O Barulho d’água Música apresenta aos amigos e seguidores que ainda não a conhecem Maria Dapaz, cantora e compositora pernambucana, residente em São Paulo e que já soma 17 álbuns na bagagem, lançados entre 1981 e 2015. Desta prodigiosa obra, o blogue destaca Outro Baião (2013), indicado ao 25º Prêmio Brasileiro da Música, promovido em 2014. Gravado em Recife, capital do estado natal de Maria Dapaz, Outro Baião, conforme destaca o texto de apresentação disponível no sítio eletrônico da artista, é “uma explosão de brasilidade”. O autor do artigo, Luis Avelima, comenta, ainda, que o álbum a consolida como uma das compositoras de grandes possibilidades, traduzindo em suas canções a alma de um Brasil festivo e musical.
Maria Dapaz abriu seus caminhos pelo Brasil e mundo afora partindo de Afogados da Ingazeira (PE), na região do Vale do Pajeú, cidade na qual cresceu ouvindo cantores como Waldick Soriano, Clara Nunes, Roberto Carlos e Ângela Maria após sair de Jaboatão dos Guararapes, no mesmo estado. Em suas viagens e trabalhos ao longo da carreira tem dividido o palco e estúdios com nomes importantes dos cenários nacional e internacional, apresentando-se para várias plateias e protagonizando participações em festivais de prestígio tais quais o de Montreux (Suíça, país no qual residiu), Printemps (Bourges, França), o Festival de Nuremberg (Alemanha) e o Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal. Outro Baião, reúne composições próprias e em parceria com Xico Bizerra, Fátima Marcolino, Socorro Lira, Avelima, Jotta Moreno, Sampainho, Bira Marcolino e Luciano Nunes. O disco, do selo Atração Fonográfica, começa com Aconteceu, música plena do lirismo que a verve de uma poetisa como Fátima Marcolino sabe mostrar.
A filha de Zé Marcolino assina, também, Meus sonhos de papel, penúltima faixa do disco, cuja letra canta a saudade da terra e rememora tempos quando a poesia esteve presente em sua vida. Xico Bizerra, que já tem composições gravadas por estrelas como Elba Ramalho, contribuiu com duas ricas em imagens poéticas, como se vê em Fazendeira do Amor: “Se eu morrer de amor, me plante no seu jardim…”. Jotta Moreno, parceiro mais constante de Maria Dapaz, aparece em Pode parar de chororô (“agora é tarde para me dar carinho, tarde demais pra me falar de amor”), Um tantinho assim (“pra ser flor do teu jardim, faço o que você quiser”) e Aguamel, politicamente correta ao abordar um dos temas mais preocupantes na atualidade: a água em nossas vidas.
Já com Luís Avelima, Maria Dapaz se mostra verdadeira. A exemplo do Caetano Veloso de No dia em que eu vim-me embora, desce do Rio Pajeú, atravessa o São Francisco e firma-se na grande cidade para depois, vitoriosa, voltar para matar a sede e a saudade de seu chão, conforme se pode perceber em Princesinha da Ingazeira. Avelima ainda compôs Gume de ouro, sem dúvida um dos momentos encantadores de Outro Baião: “és o meu amor bonito, o amor mais que perfeito, quero me casar contigo, é só pedir, aceito”, e Minha aquarela junina, que explode em alegria e retrata a riqueza das festividades em louvor a São João, evento do mais importante da vida nordestina: “meu santinho, o azul de tua bandeira, é a cor mais verdadeira, o anil que é mais anil, o teu olhar tem o verde da palmeira e a tua cabeleira é a mata do Brasil”.
Bira Marcolino é o autor de Eu gosto de forró, música que pode perfeitamente entrar para o rol das antológicas. O baião que dá título ao CD tem parceira com Luciano Nunes, e registra a estreia desse jovem compositor e poeta. Em terras de bem amar, Maria Dapaz e Socorro Lira mostram a beleza e a leveza do toque feminino.
A produção musical de Outro Baião é da própria Maria Dapaz, que confiou a produção executiva e artística a Jocelyne Aymon. Para tornar o disco ainda mais especial, Maria Dapaz reuniu Mahatma Costa (sanfonas), Eliarth Brasil (violão aço), Cacau Assumpção (baixo), Raminho (zambumba, triângulo, pandeiro e agogô), Aymon (triângulo, agogô, ovinho e efeitos), Cezzinha (sanfonas nas faixas 1, 5, 8), além dos convidados Vannutti (guitarra, violão), Beto do Bandolim (bandolim), Alberto Guimarães (violão de 7 cordas), Tostão Queiroga (moringas e vassourinhas), mais a participação especial do cantor e compositor Maciel Melo em Eu gosto de Forró.
Para saber mais e encomendar os discos de Maria Dapaz visite www.mariadapaz.com.br
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Maria Dapaz recebeu o Título de Cidadã Afogadense, em abril de 2011, numa cerimônia com a presença de muitos amigos e familiares, honraria que reforçou em seu coração o pertencimento que a faz se sentir filha de Afogados da Ingazeira, cidade da família da mãe. A seguir, depoimentos sobre a importância da obra de Maria Dapaz para a música e a cultura nacionais:
Maria Dapaz, sem sombra de dúvida é uma das maiores cantoras do Brasil, tem uma das vozes mais lindas que já ouvi. Com seu violão canta e encanta o mundo por onde passa. Tudo isto sem falar da compositora maravilhosa que ela é. Só Deus, com sua bondade infinita, para presentear um ser humano com dons desse nível. Glorya Ryos (Cantora, compositora e radialista, São Paulo, 2007)
Tudo é poesia e boa música na arte de cantar dessa pernambucana encantadora. Alberico Rodrigues (Professor e escritor, São Paulo, 2007)
Maria é da leveza, da sutileza, da realeza, da proeza, da areia, da terra, da voz, dapaz. De Pernambuco para o mundo, trouxe na bagagem o que sempre soube fazer: música. Sua origem é seu poema, estrada e melodia. Sua voz é o que nos guia, no sertão e na cidade. Zé Terra (São Paulo, 2006)
Maria Dapaz é uma artista de muitas qualidades. Seja como autora, seja como intérprete, ela tem marca própria e um bom-gosto inquestionável. Da Cor Morena é mais um belo CD de sua estável carreira. Ricardo Anízio (Jornal O Norte, João Pessoa/PB, 2006)
Lugar cativo na MPB. Com um trabalho à base de cordas, a pernambucana Maria Dapaz mostra que é possível universalizar a música regional. César Rasec (Jornal A Tarde, Salvador, 26/01/2000)
Maria Dapaz resgata clássicos nordestinos com sotaque e afeto. Meu Lugar pode ser chamado de suite nordestina. Com este CD, Maria Dapaz aprofunda seu envolvimento com a música nordestina. O canto da intérprete e os arranjos de Bira Marques realçam a todo momento a beleza da obra gonzaguiana. Aluizio Falcão (Isto é Gente, 30/03/2000)
Um sabiá de saia. Maria Dapaz é das raras cantoras que nos deixam marcas profundas no peito, que nos enlevam, que nos faz meio bobos com sua voz de sabiá perdido ou uirapuru apaixonado. A voz de Dapaz é uma beleza : é simples, é pura, é doce, é dócil, segura. É uma voz que encanta. Assis Ângelo (Jornalista e pesquisador de MPB, São Paulo, 1999)
Com originalidade, a cantora e compositora pernambucana Maria Dapaz mostra todo o poder de seu canto afinado. Sempre com requintado tratamento acústico, ela intercala composições próprias com canções de Luiz Gonzaga e parceiros, como Riacho do Navio e Kalú. Vilmar Ledesma (Diário Popular, São Paulo, 27/09/1999)
Maria Dapaz mostra com seu canto sincero a sensibilidade e a beleza do repertório bem brasileiro que, acompanhados de arranjos que vão da sanfona ao cello, unem-se a um casamento melodioso e ritmado, mostrando que esta combinação dá certo. Ouvir clássicos como Estrada de Canindé, Kalú e Riacho do Navio na voz de Maria é realmente se sentir em paz. Zé Terra (Revista Borage, 15/09/1999)
Maria Dapaz. A eclética pop romântica. A cantora, compositora e violonista pernambucana Maria Dapaz é uma dessas artistas que nasceram para a música e têm muita força para seguir seu destino (O Norte-João Pessoa/PB, 12/11/1997)
Nordeste brilha no mundo. A cantora e compositora pernambucana Maria Dapaz marca o seu retorno ao Brasil com uma turnê-divulgação, exclusivamente em capitais nordestinas. Na voz, no canto ou nos acordes de seu violão, Maria Dapaz deixa evidentes influências de fortes personalidades como Clara Nunes, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João Bosco e Mercedes Sosa. Anamélia Araújo (Diário de Natal/RN, 02/12/1997)
Entre o Brasil e a Europa Maria Dapaz lança CD. A pernambucana Maria Dapaz é uma grata surpresa para quem escuta seu novo disco, Da pá virada… A artista canta e encanta em composições como Filha do Rei; Tudo Blue; Crack de rua; Vendedor de caranguejo (Gordurinha). Wilde Portela (Diário de Pernambuco, 12/12/1997)
Simples e forte. Assim é o disco Pássaro Carente, o 1º LP de Maria Dapaz , quase uma síntese de todas as influências desta jovem cantora desde que deixou Pernambuco e veio morar em São Paulo. Súplica Cearense (Gordurinha) ficou bonita demais. (Fonograma/SP,- Setembro de 1981)
Maria Dapaz: Essa mulher de timbre maravilhoso… Muito na sua, ela interpreta com muita classe e savoir-faire canções já conhecidíssimas, mas que com ela, não podem mais ser ouvidas na voz de outros. (City News, Campinas/SP, 24/05/1981)
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