prêmio na cabeça, conquista que automaticamente valeu a classificação para o Festival Internacional da Canção, onde Elis conheceu a música e se interessou em gravá-la.

Wolf Borges recebe Comenda Nonô e Naná

Wolf Borges. Foto_arquivo pessoal

Wolf Borges (Foto: Arquivo Familiar)

O cantor e compositor Wolf Borges, um dos coordenadores do projeto Composição Ferroviária, recebeu em 19 de agosto a Comenda Nonô e Naná, instituída pela Lei Municipal 5462 em Pouso Alegre (MG) a partir de projeto de lei do vereador Mauricio Tutty, elaborado no ano passado e concedida em reconhecimento ao talento dos artistas pouso-alegrenses. A honraria é entregue a personalidades do município que com seu talento e trabalho elevam o nome de Pouso Alegre por meio da arte nas mais diversas modalidades.

O nome da comenda é um reconhecimento à dupla que ficou conhecida em todo o país como expoente da música de raiz. Wolf Borges é de Ouro Fino (MG), destacado defensor da cultura sul-mineira e sua base de trabalho está fundamentada em Pouso Alegre, onde passou a maior parte de sua vida. Fez parte do efervescente movimento musical da década dos nos 1980 e que ao lado do Grupo Imbuia, Duo Fernandos, Ivan e Priscila e os parceiros  Elder Costa, Fred Leopoldo e Witer Carrozza formaram o legendário Grupo Vaiados na Vendinha, autores de uma música criativa que percorreu dezenas de cidades com grandes conquistas como premiações em festivais.  

Wolf Borges coleciona em 35 anos dedicados à música prêmios tais quais o primeiro lugar no Festival de Toledo (PR) e de São Carlos (SP); melhor intérprete no Festival da Moenda no Rio Grande do Sul; premiado em duas edições do projeto Rumos, Tendências e Vertentes da Fundação Itaú Cultural como único artista sul-mineiro integrante deste catálogo de artistas que fundamentam seu trabalho baseado na cultura brasileira. Possui quatro álbuns autorais independentes: Ímpar (1997) com Elder Costa; Singular (2003) com as participações de Leila Pinheiro, Claudio Nucci, Paulinho Pedra Azul, Renato Motha, Ivan Vilela, Juarez Moreira, Lui Coimbra; Circo dos Sonhos (2009) com as participações de Toninho Horta, Fátima Guedes e Toninho Ferragutti; e Pão de Queijo Music Project (2012) uma experiência musical de fusão da música mineira com a norte americana. Todos esses artistas citados já dividiram palco em apresentações que realiza por todo o Brasil.

Entre suas produções ainda figuram a edição de um livro de textos poéticos, Catedrais de Vidro (2003), a composição da trilha sonora da ópera rock 1984, Uma leitura musical (gravada em 2007 por Jucilene Buosi), inspirada no livro do escritor George Orwell. Tem também um longo trabalho de direção artística que se estende ao álbum Um retrato (2011), de Jucilene Buosi, e ao filme da mesma Falsete, o que é de Naturetat Negare Pot  (2015), longa metragem sobre a música do Sul de Minas, e ainda a iniciativa de resgate da história do grupo Imbuia, na produção do DVD Imbuia ao vivo (2010).

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