Se melhorar vira rapadura, uma alegria astronômica: um dos mais aclamados e queridos violeiros caipiras do Brasil, o mineiro Pereira da Viola, oriundo de São Julião, distrito de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, cantará e tocará nesta quarta-feira, 4, a partir das 19h30, no Cine Teatro Brasil Vallouréc, situado em Belo Horizonte. José Rodrigues Pereira, o Pereira da Viola, é convidado dos produtores culturais Luiz Trópia e Tadeu Martins e animará mais uma rodada do projeto Canto & Viola trazendo ao público canções derivadas das pesquisas que empreende sobre a cultura popular no norte das Alterosas, especialmente o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, mas ricas em diversos tipos de manifestações artísticas e religiosas, além de sucessos de sua carreira marcada por canções autorais que expressam com delicada poesia a força e a magia da viola brasileira.
Pereira da Viola, também compositor e rabequeiro, já lançou os álbuns Terra Boa, Tawaraná, Viola Cósmica, Viola Ética e Akpalô. Conhecido pela personalidade alegre e espontânea, marca registrada de suas cantorias, cunhou em seu relacionamento com público e amigos bordões famosos como “excelente maravilha” e “brincar é uma das coisas mais sérias que existem” e assim tempera com bom humor um trabalho dos mais profundos e reconhecidos pela qualidade não apenas no território nacional, mas ainda no exterior. Além da carreira solo, tem participações em discos de amigos da estrada e integra o sexteto que lançou os dois álbuns do VivaViola – Sessenta Cordas em Movimento, composto por Bilora Violeiro, Wilson Dias, Chico Lobo, Gustavo Guimarães e Joaci Ornelas; com Wilson Dias gravou também Pote, com canções do poeta e jornalista João Evangelista Rodrigues. Ainda com Dias, Déa Trancoso e Titane forma o Quarteto Crescente, com o qual promove releituras da obra do uberabense Dércio Marques como Segredos Vegetais.
Inezita Barroso era uma das maiores entusiastas do trabalho de Pereira da Viola. O músico retribuía ao carinho, a tratava como madrinha e em reconhecimento à reverência que prestava à rainha da música caipira foi um dos convidados pela produção da TV Cultura para o programa gravado em junho, na Sala São Paulo, em São Paulo, em homenagem à cantora, que morrera três meses antes, no Dia Internacional da Mulher, apenas quatro dias depois de completar 90 anos.