1172 – Espetáculo multicultural em Brasília marca lançamento de “Afrodísia”, de Renata Jambeiro (DF)

Projeto do quarto álbum da cantora brasiliense ressalta a força da mulher e segue a linha de pesquisa  já apresentada nos três anteriores, com sambas que flertam com a cultura popular, dialogam com células rítmicas africanas e passeiam pelo Brasil e pela África*

Afrodísia, novo trabalho da cantora, compositora  e atriz brasiliense Renata Jambeiro, foi lançado em formatos de álbum e de vídeo com um espetáculo multicultural promovido em 25 de março, no Clube do Choro, em Brasília (DF). O projeto Afrodísia segue a linha de pesquisa já apresentada por Renata, com sambas que flertam com a cultura popular, dialogam com células rítmicas africanas, passeiam pelo Brasil e pela África e, dessa vez, refletiram influências da diáspora africana, explorando as culturas portuguesa e latino-americana.

O ponto norteador é a mulher, conforme aponta o texto de apresentação de Afrodísia divulgado pela assessoria de imprensa de Renata, explicando que “Afrodísia é aquela que gera, aquela que se permite dar e receber prazer”. É a dona de si, do seu mundo, a grávida de seus próprios desejos e poderes, pronta para dar à luz toda a própria potência, sua voz, sua verdade, sua sensualidade, sua dor e suas angústias, sua gargalhada mais aberta, seu olhar discreto, suas ordens dilacerantes, sua saia rodada, seu vento, sua espada e seu escudo.

Esta multifacetada mulher não esconde seus medos e é nesta revelação que acaba por afirmar sua valentia. Assume-se, assim, a mulher que pode ser guerreira e promotora da paz, sem dicotomias: a Afrodísia que se pretende retratar na obra atinge seu equilíbrio pela prática do amor e almeja, assim, ser também você, mulher, ambas grávidas de si mesmas, em primeira pessoa“Somos aquelas que estávamos esperando”, arremata o texto de apresentação.

Este objetivo de retratar essa imensidão a partir de um olhar em forma de canção impôs um novo mergulho em pesquisas, nos desejos musicais explorados por uma formação regional enxuta (com violão 7 cordas, cavaco, acordeon e percussão), que visa a receber diversos convidados (Daniela Mercury, Elza Soares etc.) Unindo o desejo de continuidade da pesquisa do samba e das culturas tradicionais, Renata Jambeiro promoveu nos álbuns a equidade de gêneros, equilibrando a todos, desde a composição ao palco. Afrodísia é, assim alma feminina, calor, flor, é amor.

Renata Jambeiro nasceu em Brasília, a poucos dias do Natal de 1981. Formada em Artes Cênicas, pela Universidade de Brasília (UnB), tornou-se finalista do Prêmio da Música Brasileira de 2016 (categoria Melhor Cantora de Samba) e foi premiada com seu álbum anterior, Fogaréu, na coletânea Prêmio Grão de Música, em 2016. Neste mesmo ano, Renata teve a música Levanta, escrita em parceria com João Martins, escolhida para compor a trilha sonora da novela A Lei do Amor, que a Rede Globo levou ao ar, em horário nobre (21 horas). E protagonizou turnê pela Europa, passando pelas capitais Lisboa e Paris, mais Porto, em Portugal.

Além de cantar, desde o início de sua trajetória Renata Jambeiro transita entre teatros intimistas e palcos, com performances que fazem vidrar os olhos e nos peitos pularem corações. Dona de multi-habilidades, atuou em mais de 20 espetáculos teatrais como atriz, coreógrafa, codiretora e preparadora corporal. Começou como bailarina, seguindo para a dança de rua, o jazz e a dança de salão, firmando-se posteriormente na dança contemporânea.

Em 2018, emplacou 18 anos de estrada como cantora e, agora com Afrodísia, soma quatro álbuns na carreira: Jambeiro (2007), Sambaluayê (2010/11, também em DVD) e Fogaréu (2015). O documentário Sambaluayê, Tradições do Brasil, arrebatou o Prêmio de Melhor Intérprete em Festival e rodou em shows por todo o Brasil e países como França, Alemanha, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Ouça os discos de Renata Jambeiro em: http://renatajambeiro.com.br/discos/

Renata Jambeiro já dividiu os palcos com vários músicos e fora deles ainda Integra o Bloco Carnavalesco Mulheres de Zeca (com Dorina e Nilze Carvalho, entre outras) e faz parte do corpo docente do Instituto Mpumalanga – Caravana do Esporte e das Artes (Unicef-ESPN-Disney) com a oficina Jovens em Ação, promotora do protagonismo juvenil por meio da arte. Nessa miscelânea de ações, ainda tem fôlego para ministrar cursos de samba e de atuação para cantores, além de cantar ao lado de artistas como Nícolas Krassik, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Ney Lopes, Dona Ivone Lara, Chico César, Monarco, Noca da Portela, Fabiana Cozza, Nilze Carvalho, Leandro Fregonesi, Ana Costa e outros grandes ícones da música nacional. Com shows sempre dançantes, enérgicos e performáticos, a cultura popular brasileira se aproxima das novas gerações e atende ao mercado internacional com material genuinamente brasileiro.

Equidade

O show de estreia de Afrodísia teve, em paralelo, também no Clube do Choro, exposição de imagens de fotógrafas de Brasília que retrataram diferentes visões e focos de temas relacionados às mulheres.

Para transformá-lo em um espetáculo completo, Renata Jambeiro convidou a atriz Cristiane Sobral (para interpretar textos), bailarinos, as cantoras da cidade Ana Reis, Litieh, Daniela Ribeiro e o coletivo Nós negras, formado por Teresa Lopes, Kiki Oliveira, Cris Pereira, Kris Maciel e a própria Renata Jambeiro.

A versão em formato vídeo de Afrodísia foi gravada na Casa Natura Musical, em São Paulo. Na equipe, durante todo o processo, um dos valores que orientou as tarefas foi equidade: empregou-se a mesma quantidade de homens e de mulheres na composição, no estúdio de som, entre os músicos, na produção e também no cenário, assinado por mulheres. 

Ambivalência

Antes do show, Renata Jambeiro concedeu entrevista à jornalista Mariah Aquino, do Correio Braziliense (CB), um dos periódicos  mais influentes do Planalto Central, da qual extraímos trechos, a seguir:

O nome [Afrodísia] veio de uma das faixas, compostas por Leandro Fregonesi e João Martins, conforme escreveu Mariah, ao que Renata Jambeiro observou:

“É a terceira vez que uma música do João Martins nomeia um álbum meu. Terminou por dar um norte para o que eu queria dizer”;

“O nome significa aquela que gera, é também ligado a ter sexualidade aflorada, mas na intensidade de ser quase uma patologia, aflorado demais. Isso é afrodísia, uma mulher que saiu de um lugar para outro lugar.”

Mais adiante, prosseguiu Mariah:

Renata constrói, pelas faixas do álbum, a imagem feminina não atrelada a nenhuma esfera. Renata dissera:

“Fala sobre uma mulher com muitos atravessamentos, muitos sentimentos. A gente fala de separação, de um novo relacionamento, de desejos, fala de pequenos abusos psicológicos que vão minando a confiança da mulher no dia a dia”.

A cantora também explora as particularidades que envolvem a vida da mulher negra nas faixas Uma mulher e Negra, apontou a jornalista do CB. Fogaréu, lançado em 2015 e que precede o lançamento atual, era mais ligado às culturas tradicionais. Em Afrodísia, conforme Renata,

 “continuamos no samba, mas também entramos na sonoridade latina” (…);

 “O samba flerta com outros ritmos. Temos forró, maracatu, samba de enredo, está tudo lá. É como se fosse uma mulher, nunca tem uma coisa só, são várias camadas.”

Para Mariah o empoderamento traduz, em síntese, o conceito desenvolvido pela artista:

“Quando uma mulher compreende sua força, ela passa a ajudar outras a encontrar a força delas também. Eu brinco e digo que Afrodísia pode ser quem você quiser. Qualquer um pode ser Afrodísia, até mesmo um homem”.


* Com

Maury Cattermol
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Correio Braziliense
Mariah Aquino

 

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