967 – Conheça o Ali na Esquina Sautner Rock, quinteto paulista com repertório próprio que mescla raízes brasileiras com rock sul norte-americano

O Ali Na Esquina Sautner Rock, grupo musical que mistura elementos, ritmos brasileiros e regionais ao rock tocado no Sul dos Estados Unidos, será atração da quarta-feira, 5 de julho, da Folk Rock Night que a casa paulistana Jazz nos Fundos  promoverá. A partir das 22h30, o público que frequenta o local poderá curtir criações autorais baseadas nesta inventiva interação que une a organicidade do rock de raiz caipira aos seus congêneres mais influentes como country, blues e jazz ao pagode de viola, cururu, vanerão, guarânia e até mesmo frevo e choro. André Batiston (viola e violão), Eduardo Moura (bateria), Gabriel Adorno (guitarra), Guadalupe Ayslan (teclado, sanfona e composição) e Léo Malagrino (baixo e composição), formados por Universidades e Conservatórios do Estado de São Paulo, fundaram o Ali na Esquina Sautner Rock em 2009 e desde que caíram na estrada  já circularam por cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Limeira, Sorocaba, Poços de Caldas, Bauru, Botucatu, entre outras. O primeiro disco, de 2014, saiu com apoio da Secretaria de Cultura de Campinas reunindo composições em que dialogam viola caipira com guitarras, sanfona com órgão Hammond, baixo e bateria, entre outros com os quais buscam afirmar uma nova estética instrumental. 

É dessa forma que simultaneamente à divulgação do seu trabalho, o grupo forma plateias de admiradores e alimenta o conhecimento musical produzido por uma geração de novos músicos brasileiros, transmitindo por meio de estilos consagrados um moderno repertório que reforça a cultura e identidades nacionais. “Assistir a um show da banda Ali Na Esquina é viajar em um mosaico de paisagens formadas a cada técnica aplicada à guitarra, baixo, sanfona, bateria e viola caipira”, definiu a equipe de reportagem da TV Unesp responsável pelo programa Som e Prosa que gravou com os cinco rapazes.

Para a apresentação de 5 de julho, o quinteto terá como convidado especial Gabriel Longhitano (voz e violão). Uma  hora antes do Ali Na Esquina Sautner Rock entrar em ação, está previsto o começo do show do cantor e compositor sueco Adam Evald, que está de passagem pelo Brasil, é conhecido por aqui e em países como, Rússia, Japão, Albânia, China, Grécia, Índia e México pelas melodiosas canções dentro do universo do que ele chama de “pop camerístico”, uma sonoridade hibrida entre música pop e folk, com um toque de música clássica idiossincrática; por meio de melodias cristalinas, entrelaçadas por letras que abordam o existencialismo, a natureza e a poesia, vão se criando camadas de sentidos e emoções. Adam lançou o primeiro álbum em 2015, batizado Love Knuckles Peace Dove, e atualmente vem trabalhando o repertório do seu próximo, White Night Black Out, previsto para chegar até o final de 2017. 

 

O Jazz nos Fundos fica na Rua Cardeal Arcoverde, 742, São Paulo, e para mais informações e compra de ingressos disponibiliza o telefone 11 3083 5975.

Trabalho semelhante ao do Ali na Esquina Sautner Rock é feito por Robson D’Angelo e Rogério Ribon. Ambos poderiam ter formado mais uma dupla “Robson & Rogério” como tantas outras que grassam (ou seria grasnam?) no mainstream, com direito à fama no programa do Faustão e de serem queridinhos da Fátima Bernardes, mas descobriram a encruzilhada na qual os rios Mississípi e Piracicaba se juntam e, na terceira margem desta confluência, onde apearam para beber da límpida água, encontraram Robert Johnson pescando com Tião Carreiro. Raul Seixas afinava uma viola e ao ver os dois rapazes perambulando por ali, convidou-os para fitarem um cigarrinho… de palha! Durante a prosa, o Maluco Beleza recomendou: para além do ouro dos tolos, busquem uma concepção alternativa de tocar; não precisa, necessariamente, ser uma metamorfose, ou um ponto extremo fora da curva, mas seria bom algo que passe longe do rame-rame que mantém famílias como macacos adestrados aos domingos no sofá, com seus saquinhos de pipoca e olhos calmos, apesar de tanto mau trato aos ouvidos!

D’Angelo e Ribon entenderam o toque. Entre um gole e outro, agora de uma boa destilada na roça, resolveram que botariam o pé na estrada. Unindo paixões ao agradável, conceberam após um ano e meio de pesquisas um projeto que ganhou um irrepreensível repertório, algo tão bom qual comer pamonha bebericando uma dose de uísque caubói. Ao som de uma viola de dez cordas (ponteada por Robson D’Angelo), e violões de aço e gaitas (tocados por Rogério Ribon) eles levam parte destas composições a espaços alternativos para apresentar o Pé no Blues — nome que ambos escolheram para o duo que mescla tradicionais blues norte-americanos de compositores como Johnson, Muddy Waters e Bo Diddley, com boas pitadas de música caipira. Temas como Sweet Home ChicagoLast fair deal gone down, a lendária Crossroads e Walking Blues, de Johnson, fazem parte dos shows, ao lado de Walking by myself (Jimmy Rodgers), Little red rooster (Willie Dixon)Before you accuse me (Bo Diddley) e dialogam sem barreiras com uma releitura gringa de A coisa tá feia (com direito à sinistra gargalhada daquele que carrega muitos dos que não são filhos de Deus em suas unhas)Canceriano sem lar (Raul Seixas)Bumerangue Blues (Renato Russo e Frejat) e ainda a divertida O mineiro, de Tony Damito.

 

Atualmente os músicos residem em Sorocaba (SP). D’Angelo é formado pelo Conservatório de Tatuí (SP), enquanto Ribon desde garoto tem as manhas com a viola e o violão, interesse que surgiu em Viçosa, cidade da Zona da Mata pão de queijo (MG). Desde os 14 anos ele também curte, estuda, toca e canta blues — gênero que inclusive o levou a pontificar em bares noturnos antes de se unir ao atual parceiro. “O blues e o caipira têm muitos pontos em comum e um deles, inclusive, é a possibilidade de homens simples que viviam no campo por meio da música ascenderem socialmente, além de obterem inserção cultural”, afirmou Rogério. “Além disso, há muita similaridade também nas afinações dos instrumentos, no modo de cantar e de sentir as composições, isto sem falar de aspectos fantásticos em torno das duas culturas, como os sinistros pactos que músicos promovem para se tornarem exímios violeiros”.

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