Violeiros reunidos em torno de uma fogueira no quintal do Centro Cultural Casarão, localizado no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP), nesta sexta-feira, 13 de julho, é um convite irrecusável, ainda mais quando eles prometem que a ocasião será “assustadoramente inesquecível”! não é? Pois o trio formado por bambas do instrumento comandará o primeiro Casarão das Violas da temporada, projeto em que se que presta reverência à viola de 10 cordas e às suas potencialidades, nas mais variadas vertentes. A cada nova rodada expoentes vindos de diversas regiões do país se apresentam naquele espaço dos mais convidativos e no qual sempre algo de extraordinário ocorre , sob a curadoria do violeiro, pesquisador e anfitrião João Arruda. Para esta edição, Arruda destacou o tema violas de cabaça e receberá enquanto a lenha estalar Levi Ramiro (Pirajuí/São Paulo) e Fabrício Conde (Juiz de Fora/MG), com participações dos violonistas Marcos Azevedo e Rafael Schimidt trazendo a sonoridade do violão também feito de cabaça.
O Centro Cultural Casarão promove os encontros já há dois anos. A meta é estabelecer diálogos com os (as) violeiros (as) de diferentes gerações e compartilhar com a plateia o que estão pensando, tocando, estudando e sonhando na lida com esse instrumento tão precioso para a nossa cultura popular.
Levi Ramiro
Natural de Uru, pequena cidade do Interior paulista, hoje residente em Pirajuí, o violeiro e artesão começou na música tocando violão popular. Em meados de 1995 adotou a viola como principal instrumento, absorvendo o universo cultural que veio ao encontro de suas raízes, motivo pelo qual ampliou sua produção musical, tanto na arte de tocar, como na de fabricar o instrumento. Com base nos valores da cultura caipira e misturando elementos que formam nossa música brasileira, Levi Ramiro celebra em suas composições a poesia e a simplicidade da vida interiorana.
João Arruda

Foto: Alik Wunder
Cantador, tocador de violas e percussões, João é um trovador apaixonado pela cultura musical dos povos, artista comprometido com a valorização e a recriação de temas e canções da cultura popular brasileira e da América Latina. Conhecido e admirado pelo seu carisma, irreverência e espontaneidade no palco, já gravou dois álbuns autorais e está presente em mais de outros 15 como artista convidado e produtor. Participou de mostras, festivais e programas de rádio e TV além de compor diversas trilhas sonoras para espetáculos, documentários, mostras e filmes.
Em 2007 gravou Celebrasonhos e seu mais novo trabalho solo é Venta Moinho, lançado em 2013. Sua trajetória musical inclui turnês pelo Brasil e Exterior percorrendo países como Argentina, Bélgica, França, Inglaterra e País Basco. Foi idealizador e é curador do projeto musical Arreuní, que promove encontros mensais com diversos artistas brasileiros e convidados; da Roda de Mestres, ao lado de Sinhá Rosária, João Bá e Tião Mineiro; e gravou o projeto Escambo com músicos franceses.
Fabrício Conde
Há vinte anos Fabrício Conde dedica-se aos estudos da viola caipira e da música instrumental brasileira, e, atualmente, em turnês pela América do Sul pesquisa músicas produzidas nas comunidades rurais de alguns países. Destas viagens e vivências resultaram as composições gravadas em Fronteira, seu mais recente álbum. O trabalho do mineiro juiz-forano alia sensibilidade e virtuosismo e já foi apresentado em vários países da América do Sul e Europa.
Fabrício gravou São de Viola (2001); Viola da Mata (2004); Viola Brasileira (2008); e Fronteira (2015), além do DVD autoral Âncora, transmitido pelo canal de TV Afro Music, na Espanha (2011); participou de diversos álbuns de coletâneas no Brasil e no exterior, entre eles Música Minas promovido pela revista inglesa Songlines (2010).
Fabrício Conde coleciona prêmios, entre os quais estão o XIV Prêmio BDMG Instrumental; o I Concurso Instrumental Estúdio 66, do Canal Brasil; sua obra também já foi selecionada para o Projeto Rumos Coletivo – Itaú Cultural; para o projeto Caixa Cultural que renderam apresentações em Fortaleza, Brasília e São Paulo; e para o projeto Quintas do BNDES, no Rio de Janeiro. Fora do campo musical, como escritor, é autor dos livros Causos, histórias e um pouco mais (Franco Editora), O caminho das asas (Roda e Companhia), selecionado pela Feira do Livro Infantojuvenil (Flinj) para a feira literária de Bolonha, Itália.