912 – Conheça o canto vigoroso e a viola bem tocada de Estrada Afora, álbum de estreia de Jackson Ricarte

O violeiro, cantor e compositor Jackson Ricarte enriqueceu o acervo de discos do Barulho d’água Música com exemplares do primeiro álbum da carreira, Estrada Afora, lançado em novembro de 2016 em plataformas digitais, com distribuição pela Tratore e que ainda no primeiro semestre deste ano terá show de lançamento na cidade de São Paulo, capital do Estado no qual desembarcou há 20 anos oriundo de Senador Pompeu (CE).  As 13 faixas de Estrada Afora, das quais uma é a instrumental Cearando na Viola (#10) são canções inéditas de autoria de Ricarte e de amigos compositores dele tais quais Aidê Fernandes, Braga, Cícero Gonçalves, Luís Avelima, Levi Ramiro e João Evangelista Rodrigues. Repletas de musicalidade brasileira, elas transitam entre a cultura caipira paulista e ritmos nordestinos, repertório que fica ainda mais mestiço com as participações especiais de Dani Lasalvia, Cícero Gonçalves, Katya Teixeira, Ruthe Glória e Socorro Lira. Com direção musical dos também violeiros Levi Ramiro e Ricardo Vignini (ambos também lançando álbuns novos, respectivamente Purunga e Rebento, que em breve serão contemplados com matéria neste blogue), Estrada Afora já conta com dois destaques nas plataformas digital da Napster e Tidal.

Jackson Ricarte estudou viola caipira na Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim e fez parte da consagrada Orquestra Paulistana de Viola Caipira, como Solista, e da Orquestra de Viola Caipira de São José dos Campos, nesta como assistente regente do diretor musical Ivan Vilela,  autor do prefácio do álbum inicial, abaixo reproduzido:

Desde que Violeta Parra resolveu cantar o folclore do povo chileno e AtahualpaYupanqui o do povo argentino, este canto de cantoria, camponês e depois urbano, ganhou força na América Latina. O Manifiesto del Nuevo Cancionero , enunciado em 1963, na Argentina, deu suporte à Canção de Protesto brasileira. Não devemos entender a Canção de Protesto apenas como um canto que se volta contra um governo ditatorial ou um estado de exceção. Este canto se caracteriza, sobretudo, por narrar as histórias e o cotidiano dos diversos povos, pessoas e culturas existentes. Muitos desses sem outras vias para registrar a sua história. Desta forma, este cancioneiro se manteve no Brasil nas vozes de inúmeros cantadores que tiveram em Dércio Marques o seu principal articulador. Dércio costurava pontas soltas deste Brasil de Dentro, juntando mestres de cantoria de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil. Atualmente, uma segunda geração desses cantadores desponta com força no cenário musical brasileiro. Jackson Ricarte é um de seus expoentes. Canto vigoroso, cheio de emoção, viola bem tocada, canções bem construídas. Jackson, embora viva há muito no Sudeste, resgata suas raízes no Nordeste de forma profunda, tanto na maneira como toca a sua viola como na que canta. Do cururu ao baião, Jackson desenha seu mapa sonoro por vertentes e ritmos do nosso Brasil. Um disco bonito e bem cuidado, o primeiro da carreira deste cantautor que promete enriquecer cada vez mais o nosso cancioneiro.

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