1155 -Após sucessos em novelas, Rosa Marya Colin volta aos estúdios e grava ‘Rosa’

Novo disco traz, ainda, as faixas de ‘Vagando’, lançado pela Eldorado em 1980, que está fora de catálogo,  no qual a atriz interprete gravara canções inéditas de Djavan, Fátima Guedes, Vicente Barreto e Péricles Cavalcanti

A cantora Rosa Marya Colin, apesar de há um longo tempo morando no Rio de Janeiro, não perdeu o jeito discreto, mineiro de ser. Trabalhou quase em silêncio no novo álbum que está lançado pelo selo Eldorado/Nova Estação, mas que já chega fazendo barulho. Em uma das faixas, a balada É por você que eu vivo, revive sua parceria com Tim Maia. De Arlindo Cruz, mais conhecido pelos sambas de sucesso, ganhou o blues Eu canto esse blues. E o repertório segue com uma nova versão de Giz, da banda Legião Urbana; uma homenagem ao cantor Blecaute (1919/83) com General da Banda, além de músicas de Taiguara e de Itamar Assumpção (com Alzira E). O disco foi enviado à redação por Moisés Santana e Beto Priviero, sócios da Tambores Comunicações, aos quais somos gratos.

Os diversos talentos de Rosa Marya, ironicamente, foram responsáveis por seu afastamento dos estúdios de gravação de discos. Suas qualidades de atriz falaram mais alto e ela vem colecionando personagens em novelas e peças. Foi Tia Anastácia, do Sitio do Pica-pau Amarelo, mas fez também Ciranda de Pedra (2008) e Fina Estampa (2011). A mais recente delas foi Deus Salve o Rei (Globo/2018), na qual representou a misteriosa Mandingueira. No teatro, participou de montagens de sucesso como Hair (direção de Ademar Guerra/ 1970); O Ladrão de Bagdá (direção de Acácio Gonçalves e Ivan Lima), As noviças rebeldes e Cabaré Brasil, ambas dirigidas por Wolf Maya, em 1987 e 1998, respectivamente.

Sobre o repertório do disco novo, ela conta: “Meu método para a escolha é falar ao coração. Também não tenho problema com ecletismo, Por exemplo, Arlindo Cruz, que é esse grande nome do samba, um dia me encontrou num programa de TV e disse ‘tenho um blues para você’, Eu deveria recusar? Itamar Assumpção era amigo que tomava conta das orquídeas de Rosa Marya quando ela viajava. Man, dele com Alzira E, “é um recadinho para os homens se lembrarem de que homens e mulheres são energias que se completam e nenhuma é superior, Depois das 6, de Sylvia, ouvi com ela no show e não esqueci” .

Capa de Vagando, álbum revisitado em Rosa

Rosa traz como bônus todo o álbum Vagando, lançado há quase 40 anos. “Não foi pensado assim, mas acabou que um complementa o outro. Por coincidência, foram gravados num período de alguma agitação emocional em minha vida. A diferença é que, enquanto o novo, Rosa, talvez por ter um pouco mais de experiência com a vida, me dê ao direito de ser mais leve ou irônica, no Vagando, eu levava tudo muito a sério, Mas ambos são românticos e otimistas”. Vagando traz, entre outras, inéditas de Djavan (Romeiros), Fátima Guedes (Dancing Cassino), e a faixa-título, de Paulinho Pedra Azul.

Rosa Marya Colin nasceu na cidade de Machado (MG). Começou a cantar em emissoras de televisão (Tupi, Rio e Excelsior) e rádios (Mayrink Veiga, Tupi e Nacional), quando foi morar na cidade do Rio de Janeiro, na década dos anos 1960. Sua voz, de timbre grave, arrasou! No famoso Beco das Garrafas, fez um show ao lado de Wilson Simonal, com direção da dupla Miele & Bôscoli, e bombou. Já tinha um compacto e a participação no LP S’mhora, de Simonal. O primeiro bolachão, Uma Rosa com Bossa, saiu pela Odeon (1965). Depois, atuou na montagem brasileira da peça Hair, um musical moderno para época, de multo sucesso e um grande panfleto contra a guerra do Vietnã.

A partir daí vierem mais atuações cm teatro, filmes e novelas, Em paralelo manteve a carreira de cantora com álbuns como Céu Azul (1981); Garra (1983); Rosa Maria… Sing the Blues (1985) e outros. Também se tornou uma das vozes mais destacadas dos estúdios de gravação de trilhas sonoras, Um desses comerciais, para uma rede de lojas de departamento, foi a regravação ‘cool’ de California Dreamin, do grupo norte-americano The Mamas & The Papas que se tornou um sucesso nas brasileiras até hoje.

A carreira de Rosa Marya começou com Uma Rosa com Bossa e após um longo hiato dedicado à carreira de atriz ela gravou Rosa, (foto acima)

 

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