Luque Barros, gaúcho de Ijuí radicado em São Paulo, dará sequência no domingo, 8 de maio, à temporada de lançamento de Muito Pouco Menos Mais, com participações especiais do guitarrista Daniel Brita (coprodutor musical do álbum) e da cantora Ela Solo Amore. Amílcar Rodrigues (trompete), Allan Abbadia (trombone), Caio Lopes (bateria), Estevan Sinkovitz (guitarra), Ricardo Prado (teclados), Jorge Cirilo (sax tenor) e Simone Julian (flauta) formam a banda que subirá com Luque Barros ao palco do Teatro Décio de Almeida Prado, refinando a apresentação que integra o Circuito Municipal de Cultura. Este time de amigos já toca junto há mais de 15 anos.
Muito Pouco Menos Mais é uma das faixas do álbum lançado pela Sete Sóis. Além de canções autorais como Jogo de Vaidade, História Sem Fim, Ando Bem Ligado, Muito Pouco Menos Mais e Nada Passa quem comparecer ao Décio ou adquirir o disco poderá ouvir ainda composições de músicos que Luque Barros considera referências em sua trajetória, entre os quais o conterrâneo Vitor Ramil e o capixaba Roberto Carlos. Produzido por Daniel Brita – que também assumiu a mixagem e masterização, junto com o próprio Luque — conta com participação dos músicos Etevan Sinkovitz, Gustavo Ruiz, Marcelo Jeneci, Caio Lopes, Alan Abbadia, Allen Alencar, Simone Julian, Giovanni Barbieri, Jorge Cirilo, Amílcar Rodrigues, Ricardo Herz, e Fernando Catatau.
Em 1997, seis anos depois de começar a carreira profissional, Luque Barros desembarcou em São Paulo. Além das bandas Glória (a qual ainda integra, de Fred Mazzuchelli) e de Vanessa da Mata, já tocou com Elza Soares, Renato Teixeira, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Otto, Nô Stopa, Iara Rennó, Dona Zica, Zé Guilherme, Gero Camilo e Andréia Dias, entre outros. Trabalhou como revisor do songbook de Vitor Ramil (2013) e participou do recente disco da banda brasileira de death metal Krisiun. Lançou, em 2013, disco em tributo à banda inglesa Iron Maiden (Can We Play With Maiden) com o trio Trezazez, ao lado de Caio Andrade e Estevan Sinkovitz.
O ingresso para ouvir o lançamento de Muito Pouco Menos Mais será distribuído a partir das 18 horas do dia do show diretamente na bilheteria do Teatro Décio de Almeida Prado, situado à rua Cojuba, 45, Itaim Bibi, em São Paulo. Para mais informações há o telefone (11) 3079-3438.
Muito Pouco Menos Mais – por Luiz Chagas
Um cantor romântico a esta altura do campeonato? É algo a se pensar. Luque Barros, em seu primeiro disco individual, investe no gênero com propriedade. O Brasil tem tradição de cantores nessa área que a partir da Jovem Guarda criou majestades e o artista gaúcho representa essa ponte, que une a natureza passional do intérprete à capacidade de um grande músico contemporâneo. Para tanto se dedicou na maior parte do disco a apenas cantar suas composições à frente de uma banda reunida em torno de Gustavo Ruiz (baixo), Caio Lopes (bateria), ambos da banda de Tulipa Ruiz, e Estevan Sinkovitz (guitarra), figura conhecida pela diversidade de trabalhos e como acompanhante de Marcelo Jeneci.
Para que não houvesse dúvidas quanto à natureza do trabalho, Luque chamou Evandro Camperom [Algazarra e Ferramenta Quente] para a pré-produção, e Daniel Brita, a guitarra mais rápida do Oeste, para gravar, mixar e masterizar o trabalho no Estúdio Lamparina, em São Paulo. E aqui estamos nós. A decisão de entregar o contrabaixo a Gustavo Ruiz, um guitarrista, o deixou mais livre pra realizar o antigo sonho – tocou apenas em Desacelerar e em Ando Bem Ligado, enquanto Estevan e Gustavo inverteram as posições em Você e Eu.
A trinca Gustavo, Caio e Estevan, reunida por Luque, recebeu ainda as colaborações de Jeneci e Giovanni Barbieri, nos teclados, e de Allen Alencar e Caio Andrade nas guitarras, além de Amílcar Rodrigues, Allan Abadia, Jorge Cirilo e Simone Julian que tocaram os arranjos de sopros criados pelo cantor. Ricardo Herz e Fernando Catatau aparecem também (em Você e Eu e Falta de Educação), completando um elo afetivo na escalação do disco. O resultado é um trabalho que soa agressivo, apesar de romântico, e moderno, apesar do clima dor de cotovelo.
Luque canta, mais uma vez com propriedade, versos como Nosso amor foi um grande jogo de vaidade, Que durou só a eternidade, Que pensava despertar a cidade, E depois? (Jogo de Vaidade) ou Meu coração é imenso mesmo ferido e indisciplinado”(História Sem Fim). Nada Passa é linda; Entendo um funk; Muito Pouco Menos Mais um vira; De Fato tem uma coda instrumental à The Beatles. Dá para se entender porque Luque canta em Ando Bem Ligado “Eu olho vejo tudo presto muita atenção… Ando eletrocutado, 220 volts!”
A trajetória incandescente da paixão, que vai da colorida possibilidade, passando pela esperança, a realização, a plenitude, o desencanto, a acomodação, até chegar à amarga impossibilidade, todos esses passos foram, são e sempre serão cantados polo ser que ama. Do violonista tentando ser ouvido em algum bar barulhento, soterrado de pedidos, o músico do bailo, o acompanhante de artista, solitário ao fundo do palco, o maiden-maníaco envolto em pensamentos obscuros, o virtuoso debruçado sobre seu instrumento, o criador, produtor, pensador abandonado no silêncio de um estúdio vazio ao cantor de peito aborto, Luque Barros passou por tudo isso, o muito mais, na música, na vida, E escolhou cantar o amor da melhor maneira possível. A sua.