A folhinha do Barulho d’água Música marca que em 1° de maio comemora-se o aniversário de André Rass, natural de Dom Pedrito (RS), e atualmente radicado em São Paulo onde desenvolve carreira das mais elogiadas como percussionista, conhecida por participações em destacados projetos acompanhando vários cantores e sobretudo na banda Matuto Moderno. Filho de casal formado por comerciante e dona de casa, André Rass criou-se em meio a festas populares e rodas de choro incentivado pelo pai, violonista, e pelo padrinho, acordeonista. A dupla, assim, tornou-se a primeira referência musical em sua vida. Mais tarde morando em Pelotas, passou a trabalhar profissionalmente como músico, ingressando na banda de Sulimar Rass. Juntos, ele e o irmão viajaram pelo Rio Grande do Sul e tocaram ainda o Uruguai e a Argentina. Nesse período, conheceu músicos tais quais Fernando do Ó, o guitarrista Daniel Sá, Gilberto Oliveira, Egbert Parada, Luciano Nasário, o violonista flamenco Romano Nunes, entre outros, e gravou com a cantora e compositora Ana Mascarenhas,Cardo Peixoto, Avendano Júnior, além do percussionista uruguaio Liber Bermudes, com que estudou ritmos latino-americanos.
O contato com murgas, candombes, milongas, chacareras, zambas, entre outros ritmos latinos, ampliaram seus horizontes no universo da percussão e a inquietude que o caracteriza determinou sua partida do Sul. Em nome de um sonho que alimentava desde muito cedo, em 2004 juntou alguns objetos e com uma mochila e vários instrumentos de percussão aportou em Salvador (BA). Na Boa Terra pesquisou ritmos e folclore em tribos indígenas na região do Recôncavo Baiano alem de frequentar a Pracatum, escola de Carlinhos Brown. Dos shows em trios elétricos, em busca de novas experiências, colocou-se literalmente na estrada e passou por Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Recife até chegar a São Paulo, onde reside atualmente. Bastante requisitado devido à invetividade que permite que ele toque desde queixadas de animais até porquinhos de plástico, tem recebido convites para acompanhar cantores e compositores como Lucina, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Ná Ozzetti,Paulo Renato, Levi Ramiro, Cláudio Lacerda, Zeca Collares e até o tenor Jean Willian com a Orquestra Bachiana regida por maestro João Carlos Martins,entre outros.
Parte dos abraços por mais um aniversário André Rass receberá no Canadá e nos Estados Unidos, países nos quais estará em turnê entre 2 e 10 de maio acompanhando o Matuto Moderno. Um dos eventos que levará a banda que explora com ironia, sátira e bom humor as peculiaridades e semelhanças entre rock e música rural ocorrerá em Toronto, o Canadian Music Week.
Além de André Rass, o grupo representará o Brasil com Ricardo Vignini, Zé Hélder, Marcelo Berzotti, Edson Fontes e Douglas “ShakerHand” Las Casas. O Matuto Moderno gravou o primeiro álbum entre dezembro de 1999 a fevereiro de 2000, com produção musical de Alexandre Fontanetti, e atualmente já tem 5 na bagagem, sendo o último ao vivo à maneira como eram gravados os álbuns na década dos anos 1970, em um sítio de Pedralva (MG). A maioria das faixas nesta discografia é de composições autorais, mas há ainda releituras de Curimbatá (Palmeira e Mário Zan), Navalha na Carne (Tião Carreiro e Lourival dos Santos), Rio de Lágrimas ( (Tião Carreiro, Piraci e Lourival dos Santos), Cabocla (Tonico e Tinoco), Empreitada Perigosa (Moacyr dos Santos), Peito Sadio (Raul Torres e Carreirinho), Papo pro Ar, (Olegário Mariano e Joubert de Carvalho), e Viola Cósmica (Pereira da Viola e Gildes Bezerra), com participações de Pereira da Viola, Pena Branca, Vidal França, Índio Cachoeira e Os Favoritos do Catira.