O violeiro, compositor e cantor Chico Lobo (MG), com apoio do Fundo Municipal de Cultura e da Viola Brasil Produções promoverá entre 11 e 13 de setembro, em Belo Horizonte, a I Mostra Internacional de Violas de Arame do Brasil, evento no qual receberá para concertos e palestras os portugueses Eduardo Costa (Amarantina), José Barros, Pedro Mestre e Vitor Sardinha, representantes das violas amarantina, braguesa, campaniça e madeirense. A abertura solene está programada para começar às 20 horas da sexta-feira, 11, no Centro de Referência de Moda, situado na rua Bahia, 1149. Antes, pela manhã, Chico Lobo receberá os ilustres convidados de Portugal em seu programa da TV Horizonte Viola Brasil.
As passagens de José Barros, Pedro Mestre e Vitor Sardinha por Belo Horizonte também estão inseridas na 3ª. Virada Cultural da cidade, que ocorrerá entre 19 horas do sábado, 12, e 19 horas de domingo, 13, e prestará homenagem a Fernando Brant, com mais de 600 atrações e manifestações artísticas relativas, oferecendo de graça música, teatro, à dança, circo, literatura, artes visuais, intervenções urbanas, cultura popular, gastronomia, artes integradas, entre outras. Os portugueses tocarão também no Centro de Referência de Modas, das 13 às 14 horas do domingo, 13.
A I Mostra Internacional será uma partilha de culturas pelas cordas das violas de arame e seguirá os moldes do que desde 2009 já ocorre em Portugal. Chico Lobo e Pedro Mestre produzem juntos desde 2006, quando ambos se conheceram em Serpa, durante o III Encontro de Culturas 2006. Chico Lobo representava o Brasil e Mestre o convidou a subir ao palco para uma participação especial.
Naquele mesmo ano, Pedro Mestre recebeu convite para atravessar o mar e acompanhou Chico Lobo durante o encerramento do projeto Viola Popular – patrocinado por uma empresa do ramo de perfumes e cosméticos. O show transcorreu no Teatro Alterosa, em Belo Horizonte (MG). Juntos, ambos também protagonizaram cantorias por cidades do interior de Minas. São João Del Rei – eleita capital brasileira da cultura de 2007 — teve a honra de abrir a pequena turnê de Pedro Mestre ao lado de Chico Lobo. Eles passaram também por Santana dos Montes e Pouso Alegre. Cada apresentação consolidou uma oportunidade histórica que marcou o encontro emocionante da viola caipira brasileira de Chico Lobo, com a viola campaniça portuguesa de Pedro Mestre.
Em 2007 Chico Lobo voltou a Serpa, para o IV Encontro de Culturas. E em retribuição ao artista mineiro, Pedro Mestre o apresentou à entusiasmada plateia portuguesa Juntos, depois, ambos realizaram shows por cidades como Évora, Almada, Castro Verde, Sete, Almodóvar, Feijó, todas na região do Alentejo, além de Portimão, no Algarves.
Aproveitando a estadia de mais de 35 dias em terras lusitanas, Chico Lobo e Pedro Mestre resolveram gravar Encontro de Violas, álbum coproduzido por Portugal e Brasil entre a Associação de Canto Alentejano os Cardadores (ACA) e a Viola Brasil Produções.
“Esse disco é o resultado desta intensa relação entre duas culturas populares cimentadas na amizade dos dois artistas”, escreveu à época o jornalista lusitano João Matias. “Foi idealizado em Sete, a aldeia de vasta planície do conselho de Castro Verde onde vive Pedro Mestre e que acolheu Chico Lobo no seu cotidiano de trabalho, celebração, preocupações e festas”, prosseguiu Matias. “Lado a lado com os homens e mulheres que cultivam a terra e escavam as minas, com as crianças que estudam e brincam, com os velhos que contam histórias antigas, os dois músicos trabalharam no seu disco”.
Encontro de Violas é um registro inédito do (re) encontro entre as culturas portuguesas e brasileiras pelas cordas das violas. O álbum mostrou como é possível aos homens entenderem-se e de que modo a cultura serve para o desenvolvimento dos povos. O álbum não é a soma da viola caipira de Chico Lobo com a viola campaniça de Pedro Mestre, é a união entre dois povos.
Além do álbum, Chico Lobo e Pedro Mestre também gravaram o DVD Do Alentejo a Minas Gerais, com locações entre 2010 e 2012 em várias cidades de Minas Gerais e de Portugal e participação do Grupo Coral Feminino As Papoilas (Portugal), uma realização conjunta da Cineviola Filmes, Viola Brasil e Viola Campaniça. O trabalho inclui um documentário que mostra as violas campaniça e caipira e os pontos que ambos os instrumentos têm em comum, portadoras de culturas e histórias cotidianas em entrevistas, paisagens e trechos musicais, além de um show com a dupla gravado ao vivo no Teatro de Arena da Caixa Econômica do Rio de Janeiro, durante o projeto Cone(cs)sons, em março de 2012.