956 – Oficina em Sampa, com Fernanda Rivitti, desvenda universo e magia de Grande Sertão: Veredas

Uma travessia por Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, por meio de literatura, culinária e arte: esta é a proposta de Fernanda Rivitti para a oficina Veredas em Sampa que transcorrerá entre 2 e 4 de junho, na Unipaz, situada na Vila Mariana, bairro da zona Sul paulistana. Fernanda Rivitti é formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), professora contadora de estórias e dançaterapeuta. Leitora e pesquisadora do escritor mineiro há 10 anos, alia estes hábitos a expedições que empreende pela cidade natal do autor, Cordisburgo, e são tais experiências que permitirão aos inscritos percorrer episódios formadores de potente fio condutor e principais temas do livro.

Fernanda Rivitti (em primeiro plano, sorrindo) é leitora e pesquisadora do escritor mineiro há 10 anos e alia estes hábitos a expedições que empreende pela cidade natal do autor, Cordisburgo

“Chaves de leitura crítica iluminarão sentidos e belezas e vivências expressivas desvelarão alguns dos mistérios da obra e suas ressonâncias em nós”, garante Fernanda Rivitti, pós graduada em A Arte de Contar Histórias: abordagens poética, literária e performática“Para aqueles que nunca leram Grande Sertão: Veredas, esta será uma oportunidade de adentrar em um universo mágico e desafiador sem ter de ‘desbravar sozinho o sertão'”, emenda. “Para os já leitores, será um convite a se aprofundar em novos mergulhos e escutas, acompanhado por culinária inspirada na obra e cenário aconchegante montado com artes e apetrechos do Sertão de Guimarães Rosa.”

O prédio da Unipaz fica na rua Pedro Morganti, 76, nas imediações da estação Vila Mariana da linha 1/Azul do Metrô. O prazo para inscrições na oficina Veredas em Sampa terminaria em 25 de maio. Para mais informações, há o telefone 11 97130-3609 e o endereço virtual da coordenadora: vivapalavra.fe@gmail.com 

Em Grande Sertão: Veredas o sertão é visto e vivido de uma maneira subjetiva e profunda, não apenas como uma paisagem a ser descrita ou como uma série de costumes que parecem pitorescos. Esta visão resulta de um processo de integração total entre o autor e a temática e dessa integração a linguagem é o reflexo principal. Para contar o sertão, Guimarães Rosa utiliza-se do idioma do próprio sertão, falado por Riobaldo em sua extensa e perturbadora narrativa.

Encontramos em Grande Sertão:Veredas dimensões universais da condição humana – o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria – retratadas por meio das lembranças do jagunço em suas aventuras no sertão mítico, e de seu amor impossível por Diadorim.

A estilização das peculiaridades das falas sertanejas, sempre recorrente na obra de Guimarães Rosa, atinge seu auge neste consagrado romance. Rosa reinventa a língua e eleva o sertão ao contexto da literatura universal, compondo o cenário de uma narrativa lírica e épica, uma lição de luta e valorização do homem. Eleito um dos cem livros mais importantes de todos os tempos pelo Círculo do Livro da Noruega.

Dicas para ouvir Grande Sertão:Veredas

A obra do escritor João Guimarães Rosa, em especial o livro Grande Sertão: Veredas, tem merecido várias adaptações e releituras nos diversos campos das manifestações artísticas e, na música, espetáculos e discos que permitem à plateia e aos ouvintes conhecer o universo de Riobaldo, principal personagem do consagrado romance no qual o ex-jagunz conta aventuras guerreiras e espirituais mergulhado em atmosferas e sensações, não apenas narradas, mas também cantadas em sua prosa experimentalista e sonora. Um destes trabalhos que procuram aproximar o público do místico sertão roseano é o do violonista paulistano Alexandre Moschella, intitulado grande sertão: variações.

grande sertão: variações estreou em Bucareste, Romênia, em 2008 e, depois de apresentações em várias capitais brasileiras, em 2010 recebeu o Prêmio Funarte de Circulação Literária, como incentivo para uma nova turnê nacional. Trata-se de uma inovadora homenagem a Guimarães Rosa concebida na ocasião do centenário do mineiro de Cordisburgo, nascido em 27 de junho de 1908. O formato, inédito, consiste em um recital de violão inspirado em Grande Sertão: Veredas, obra-prima que se tornou um paradigma da literatura moderna brasileira e universal.

Moschella, também jornalista, comenta em seu sítio eletrônico que as apresentações são introduzidas pela recitação de breves textos extraídos do livro. “Partindo de minha experiência pessoal de leitura e escuta, proponho associações entre as obras musicais e trechos do romance”, afirmou, observando que procura explorar a alquimia entre a musicalidade literária e peças escritas para violão por compositores contemporâneos de Guimarães Rosa, entre os quais Heitor Villa-Lobos. A intenção é ir além da música de raiz normalmente associada à obra do também criador de Diadorim (e de outros escritores modernos), fazendo jus à rica estética literária por meio de um repertório que renda igual homenagem ao popular e ao erudito.

O Barulho d’água Música também recomenda entre outros trabalhos que mergulham no universo de João Guimarães Rosa os álbuns Rosário (do grupo paulistano Nhambuzim); Imaginário Roseano (dos mineiros Rodrigo Delage, João Araújo e Geraldo Vianna); Rosas para João (Renato Motha e Patrícia Lobato); Cartas ao Velho Rosa (Pedro Antônio); e Mineirada Roseana (Téo Azevedo) além do espetáculo O Sertão na Canção, protagonizado por Jean e Joana Garfunkel, pai e filha coordenadores do projeto Canto Livro.

 

 

Programação

02/06, Sexta-feira

18h – Chegada e acolhimento 

18h15 – Sala “Aconchego do sertão” (Apresentações): Um pouco de cada um de nós e de Guimarães Rosa

19h – Café com prosa

19h20 – 21h45 – Adentrando o “Grande Sertão”: O romance como experiência/O mundo misturado de Grande Sertão: Veredas/Narração Literária: Causos sobre o Mal

03/06, sábado

8h30 – Narração Literária:  O primeiro encontro
Travessia das águas: O rito iniciático de Riobaldo/Vivência: no sirgo fio dessas recordações

10h20 – Café com prosa

10h35 – Madrugada no São Gregório
Narração: A Canção de Siruiz
Mito e realidade: Riobaldo entre armas e letras
A canção: destino decifrado

12h15 – Vivência ao ar livre

13h- Almoço

14h30 – Roda de Leitura – Riobaldo e Diadorim: amor vem de amor/“A flor do amor tem muitos nomes”: A ascese alquímica pelo amor

16h – O Pacto Demoníaco
Tradição popular e literária: o que é o pacto?
Riobaldo forjando a si mesmo

17h15 – Café com prosa

17h30 às 18h – Roda de Leitura: O Pacto

18h – Narração Literária: Reflexões sobre o pacto
“Medo tenho é, porém, por todos. Digo ao senhor: tudo é pacto”

18h30 – Vivência ao pé do fogo

04/06, domingo

9h – Narração de episódio: Revelação Final
A convergência de todo o romance
Epílogo

11h30 – Café com prosa

11h50 – Vivência poética “Rosas para o Rosa”

12h30 – Encerramento

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