Já está disponível no canal Youtube, na página virtual e nas mídias sociais do cantor e compositor João Triska o videoclipe de Iguassul, que o paranaense gravou com a tribo Fulni-ô durante um ritual de pintura corporal. Triska é um dos mais novos talentos do Estado da região Sul e ao perceber a necessidade de compartilhar seu orgulho pela força do povo indígena sintetizou seus sentimentos em uma canção. Iguassul, nome também do seu segundo álbum, promove um reencontro com a cultura e alma indígenas, afirmou, complementando que o processo de criação deriva de pesquisas e leituras sobre a história do Paraná.
“Peguei o violão e coloquei pra fora todo o sentimento que tenho em relação à terra onde nasci”, contou o músico. Com referências de folk e música eletrônica, a canção torna-se forte e atual, trazendo à tona um tópico de importante abordagem ao povo brasileiro: o resgate com sua cultura mais profunda, a cultura indígena. O nome da canção vem também das pesquisas que possibilitaram a Triska descobrir que há registros de uma grafia antiga para o nome do Rio Iguaçu, escrita com ‘ss’. Ao adotar esse nome para a composição, ele pretendia, ainda, representar a ligação entre o Rio Iguaçu e a América do Sul. “Essa conexão cultural é muito característica dos povos indígenas e o continente latino-americano como um todo”, completou Triska, que além de Iguassul é autor de Nos Braços dos Pinherais.
Arnaldo Belloto é o responsável pela gravação, edição e direção do vídeo.
Ritual secreto
A tribo dos índios Fulni-ô forma o único grupo do Nordeste que conseguiu manter a própria língua – o Ia-tê (Yaathê) – viva e ativa, assim como um ritual a que chamam Ouricuri — que anualmente é realizado em mata ao longo de três meses, tempo em que têm contato com ritos criados por seus antepassados; pessoas que não fazem parte da tribo só podem ter acesso ao local secreto com autorização do pajé, mas nunca são permitidas enquanto transcorrem os rituais. A reserva Fulni-o se encontra assentada na cidade de Águas Belas, situada na zona fisiográfica do Sertão pernambucano, a 273 quilômetros da cidade de Recife, no território chamado Polígono das Secas, e cortada de Norte a Sul pelo rio Ipanema (Fulni-ô significa “índios agrupados à beira do rio”). De acordo com informações disponíveis no portal da Universidade Federal de Pernambuco, na seção do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade (Nepe), toda a aldeia deste segmento de indígenas somam 3229 pessoas, habitantes de uma área dividida em 427 lotes individuais que totalizam 11505 hectares.
Saiba mais sobre os álbuns, projetos e carreira de João Triska visitando o linque do Barulho d’água Música abaixo:
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