924 – Instituto Juca de Cultura recebe Déo Lopes, baluarte da música regional do Vale do Paraíba

O cantor e compositor Déo Lopes está comemorando 30 anos de carreira e mostrará parte de sua obra como convidado do Instituto Juca de Cultura no domingo, 2 de abril, a partir das 17 horas. O músico, natural da paulista Santo Antonio da Alegria, hoje residente no Vale do Paraíba, começou a trilhar a estrada profissional em 1980 promovendo apresentações em espaços concorridos como os palcos do Lira Paulistana, Fulô da Laranjeira, Tuquinha, Centro Cultural Vergueiro, Sesc Pompeia, em São Paulo, e Vila dos Artistas, em Osasco. Públicos dos estados de Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia, e Goiás, entre outros, também o prestigiaram neste período que configura seu jubileu de pérola; sem jamais renegar os próprios valores, nestas três décadas Déo Lopes compôs exprimindo anseios, amores, e crenças, além de respeito à ecologia e ao meio ambiente.

A discografia de Déo Lopes inclui discos em vinil, álbuns digitais solos e com o Trem da Viração — grupo que fundou com parceiros, e, desde 1998, já atraiu mais de 500 mil pessoas em turnês Brasil adentro; o Trem da Viração conta com Márcio de Oliveira (Santa Branca), Cauíque Bonsucesso (Lorena), Marcelo Moreira (Jacareí), André Braga (São José dos Campos) e Beto Quadros (Taubaté), tem formações musicais das mais ecléticas, mas todas com o DNA do caboclo do interior paulista, traço que se reflete nas composições que fazem parte do repertório do grupo;  há elementos rítmicos, melódicos e harmônicos que ressoam na cultura popular tais como catira, maxixe, batuque, pagode sertanejo, marchinha, congada, xote e baião; as letras reportam  fatos e personagens; cantou em programas como o Senhor Brasil, capitaneado por Rolando Boldrin; nestas várias oportunidades plateias e telespectadores puderam conhecer e apreciar particularidades de um jeito de fazer música que ocorre no Vale do Paraíba – extensão territorial onde se encontram municípios de grande porte como São José dos Campos e Taubaté, além de recônditos tais quais Monteiro Lobato, Cunha, São Luís do Paraitinga, e Canas, no estado de São Paulo, estendendo-se a Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Quatis, Rio Claro, Valença, Rio das Flores, Porto Real e Paraty, em território fluminense.

Trem da Viração, com Déo Lopes à frente, de chapéu, grupo que está na estrada desde 1998

Déo Lopes também protagoniza documentários e influenciou outros grupos a buscar caminhos próprios, além de produzir concertos, discos de outros artistas, e coordenar projetos de ação cultural em São Paulo, na Bahia e em Minas Gerais, conforme exposto ao final deste texto.

O Instituto Juca de Cultura é mantido pelo produtor, compositor e poeta Paulo César Nunes e fica na rua Cristiano Viana, 1142, a uma caminhada leve da estação Sumaré da linha 2/Verde do Metrô.

Discografia de Déo Lopes

1980 Voar (LP)
1982 – Canticorda (parceria com o violonista argentino Juan Falú, LP)
1984 – Certos caminhos (LP), de acordo com o produtor do blogue Criatura de Sebo, saiu pelo selo independente Musicanto. Déo Lopes, observa o Homem Traça, é “cantor e compositor de voz doce e repertório rico em poesia e melodias suaves”, com “influências da música mineira e do Vale do Paraíba, principalmente de São José dos Campos. “Sua temática passa pelas questões emocionais do Homem contemporâneo, suas relações com a natureza, o trabalho, as culturas tradicionais, com o elementar e eficaz acompanhamento de instrumentos de ‘pau e cordas’, além do piano e sax (…) Deste álbum, destaco a curiosa recriação da canção Respire Fundo do cabeça Walter Franco e Bicho Branco, tendo a participação do grupo vocal Quintaessência.

1988- Relação Natural (LP)
1993 –  Noite cheia de estrelas (LP)
1998 –Tesouros da Terra (CD/LP)
2004 – Levanta poeira, com a banda Trem da Viração (CD)
2008 – Chega junto, com a banda Trem da Viração (CD)

Outros projetos

1988 – Produção executiva do  disco da compositora paulistana Iris Thompson de Carvalho (O amanhã será melhor), com participações de Gilberto Gil, Ná Ozzeti, Luis Melodia, Moraes Moreira, Almir Sater, Zé Gomes, Agnaldo Rayol, Pixú, Paulinho Calazans; Déo Lopes canta duas canções de D. Íris

1994 – Projeto Gavião Maneiro, no bairro dos Freitas, São José dos Campos, onde recebeu  músicos como  Walter Franco, Renato Teixeira, Paulinho Pedrazul, Pereira da Viola, João Bá e Dércio Marques

1999 – Projeto Sibipiruna, em Monteiro Lobato, com o mesmo perfil do Gavião Maneiro.

2003 – Montou e produziu com o violonista Márcio Oliveira Ataulfo Alves em Concerto

2004 – Concerto Abaixo do Sol, com Márcio Oliveira e o sanfoneiro Cauique Bonsucesso

2007 – Concerto Noite Cheia de Estrelas, com Márcio Oliveira

2007 – Criou juntamente com a produtora cultural Bete Bino o Movimento da Terra, com duração de 2 anos, proporcionando oficinas para cerâmica, capoeira, música e cinema gratuitamente para a comunidade local;  as atividades perduram e acontecem semanalmente.

2007 – Com a banda Trem da Viração, participou em parceria com o Sesc de São José dos Campos do espetáculo 70 anos sem Noel Rosa

 

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