1157 – Baixe do blogue GPS Sonoro coleção de quatro álbuns com o melhor do flamenco

Discos gravados entre 2003 e 2007 reúnem  uma amostra do melhor deste gênero de todos os tempos, do clássico ao contemporâneo, nas vozes de expoentes como Paco de Lúcia, Camarón de la Isla, Tomatito e Niña Pastori

O Barulho d’água Música traz nesta atualização aos amigos e seguidores a dica para visitarem, conhecer e baixar do blogue GPS Sonoro a fantástica coleção de quatro álbuns Pa Saber de Flamenco, gravada entre 2003 e 2007 com  64 músicas (16 faixas por disco) que revelam uma amostra do melhor deste gênero de todos os tempos, do clássico ao contemporâneo. A obra também é uma boa seleção, acessível e de qualidade, dos diferentes modos de flamenco, de modo que o ouvinte compreenda como por meio desta manifestação cultural muito comum na Espanha, mas já universalizada, é possível se expressar dançando e cantando tristezas e alegrias, como se estivesse ora chorando, ora se regozijando. 

Estão presentes em Pa Saber de Flamenco os mais consagrados expoentes do gênero como o saudoso Paco de Lucía (vencedor do Prêmio Príncipe das Astúrias de Artes de 2004, ele morreu em 2014, no México), Tomatito, Carmen Linares e Manolo Sanlúcar, além de Mairena, Caracol, Bambino, La Paquera de Jerez ou Juanito Valderrama. Os produtores, claro, não deixaram de fora Camarón de la Isla, responsável pela evolução do flamenco contemporâneo, cantor que ficou conhecido por aqui ao gravar com Fagner La Leyenda del Tiempo (Ricardo Pachon/Garcia Lorca) em Traduzir-se, que o cearense lançou em 1981 e que na voz do espanhol de San Fernando (precocemente morto aos 42 anos, em 1992) abre o volume 1 de Pa Saber de Flamenco.

O repertório, enfim, é uma abordagem da realidade atual e do passado do flamenco e, sobretudo, conduz a uma viagem possibilitada pelas diferentes emoções e paixões da alma. O flamenco é considerado como a música, o canto e a dança cujas origens remontam às culturas cigana e mourisca, com influências árabe e judaica. A cultura do flamenco é associada principalmente à região da Andaluzia, na Espanha, assim como a Múrcia Estremadura, e tornou-se um dos símbolos da cultura espanhola. Em 16 novembro de 2010, foi declarado patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Originalmente, o flamenco consistia apenas de canto (cante), antes de passar a ser acompanhado por violão ou guitarra (toque), palmas, sapateado e dança (baile). O toque e o baile podem também aparecer sem o cante, de modo instrumental, embora o canto permaneça no coração da tradição do flamenco. Mais recentemente, outros instrumentos como o cajón (ou adufe, em português, caixa de madeira usada como percussão) e as castanholas foram também introduzidos assim como vários outros instrumentos como o violino, o cello e flauta, enaltecendo as nuances musicais além da tradicional guitarra.

Muitos dos detalhes do desenvolvimento do flamenco foram perdidos na história da Espanha e existem várias razões para essa falta de evidências históricas:

Os tempos turbulentos dos povos envolvidos na cultura do flamenco. Os mouros, os ciganos e os judeus foram perseguidos pela inquisição espanhola em diversos tempos;

Os ciganos possuíam principalmente uma cultura oral. As suas músicas eram passadas às novas gerações por meio de atuações em comunidade;

Durante muito tempo, o flamenco não foi considerado uma forma de arte sobre a qual valesse a pena escrever e esteve dentro e fora de moda por diversas vezes.

Foi nesta situação social e economicamente difícil que as culturas musicais de judeus, mouros e, principalmente, ciganos, começaram a se fundir no que se tornaria a forma básica do flamenco: o estilo de cantar dos mouros, que expressava a sua vida difícil na Andaluzia, os diferentes “compás” (estilos rítmicos), palmas ritmadas e movimentos de dança básicos. Muitas das músicas flamencas ainda refletem o espírito desesperado, a luta, a esperança, o orgulho e as festas noturnas durante essa época. Músicas mais recente de outras regiões de Espanha influenciaram e foram influenciadas pelo estilo tradicional do flamenco.

A primeira vez que o flamenco foi mencionado na literatura remonta a 1774 e está no livro Cartas marruecas, de José Cadalso. No entanto, a origem do termo “flamenco” continua a ser assunto bastante debatido. Muitos pensam que se trata de um termo espanhol que significava flamengo (“flamende”). Contudo, existem outras teorias. Uma das quais sugere que a palavra tem origem árabe, retirada das palavras “felag mengu” (que significa algo como “camponês de passagem” ou “fugitivo camponês”)

A chamada “época de ouro” do flamenco transcorreu entre 1869 e 1910, quando se desenvolveu rapidamente nos chamados “cafés cantantes. Os dançarinos de flamenco, em sua maioria de povos ciganos, também se tornaram atrações para o público desses cafés. Ao mesmo tempo, os guitarristas que acompanhavam esses dançarinos foram ganhando reputação e, dessa forma, nasceu, como uma arte própria, a guitarra do flamenco. Julián Arcas foi um dos primeiros compositores a escrever música flamenca especialmente para a guitarra.

A guitarra flamenca e o violão são descendentes do alaúde. Pensa-se que as primeiras guitarras (como é chamado o violão na Espanha) teriam aparecido em Espanha no século XV. A guitarra de flamenco tradicional é feita de madeira de cipreste abeto e é mais leve e um pouco menor que a guitarra clássica, com o objetivo de produzir um som mais agudo.

Ainda é possível encontrar em outros folclores da Andaluzia o instrumento bandurria, uma espécie intermediária entre o alaúde e a guitarra flamenca propriamente dita.

Categorias do flamenco

Alguns dos expoentes mais conhecidos do flamenco são:

Paco de Lucía: guitarra flamenca Jondo, guitarra clássica e contemporânea.
Camarón de la Isla: Cante flamenco
Vicente Amigo: guitarra flamenca, guitarra clássica e contemporânea.
Tomatito: guitarra flamenca e clássica.
Niña Pastoricante flamenco.
Paco Peña: guitarra flamenca e guitarra clássica.
José Mercécante flamenco

Devemos sempre levar em consideração que, com o passar do tempo, as artes têm evoluído e sofrido diversas influências e mesclas com outras técnicas provenientes de outros estilos musicais, de canto e de dança, o que ocasionará alguns trabalhos em fusão, mas que não caracterizam um novo estilo ou divisão dentro da Arte Flamenca como um todo.

No sentido horário Camarón de la Isla, Vicente Amigo, Tomatito, Niña Pastori, Paco Peña e José Mercé, nomes de ouro do flamenco. Na foto maior, Paco de Lúcia

“A música é o coração da vida. O amor fala por meio dela; sem isso não há bem possível e com ela tudo é belo.  A música pode nomear o inominável e comunicar o desconhecido.  Música é sinônimo de liberdade, de tocar o que você quiser e como você quiser. Desde que para o bem e tenha paixão, que a música seja a comida do amor.”

Este é o texto de abertura do blogue GPS Sonoro, sugestivo nome para um oceano virtual que permitirá ao desbravador conhecer e tentar baixar em formato mp3 (a maioria) e flac (em alguns casos), entre outras extensões, álbuns de cantores, duos, trios e grupos de países de praticamente todos os continentes — da Namíbia ao Canadá, do Kuwait à Guatemala, passando por Austrália, Chipre, Grécia, Alemanha, França, Itália, Portugal, Japão, China, Tunísia, Irã e chegando às Américas.

Os discos compartilhados permitem ouvir gêneros e ritmos dos mais diversos como blues, bolero, eletrônica, flamengo, folk, funk, fusión, jazz, música celta, new age, rumba, soul, world music e até MPB, samba e mangue-beat. Todas as entradas e comentários são em espanhol, mas com opção de tradução automática pelos navegadores.  Baixar para o computador é simples, mas há vários linques que apresentam falhas e podem não estar disponíveis, dependendo da data em que o álbum foi subido.

Capas e contracapas da série Pa saber de flamenco

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