Reedição da Kuarup atualiza os caminhos da MPB dos festivais à era digital, revisada pelo autor à luz do cenário cultural do Brasil e do mundo em 2018
Responsável pela existência da sigla MPB (Música Popular Brasileira) e revelação do elenco, resultado de sua iniciativa, o ex-ator, ex-roqueiro, diretor, produtor e realizador Solano Ribeiro atualizou a pedido da Editora Kuarup o livro Prepare seu Coração — Histórias da MPB, já à venda nas melhores livrarias e que terá noite de autógrafos na loja do Shopping Leblon da Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro, em 2 de outubro, depois de ser lançado com a presença do autor em 18 de setembro na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo (veja guia Serviços)
As memórias de Solano Ribeiro são as do maior movimento musical que este país já teve — os Festivais — e que revelou os artistas mais talentosos de todas as gerações: Elis Regina, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gal Costa, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Jair Rodrigues, Itamar Assumpção e tantos outros, Relembra a parceria dele com as figuras mais criativas do universo artístico, entre elas, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Rogério Duprat, Lennie Dale, Augusto Boal e Júlio Medaglia, este autor de um dos prefácios, juntamente com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni
Mais do que desenhar a trajetória da música no Brasil, o livro de Solano Ribeiro traça a partir de relatos saborosos dos momentos de sua carreira a evolução tecnológica da indústria da televisão, cinema, publicidade e da música, visto que, o autor, eclético, trafegou por todas elas. Foi o introdutor no mercado da publicidade da televisão, do Cine VT, ao fazer a captação e imagens em película para depois editá-las em vídeo, processo utilizado ainda hoje.
Aos 79 anos e na mais plena atividade, Solano Ribeiro continua com sua missão de revelar os melhores talentos musicais do país juntando o rádio e a internet. Produz e apresenta o programa Solano Ribeiro e a Nova Música do Brasil há 11 anos na Rádio Cultura Brasil, transmitido também por várias emissoras brasileiras, A atração foi premiada pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) na categoria Iniciativa Cultural com o Troféu Catavento, evento criado para dar maior visibilidade à nova safra de cantores, músicos e compositores que participam do programa e que destaca os melhores do ano,
A sua mais nova causa é o portal no qual, sob sua curadoria, vai exibir o trabalho de artistas da nova geração que ainda não conseguiram qualquer exposição. “Serei o primeiro oldtuber porque acredito que esses novos talentos podem construir um movimento que será maior do que a Bossa Nova e os Festivais”, disse Solano.
Solano Ribeiro é o Cristóvão Colombo da Música Popular Brasileira A partir dos anos 1960, como idealizador e realizador dos grandes festivais da MPB nas TVs Excelsior, Record, Globo e Tupi, Solano vislumbrou todo um novo continente da canção do país. A plataforma dos festivais, muito antes do surgimento da internet e do ambiente digital para a difusão da música, e seu trabalho proporcionaram o surgimento de uma constelação de artistas.
Os festivais revelaram algumas dezenas dos maiores artistas da MPB, entre os quais (em ordem alfabética) Alceu Valença, Antônio Carlos (da dupla Antônio Carlos e Jocafi), Belchior, Caetano Veloso, Chico Buarque, Dori Caymmi, Ednardo, Edu Lobo, Elis Regina, Fagner, Francis Hime, Gal Costa, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Jair Rodrigues, Kleiton e Kledir, Leila Pinheiro, Maria Alcina, Maria Creuza, Marília Medalha, Martinho da Vila, MPB-4, Nara Leão, Originais do Samba, Os Mutantes, Oswaldo Montenegro, Paulinho da Viola, Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Sidney Miller, Tetê Espíndola, Tom Zé e Walter Franco. É impossível imaginar a MPB sem esse playlist.
Os festivais entraram em definitivo para o repertório da cultura nacional. Não estão mais na TV, mas são realizados às dezenas em todo o país e continuam lançando e promovendo artistas. Solano Ribeiro também não parou por aí: segue com seu programa Solano Ribeiro e a Nova Música do Brasil e com o Troféu Cata-Vento, eleição anual dos melhores da produção independente, nas rádios Cultura Brasil e Cultura FM, apresentando e descobrindo novos talentos da música brasileira.
Repertório brazuca
A gravadora Kuarup foi fundada no Rio de Janeiro em 1977 pelo produtor Mario de Aratanha e o saudoso fagotista Airton Barbosa, do Quinteto Villa-Lobos. Hoje, é uma das principais gravadoras independentes do país. Especializada em música brasileira, possui mais de 200 títulos em seu acervo, além de ter a maior coleção de obras de Villa-Lobos em catálogo no Brasil. O repertório traz choro, música nordestina, caipira, sertaneja, MPB, samba e instrumental, entre outros gêneros. A gravadora passou a atuar na edição de músicas e no mercado editorial de livros.
Serviço
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