848 – Violeiro Anderson Baptista não resiste à gripe H1N1 e morre em Campinas (SP)

O Barulho d’água Música lamenta informar que ocorreu na manhã de hoje, 8 de abril, a morte do músico e violeiro Anderson Baptista de Jezus, que ao lado de Rodrigo Nali formava o Duo Catrumano, de Campinas, além da dupla Anderson e Rodrigo Nali.

Ainda jovem, Anderson completaria 28 anos em 7 de junho, mas após uma semana internando no hospital da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Pucc) perdeu a batalha que travava para resistir às complicações da Influenza H1N1, a temida gripe suína, conforme notícia confirmada pelo produtor cultural José Carlos da Silva, da Juá Cultural Produção e Eventos. O velório começará às 16h30 no Cemitério Parque das Flores, situado na avenida Deputado Luis Eduardo Magalhães, 1505, que fica no bairro de Campinas Cidade Satélite Íris. O sepultamento do corpo ocorrerá amanhã, durante a manhã.

Antes da entrada de Anderson Baptista, o Duo Catrumano, ainda com Elias Kopack e Rodrigo Nali, gravou álbum instrumental anônimo que rendeu aos autores um dos troféus do 3º Prêmio de Excelência de Música de Viola da categoria Melhor Disco Instrumental, promovido em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira (IBVC). Anderson passou a substituir Kopack no Catrumano em 3 de julho de 2014, quando veio ao Sesc de Osasco (SP) participar com o parceiro de uma rodada do projeto Caldos com Sons Brasileiros. Como dupla dedicada às modas de viola, ambos foram atração em 30 de janeiro do festival São Chico das Violas, no distrito de São Francisco Xavier, situado em São José dos Campos, cidade do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo. Ambos apresentaram repertório inspirado em Cornélio Pires e outras referências da cultura caipira como Tonico e Tinoco, Tião Carreiro, Tião do Carro, João Mulato, Bambico e Zé Mulato.

Experientes violeiros com passagem por importantes formações de viola instrumental pelo Brasil e pelo exterior, Anderson Baptista e Rodrigo Nali também animaram a plateia que frequenta o projeto Viola & Café, do Sesc Campinas (SP), em 14 de fevereiro. Desta vez o repertório oferecia composições do álbum que na ocasião estava em fase de produção para ser lançado ainda em 2016, baseado na autêntica música caipira. Os dois relembraram sucessos como Gato de Três Cores (Carreirinho), Capiau (Tião do Carro e Caetano Erba), Louco Romântico (Zé Mulato) e Sistema Bruto (Ruan e Juarez Benites), entre outros.

Anderson e Nali

Anderson Baptista (ao fundo) passou a fazer parte do Duo Catrumano em 2014, ao lado do amigo Rodrigo Nali, com quem também formava uma dupla para apresentações de modas consagradas de viola (Fotos: Arquivo Barulho d’água Música/Marcelino Lima)

O Brasil já teve 71 casos de morte por H1N1 em 2016, até 26 de março, de acordo com Boletim Epidemiológico de Influenza do Ministério da Saúde, divulgado na segunda-feira, 4 de abril. Em todo 2015 contaram-se metade, 36 óbitos. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados 444 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) pela Influenza A/H1N1 neste ano.

São Paulo, conforme estes números, teve o maior número de vítimas que não resistiram, 55.

Também há confirmações de mortes Santa Catarina (3), Ceará (2), Bahia (2), Minas Gerais (2), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Goiás (1), Rio de Janeiro (1), Pará (1) e Rio Grande do Norte (1). O H1N1 é responsável, até o momento, pela maioria de casos graves e mortes por gripe Influenza no país. Foram anotados 5 casos por Influenza A/H3N2 e nenhum óbito. Já em relação à Influenza B, em 38 casos, três levaram à morte.

Clínicas particulares já têm disponível lotes da vacina trivalente contra influenza de 2016, que protege contra H1N1, H3N2 (ambos vírus da Influenza A) e uma cepa da Influenza B. A vacina trivalente pode ser usada a partir dos 6 meses de idade e de acordo com informações deve custar, no máximo, R$ 120.

Já a vacina tetravalente ou quadrivalente – que além de proteger contra o H1N1, o H3N2 e a Influenza B também protege contra uma segunda cepa da Influenza B – ainda está começando a ser distribuída. A vacina tetravalente pode ser usada a partir dos 3 anos de idade.

Na rede pública, a campanha nacional de vacinação contra gripe está marcada para começar no dia 30 de abril e vai até o dia 20 de maio. Alguns estados, como São Paulo, anteciparam a vacinação pelo SUS devido ao aumento precoce de casos da infecção. O Ministério da Saúde anunciou que começou a enviar as doses aos estados em 1º de abril.

A vacinação contra influenza no SUS é destinada a alguns grupos prioritários: crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade.

Quais são os sintomas do H1N1?

A gripe – tanto a H1N1 quanto a H3N2 ou a Influenza B – tem como sintomas febre alta e súbita, tosse, dor de garganta, dor no corpo, dor nas articulações e dor de cabeça. No caso do H1N1, um sintoma que chama a atenção é a falta de ar e o cansaço excessivo.

É importante distinguir a gripe do resfriado comum, que é muito mais leve, com sintomas menos graves como coriza, mal estar, dor de cabeça e febre baixa.

O tratamento deve envolver boa hidratação, repouso e uso do antiviral específico, prescrito pelo médico. Um deles é o Oseltamivir (mais conhecido pela marca Tamiflu), distribuído pela rede pública para hospitais e unidades básicas de saúde.

Trata-se de um antiviral específico contra o vírus Influenza, indicado para pessoas com maior risco de desenvolver complicações. É importante que o paciente consiga tomar a medicação nas primeiras 48 horas do início dos sintomas, para que a eficácia seja maior. O tratamento também pode envolver o uso de analgésicos para aliviar os sintomas.

Houve uma antecipação da temporada de gripe no Brasil. “O esperado para pico de casos seria o mês de julho. O que está acontecendo neste momento é uma antecipação de circulação do H1N1”, diz a pediatra Lucia Bricks, diretora médica de Influenza na América Latina da Sanofi Pasteur

Especialistas discutem várias hipóteses que podem explicar a antecipação da chegada do vírus, que vão desde fatores climáticos até o aumento de viagens internacionais que podem ter trazido o H1N1 que circulava no hemisfério norte.

Também chama a atenção dos médicos a grande proporção de casos graves e mortes em adultos. Em geral, complicações costumam ser mais comuns em idosos, gestantes, crianças pequenas e outros grupos de risco. Mais da metade dos casos graves e mortes registradas este ano foram na faixa etária de 40 a 60 anos.

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