Casa de espetáculos situada na região central de São Paulo está promovendo vários shows protagonizados por cantoras em homenagem ao mês da Mulher
Marcelino Lima
O Teatro da Rotina, situado em São Paulo, reservou as apresentações de março às comemorações do mês – que no dia 8 tem seu ponto alto, o Dia Internacional da Mulher — dedicado às lutas femininas e, para dar continuidade à programação especial, convidou Thamires Tannous. Cantora e compositora natural de Campo Grande (MS), Thamires Tannous estará no palco a partir das 21 horas da quarta-feira, 21, quando deverá mostrar canções inéditas que incluiu no segundo álbum da carreira, já em fase de produção. Além de suas composições, promoverá releituras de sucessos de outros compositores e parceiros, passeando por ritmos como o ijexá, o xote, a milonga e o chamamé. Irá acompanhá-la o violonista gaúcho Mateus Porto e os convidados para participações especiais Michi (Michael) Ruzitschka, Peter Mesquita e a cantora Tatiana Parra. Uma as novidades que fará parte do novo disco, Desaviso, já está disponível em clipe no canal Youtube. O single foi produzido por Ruzitschka, violonista austríaco residente no Brasil e acompanha uma fina mistura de percussão afro-brasileira com instrumentos acústicos como o violão e o violino.
Canto para Aldebarã revelou Thamires Tannous em 2014 e rendeu a ela o troféu Grão de Música , entregue pela cantora e coordenadora do projeto, Socorro Lira (PB), em dezembro de 2015. Com 11 faixas, o disco trouxe uma proposta singular ao cenário da música brasileira contemporânea e encantou público e crítica por conseguir costurar diferentes universos que ilustram a história e o perfil da cantora, temperando a descendência libanesa com essência tipicamente brasileira. A maioria das canções deriva de ritmos e de melodias árabes, o que dá a Canto para Aldebarã caráter inédito. Thamires assina nove das canções e completa o belo repertório com parceiros e importantes letristas dos quilates de Luiz Tatit, Kléber Albuquerque, Estrela Leminski e o português Tiago Torres da Silva.
As composições abordam amor, natureza e vida moderna ao som de harmoniosos arranjos que utilizam pandeiros e derbaques, violões e violinos, acordeons e guitarras, djembes e daffs. A intensa e ao mesmo tempo delicada voz da cantora não apenas amarra a boa instrumentação às faixas, bem como traz em sua sensibilidade um estímulo a conhecer mais do que há em nossas próprias raízes.
Canto para Aldebarã conta, ainda, com a participação de Dante Ozzetti, Ivan Vilela, Toninho Ferragutti, Sérgio Reze, Ricardo Herz e William Bordokan. Ozetti cuidou com especial zelo da produção e dos arranjos, conferindo ao primeiro álbum de Thamires Tannous a mesma qualidade que imprimiu a trabalhos de Itamar Assumpção, do Duofel, de Ceumar e de Ná Ozzetti, dentre outros artistas. (Vale a pena lembrar: Dante Ozetti possui dois Prêmios Sharp de Melhor Arranjador e Melhor Disco [Ná Ozzetti e Ná]; foi vencedor do III Prêmio Visa de MPB – Compositores [2000]; e classificou-se em segundo lugar no Festival Cultura – A Nova Música do Brasil [TV Cultura, 2005], com Achou!, em parceria com Ceumar e Luiz Tatit.)
Jazz, em Paris
Em entrevista concedida em junho de 2015 a Bianca Frossard, dO Globo, Thamires Tannous recordou que aos oito anos de idade já tocava violino na Orquestra Clássica de Mato Grosso do Sul, grupo no qual permaneceu por cinco anos até decidir largar o instrumento para se dedicar às aulas de canto. “O maestro me tirava do violino e me colocava para interpretar as músicas, pois de certo eu tocava mal”, brincou. “Foi ali que eu descobri que sabia cantar e desde então, virou minha paixão e nunca mais parei.”
Thamires deu um tempo na música ao trocar Campo Grande por São Paulo, onde veio estudar Publicidade e já está há 14 anos. Por três anos, trabalhou com Marketing até largar a profissão para se dedicar à carreira artística. “Minha família tem origem libanesa, cresci ouvindo muita música árabe. Eu e o Dante [Ozzeti, produtor de Canto para Aldebarã] decidimos explorar isso”, prossegue. “O disco mescla ritmos árabes com brasileiros e tem um libanês tocando o pandeiro. O resultado foi uma mistura de um pouco de todas as influências que tive”, complementou. Entre as 11 músicas, nove são delas e uma, Terra de Sonhos, é do conterrâneo Almir Sater.
Depois de lançar o primeiro álbum, Thamires Tannous partiu para jornada de intercâmbio no Centro Musical Didier Lockwood, uma escola de jazz na região metropolitana de Paris. “Nunca me vi como uma cantora de jazz, mas tudo que é novo expande caminhos, traz novas influências para o seu trabalho. Lá, estudei muito improviso vocal. Isso foi bem desafiador, comecei a me ver mais como uma instrumentista da voz do que como uma simples cantora. Ao tratar a voz como instrumento, sem a letra e a canção, parece que você ganha mais confiança ao cantar.”
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Serviço:
Thamires Tannous e Mateus Porto
(Participações de Filipe Massumi e Tatiana Parra)
21/03, 21 horas
Ingresso: R$ 20 (antecipado), R$40 na bilheteria
Teatro da Rotina: Rua Augusta, 912, São Paulo
teatrodarotina.org/ingressos
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