Show único de Na Lira da Canção-Entre Versos de Socorro Lira será seguido de sessão de autógrafos na Sala Paulo Moura do Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca
A audição aos sábados aqui no boteco do Barulho d’água Música, na cidade de São Roque, Interior de São Paulo, começou neste dia 27/4 com Na Lira da Canção-Entre Versos de Socorro Lira, gentilmente nos cedido pelo produtor cultural da Ritmiza Produções Maury Cattermol, ao qual agradecemos. O disco já se encontra disponível em várias plataformas digitais, mas para quem é ou estará na cidade do Rio de Janeiro e arredores na noite de 4 de maio, sábado que vem, fica a dica: o Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, promoverá na Sala Paulo Moura, a partir das 20 horas, um show de lançamento do álbum, protagonizado pelas cantoras cariocas Ana Costa, Dorina e Lu Oliveira.
Após a apresentação musical, as três cantoras destacadas para o projeto participarão de sessões de autógrafos. O espetáculo idealizado por Cattermol terá direção musical do violonista e arranjador Luiz Flavio Tournillon Alcofra e direção artística da cantora Mariana Baltar.
Ana Costa, Dorina e Lu Oliveira homenageiam com este projeto a cantora, compositora e escritora Socorro Lira interpretando canções de autoria da paraibana de Brejo do Cruz em um belíssimo e singular espetáculo de vozes. A cantoria, seguindo o álbum, será dividida em três atos para a apresentação do repertório de 13 trilhas, encerradas com a faixa bônus Poema Didáctico (Canção-Música do Mundo), que Socorro Lira escreveu em parceria com o escritor Mia Couto, de Moçambique. No primeiro ato, Ana Costa interpretará três faixas e, na quarta, cantará acompanhada por Lu Oliveira, passando o microfone à parceira. Lu, então, cantará mais três canções até chamar Dorina ao palco para o duo em Intersecção, um maracatu cearense. Deste ponto em diante Dorina assumirá as quatro últimas antes do bônus, para o qual retornarão Ana Costa e Lu Oliveira; no álbum esta faixa traz um convidado especial: o maestro e violinista italiano Emmanuele Baldini.

Socorro Lira já se apresentou em palcos de vários países da Europa,, América do Sul, África e Ásia (Foto: Patrícia Ribeiro)
Socorro Lira é uma das mais engajadas artistas da atualidade brasileira e vem se destacando por uma intensa e positiva militância nos campos cultural, político e em defesa do gênero, perfil que mereceu da cantora e jornalista Bia Aparecida o seguinte artigo:
“Eu sempre acreditei que ser mulher é termos a consciência da nossa infinitude em nós mesmas, das nossas várias camadas. São histórias dentro de histórias. É ancestralidade, é a sabedoria de quando uma olha a outra e consegue um respirar fundo em meio ao caos desse mundo chamado ‘moderno’, que, por vezes, não nos permite respeitar o nosso tempo, o nosso passo, nosso compasso.
Nascida – Maria do Socorro –, e, hoje, com – Lira – no nome, não à toa, pois carrega poesia na alma, Socorro Lira parece ter sempre sido dona de seu tempo. E ela e suas fases são o ponto inicial desse encontro de mulheres artistas que escolheram combinar e ajustar o passo, olharem-se e se debruçarem sobre a rica obra da compositora paraibana.
Ana Costa, Dorina e Lu Oliveira vão se esbaldar nas criações da compositora e, assim, de forma muito natural, haverá mais vida dentro da vida, como num ventre materno coletivo. Como diz uma de suas canções: “Deixa viver / deixa viver / Deixa / deixa eu ser…”, suas canções, agora, serão, viverão, mediante outras interpretações.
Há dias em que nós, mulheres, sentimos a necessidade de nos permitirmos nos aproximar de nós mesmas, como se, em nós, tivéssemos as respostas. E a arte, com certeza, está presente nesses momentos, tornando mais orgânico o encontro, fazendo dialogar mais facilmente com o olhar generoso e honesto, com a intenção de colocar o seu melhor no mundo.
Essa generosidade e honestidade são marcantes no trabalho de Socorro Lira. Nada é dito à toa, assim como as trajetórias das cantoras deste projeto que se inicia.
Com música e um bocado de poesia, vamos construindo um mundo menos sofrido para nossas pares. Com coragem, confiança e respeito à nossa intuição, vamos buscando a força para os questionamentos e mudanças necessárias.
E essa força Socorro coloca para fora ao compor, com muita delicadeza, mas, sobretudo, força! Força da mulher sertaneja paraibana de Brejo da Cruz que tem um mundo em suas canções. O fogo vai durar a noite inteira, sim, vai. E a quentura vai ser tão danada de boa que vai dar até calor na alma.”
Natural de Brejo do Cruz, interior do estado da Paraíba, Socorro Lira é cantora, compositora, escritora, produtora, poeta e vencedora do Prêmio da Música Brasileira com o disco Lua Bonita, em 2012, em homenagem ao centenário do compositor Zé do Norte.
Radicada em São Paulo e envolvida em diversos projetos artísticos e culturais pelo Brasil, Socorro Lira possui em sua discografia doze discos, dois EPs, 1 DVD e dois livros (A pena secreta da asa e A língua que a gente fala); um dos álbuns, Cantos à Beira-mar, em homenagem à escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, foi lançado há duas semanas, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo.
Ao lado do artista plástico Elifas Andreato e Roberto Tranjan, Socorro Lira produz a necessária e importante iniciativa Prêmio Grão de Música há seis anos e já levou sua obra para todo o mundo, passando por países da Europa (Portugal, Espanha, Grécia, França e Itália), América do Sul (Argentina e Venezuela), África (Moçambique e Gana) e Ásia (Japão). Por esta brilhante trajetória, ostenta em sua estante troféus como o Prêmio Europa (1998) e Cata-vento (2013), este de iniciativa do jornalista Solano Ribeiro.

Socorro Lira, à esquerda, recebeu entre os convidados especiais Fabiana Cozza para o lançamento do disco em homenagem a Maria Firmina dos Reis (Foto: Andreia Beillo/Barulho d’água Música)
Artistas e produtores
O violonista, arranjador e compositor Luiz Flavio Alcofra é professor da Casa do Choro, da Escola Portátil de Música (RJ) e Professor Substituto de Violão Popular da Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Doutorando em Documentação e História da Música, Luiz Flavio é integrante do sexteto Água de Moringa, do Conjunto Época de Ouro, do grupo Terno Carioca, do Forró do Kiko, da Furiosa Portátil e da Orquestra Pixinguinha na Pauta. Também participou da Orquestra de Cordas Brasileiras, da Orquestra de Violões Chiquinha Gonzaga, da Camerata Gama Filho e do grupo Alevare. Além dos álbuns autorais (Fotografia e Tresvarios, esse em parceria com Mauro Aguiar e a cantora Mariana Baltar), lançou em 2017, em duo com o cantor Marcos Sacramento, Aracy de Almeida, a Rainha dos Parangolés, produzido e roteirizado por Hermínio Bello de Carvalho.
Cantora que se dedica tanto à tradição do cancioneiro, quanto ao repertório contemporâneo, Mariana Baltar é, também, bailarina, formada em Licenciatura em Dança pela Faculdade Angel Vianna (RJ). Atuou em diversos musicais brasileiros e vem dedicando-se cada vez mais às áreas da direção de movimento e direção cênica de shows.
Mariana Baltar estreou como cantora em 2001, no projeto Gafieira Dance Brasil, criado por Paulo Moura e Cliff Korman. Integrou por 5 anos o circuito da Lapa, no Centro Cultural Carioca, de onde foi sócia-fundadora; lançou Uma dama também quer se divertir (2006), sendo indicada ao Prêmio TIM 2007 (Revelação). Seu segundo trabalho mistura o novo e preciosidades da música brasileira, como inéditas de Thiago Amud e regravações de Assis Valente e Wilson Moreira. Já o terceiro, Trevarios, celebra a parceria dos compositores Luiz Flavio Alcofra e Mauro Aguiar.
Em 2015 ganhou o Prêmio Grão de Música e atualmente atualmente grava ao lado do grupo Água de Moringa seu mais novo projeto em tributo ao compositor Aldir Blanc.
Na área de direção de movimento de shows, trabalhou extensamente com o grupo PianOrquestra e também com as cantoras Valeria Lobão e Lili Araújo, entre outros artistas. Atualmente concebe a direção cênica do projeto Cantos, Cores, em que divide o palco com as cantoras Alice Passos, Ilessi e Luisa Lacerda.
Com uma trajetória de sucesso, indicada quatro vezes como melhor cantora de samba no Prêmio da Música Brasileira, Ana Costa foi eleita Revelação no 5º Prêmio Rival Petrobras de Música, considerada um dos talentos de 2006, por Antonio Carlos Miguel, e a cantora da música-tema Viva Essa Energia, dos Jogos Pan-Americanos 2007, junto com Arnaldo Antunes.
Em sua trajetória, Ana Costa tem cinco álbuns e um DVD e fez inúmeras participações especiais em projetos, tais quais o disco Disney Aventure in Samba, cantando ao lado de nomes consagrados do samba; o disco Pra Desengomar, de Moyseis Marques, além do álbum de Martinho da Vila Poeta da Cidade – Martinho Canta Noel, em homenagem aos 100 anos de Noel Rosa; do DVD 10 anos de Lapa, do grupo Casuarina, e do projeto multiplataforma SambaBook Martinho da Vila.
Dorina é dona de uma voz inconfundível e tem em sua trajetória como intérprete nove discos e dois DVDs. O currículo ainda inclui um Prêmio Sharp (Melhor Cantora de Samba), além de turnês na Europa, Ásia e América do Sul em mais de vinte anos de carreira. Premiada e respeitada no terreiro do samba, Dorina já dividiu palco e turnês com Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Wilson das Neves, Moacyr Luz, Almir Guineto, Luiz Carlos da Vila e Cláudio Jorge, entre outros.
Uma voz com potência, emoção e verdade. O palco é o seu lugar, e o canto, sua vocação. Dona de um timbre belo e sofisticado, carregado de alma, Lu Oliveira leva para o seu trabalho o suingue e a intensidade herdadas da sua descendência brasileira e portuguesa, o que faz de seu canto uma grande festa.
Lançou seu primeiro disco Sou Eu em 2013 e foi aclamada por nomes como Roberto Menescal, Zé Renato e Moacyr Luz, autores das seguintes declarações:
“Que desperdício não ter conhecido Lu Oliveira até hoje” (Roberto Menescal)
“Lu veio pra ficar, isso eu garanto.” (Moacyr Luz).
Em 2017, ela participou de No Voo do Urubu, disco do maestro Arthur Verocai, e em 2018, junto de Moacyr Luz, Nego Álvaro e Rafael dos Anjos, registrou sua voz em nove canções do poético Cartas Africanas.
O maestro e violonista Emmanuele Baldini nasceu em Trieste, Itália, e está radicado no Brasil desde 2005, país no qual ingressou como spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), função que exerce até os dias atuais. À frente de muitos projetos e turnês nacionais e internacionais, Baldini carrega em sua trajetória mais de vinte discos e fundou o Quarteto Osesp (atualmente formado pelo próprio, Davi Graton, ao violino, Peter Pas, à viola, e Heloísa Meirelles, ao cello. Integra o Trio Arqué (com o pianista Horácio Gouveia e a cellista Heloísa Meirelles), e assina como diretor artístico da chilena Orquesta de Cámara de Valdivia (OCV), além de apresentar o programa de música clássica Contrastes, na Rádio Cultura, aos domingos.
A produtora Ritmiza adquiriu, em pouco tempo, grandes nomes e projetos de sucesso em seu currículo. Começando pela área da produção fonográfica e executiva, a Ritmiza lançou o terceiro álbum do projeto Samba do Trabalhador que rendeu indicação e premiação no Prêmio da Música Brasileira, em 2016; assinou o registro do cantor e compositor Marquinho Sathan (outra personalidade colecionadora de prêmios da música popular brasileira) Ao vivo, em comemoração aos seus 31 anos de carreira; o álbum e o DVD Dorina canta Sambas de Aldir e Ouvir, da cantora Dorina; Cartas Africanas: Moacyr Luz e Carlos di Jaguarão, do cantor e compositor Moacyr Luz; CD e DVD Afrodisia da cantora e compositora Renata Jambeiro; CD Miniaturas de Oswald, do pianista Nahim Marum; CD A Canção e o Violino do violinista e maestro Emmanuele Baldini e da soprano Manuela Freua, entre outros.
A Ritmiza esta à frente de diversos projetos com artistas nacionais da MPB e também atingiu o âmbito erudito a partir da produção artística do violinista e regente italiano Emmanuele Baldini (Spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, OSESP), Nahim Marum (piano), Matthew Thorpe-violino (Estados Unidos), entre outros.
Serviço
Lançamento de Na Lira da Canção – Entre Versos de Socorro Lira
Ana Costa, Dorina e Lu Oliveira
Sábado, 4/5, 20 horas
Sala Paulo Moura do Centro da Música Carioca Artur da Távola
Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca, Rio de Janeiro
Ingresso: R$40 (inteira) R$20 (meia entrada), apenas em dinheiro, com vendas na bilheteria da casa entre quarta e sábado, das 14h às 20h; domingo das 14h às 17h
Telefones:☎ (21) 3238-3880 e 3238-3831
centrodamusicacarioca.cultura@gmail.com
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