Os amigos e fãs do Sexteto Mundano, Sarah Abreu e Carlinhos Antunes estão recebendo Violeta Terna y Eterna, álbum de 10 faixas com o qual prestam tributo a Violeta Parra, com a especial participação da neta da homenageada, Tita Parra . Violeta Parra é uma das mais marcantes artistas do século XX e gravou seu nome como eterno não apenas seu país natal, mas em todo o mundo como um ícone na cultura popular que, além de música compositora e instrumentista responsável por pesquisar e resgatar inúmeras canções e estilos folclóricos latino-americanas, expressava-se profundamente também como ceramista e tecelã. Autora de Gracias a la vida, morreu precocemente aos 49 anos, em 1967, seis anos antes da feroz ditadura militar de Augusto Pinochet se instalar no Chile, em 11 de setembro de 1973.
Violeta Parra, ao lado de Victor Jara, este vítima da crueldade e da brutalidade do regime militar, até hoje desperta paixão no Chile, mesmo entre os mais jovens. Se estivesse viva quando Salvador Allende foi derrubado, seria com certeza uma das mais árduas combatentes do violento governo imposto a ferro e a fogo pelo general, seus homens e seus órgãos repressores que contavam com apoio e organização do governo estadunidense, sufocando a liberdade e outras garantias democráticas em todo a América Latina, como de resto ocorria, ainda, cá no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, no Peru. O ideal da integração latino-americana e a luta contra o imperialismo sempre estiveram presentes em toda a obra de Violeta Parra. Ela vivia pelos seus valores e crenças, e, por meio de suas canções, mostrava as coincidências dos processos históricos destes países dizimados e, por conseguinte, as semelhanças dos seus processos de lutas populares, sempre estimulando o enfrentamento à dominação externa, louvando a vida e o trabalho, enaltecendo a luta dos camponeses pobres, povos indígenas e estudantes.
Entre tantos títulos que caberiam a Violeta Parra, o de mãe da canção comprometida e aliada dos oprimidos e explorados é um dos mais acertados. Suas músicas e pinturas formaram a base para o desenvolvimento do movimento estético-musical-político chamado de La Nueva Canción Chilena, do qual fizeram parte também , Rolando Alarcón, e Patricio Manns, além dos grupos Inti-Ilimani e Quilapayún. Os versos de Violeta Parra legaram composições magistrais em força, beleza e engajamento,como Volver a los 17, que mereceu antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Em La Carta, que retrata arbitrária prisão de seu irmão Roberto, cantada em momentos de comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, Violeta denunciava que “Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia”.
As canções, contudo, não apenas são brados contra toda a forma de injustiça social. O lirismo presente em Gracias a la vida (gravada por Elis Regina) embalou como um hino que transcendeu o continente o ânimo de gerações de revolucionários em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de Rin de Angelito, por meio do qual a chilena descreveu a morte de um bebê pobre: “No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã”.

Violeta Parra compôs canções que transmitiam a alegria dos povos chileno e latino americano pela vida e em seus versos também pregava a resistência a todas as formas de dominação
Sarah Abreu, Carlinhos Antunes e o Sexteto Mundano obtiveram apoio de amigos e admiradores, por meio de contribuições recolhidas pela plataforma de financiamento coletivo (crowfunding), para a produção de Violeta Terna y Eterna, um álbum que não pode faltar na casa de quem ama música de qualidade e cultua Violeta Parra. Para saber mais informações a respeito há o endereço virtual https://www.facebook.com/violetaternaeterna?fref=ts e sarah.abreu@gmail.com.
Violeta Terna y Eterna tem projeto gráfico de Lula Carneiro. O álbum mostra as várias facetas da artista, alternando músicas compostas por ela ao longo de sua vida, clássicos da música latina e composições de integrantes do Sexteto, além de algumas das poesias e textos de Violeta. Com Sarah Abreu (voz) formam o Sexteto Mundano: Beto Angerosa (percussão)/ Carlinhos Antunes (cuatro, violão, viola caipira, charango, ronroco e vozes)/ Maria Beraldo Bastos (clarinete e voz)/ Danilo Penteado (piano, acordeon e voz)/ Rui Barrosi (baixo acústico e voz)/ Tita Parra (voz).
Quem colaborou com o projeto do álbum Violeta Terna y Eterna:
Maria Elizabeth Magnusson Gabanyi, Telma Gomes Clementino Neto, Waldemar Nosow, Nilson Souza, Daniel Garcia, Arnaldo Mazzei Nogueira, Adriana Aneli Costa Lagrasta, Adriana Provenzano, Ana Biglione, Ari de Abreu e Silva, Caco Sodré, Caetano Lagrasta Neto, Carol Reis, Carolina Mathias, Cintia Carvalho , Cláudia Rodrigues, Daniel Dantas, Daniela Skromov de Albuquerque, Edson Penha, Elisabeth Ami, Evandro Sampaio Vilanova, Giovanni Gigliozzi Bianco, Heloísa Franco, José Eduardo Walter , Linda Yazbek Rivitti, Lucia Marina G. A. Oliveira, Luisa Toller, Marcelino Kevin Espada (Marcelino Jesus de Lima) e Andreia Regina Beillo, Marcelo Nastari, Maria Carolina Leone Pepe, Maria Inez Harumi Ido, Maria Orlanda Pinassi, Marilena dos Santos, Marília Nunes, Marina Marcela Herrero, Peri Peri, Ruy Proença, S. John, Sérgio Hotimsky, Sérgio Nosow, Sílvia de Ambrosis Pinheiro Machado, Sílvio Hotimsky, Tatiana Chiari De Martino, Tiago Pinheiro, Tífani Nosow, Tomaz Cavalieri, Vanessa Carmelina Conceição, Viviane Neves
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