A unidade Santo André do Sesc de São Paulo terá entre suas atrações apresentará na sexta-feira, 17 de maio, a partir das 21 horas, uma apresentação do Conjunto João Rubinato. Em 14 de abril, o programa Sr. Brasil, apresentado por Rolando Boldrin na TV Cultura, exibiu entre a gravação da passagem pelo palco da unidade Pompeia o grupo fundado em 2 de dezembro de 2009 com o objetivo pesquisar, recolher e difundir a obra menos conhecida de Adoniran Barbosa (nome artístico de João Rubinato). A pesquisa abrange a obra musical, a trajetória como ator de rádio, cinema e televisão, e aspectos da vida pessoal do autor de Trem das Onze, entre outras composições das mais admiradas há gerações. Para quem perdeu, o linque da apresentação está disponível na internet e pode ser acessado pelo endereço eletrônico https://www.youtube.com/watch?v=DK6XAaHNivE
O Grupo João Rubinato também realiza encontros com pesquisadores, parceiros, colegas e familiares de Adoniran, como meio de potencializar a memória viva de João Rubinato. Em 2017, após intenso trabalho de pesquisa, o conjunto lançou o disco-livro Adoniran em Partitura: 12 canções inéditas, álbum de estreia premiado pelo edital ProAC 2016 – Gravação de Álbum Inédito de Canção.
Compostas entre 1935 e 1970, as músicas vêm acompanhadas de suas raríssimas partituras originais e de um texto exclusivo sobre o início da carreira do artista. Ao longo de sua trajetória, o grupo se apresentou em diversos espaços como SESC, Theatro Municipal de São Paulo, Itaú Cultural, Casa de Francisca, Teatro Porto Seguro e dividiu o palco com artistas renomados tais quais Baby do Brasil, Luiza Possi, Tiago Abravanel, Paulo Miklos, Eduardo Gudin, Carlinhos Vergueiro, Osvaldinho da Cuíca, entre outros.
Em 2017, o conjunto participou do documentário biográfico Meu Nome é João Rubinato, de Pedro Serrano, e em 2013 foi citado na segunda edição do livro Adoniran – dá licença de contar, do pesquisador Ayrton Mugnaini Júnior.
Os integrantes do Conjunto João Rubinato são
Maiara Moraes
Flautista e compositora, formou-se em flauta popular pelo Conservatório de Tatuí e pela Emesp, além de estudar na Escola Municipal de São Paulo. Graduou-se em licenciatura pela Udesc e no mestrado em música pela Unicamp, onde realizou pesquisa sobre o flautista Copinha. Em 2018 lançou seu primeiro disco solo, chamado Nós. Dedica-se ao estudo da música popular latino-americana, especialmente a brasileira, com foco na interpretação e improvisação.
Gregory Andreas
Cavaquinista, cantor, compositor e arranjador, já acompanhou artistas como Germano Mathias, Jair Rodrigues, Alcione, Riachão, Osvaldinho da Cuíca, Edil Pacheco, Wilson Moreira, entre outros. Foi idealizador e arranjador do projeto Deixa Ismael Falar, no centenário de Ismael Silva. É fundador do Trio Gato com Fome (CDs Trio Gato com Fome e Em Busca dos Sambas de Raul Torres) e integra o grupo Bambas de Sampa (CD Todo Mundo Tem Que Falar).
Verônica Borges
Percussionista e socióloga, desde 2006, é ritmista de escolas de samba e blocos de carnaval de rua. É regente do Bloco Pagu e atua como surdista também no Conjunto Picafumo, ao lado do sambista da velha guarda Toinho Melodia. Já tocou ao lado de mestres como Seu Carlão do Peruche e Osvaldinho da Cuíca. É integrante do Coralusp, sob regência de Tiago Pinheiro. Ministra oficinas de percussão e dedica-se ao debate sobre a atuação das mulheres na música.
Cadu Ribeiro
Percussionista, cantor e compositor, já tocou ao lado de artistas como Riachão, Jair Rodrigues, Germano Mathias, Alcione, Wilson Moreira, Osvaldinho da Cuíca, entre outros.
Integra os grupos Trio Gato com Fome e Bambas de Sampa. Participou de gravações em discos de nomes como Osvaldinho da Cuíca, João Macacão e Douglas Germano. Além disso, de 2005 a 2008 produziu o programa Sr. rasil, apresentado por Rolando Boldrin, na TV Cultura.
Soraia Ioti
Cantora, compositora e antropóloga, iniciou as atividades no samba como pesquisadora, defendendo mestrado na Unicamp em 2004 sobre a velha guarda do samba paulistano. Participou de diversos álbuns, entre os quais Osvaldinho da Cuíca 70 anos, SP em Retalhos e Nossa Chama canta Osvaldinho da Cuíca. É compositora da Comunidade Samba da Vela, cantora e porta-estandarte do Cordão Carnavalesco Ziriguidum e solista do Grupo Musical Teses de Canto Lírico.
Ivan Banho
Percussionista e produtor musical, já acompanhou artistas como Altamiro Carrilho, Toninho Carrasqueira, Dona Inah e Luizinho 7 Cordas, entre outros. Com Licenciatura em Música pela Faculdade Paulista de Artes, integrou o projeto Pixinguinha na Pauta (Maestro Branco) e o VII Festival Sonamos Latinoamérica (Argentina) com o grupo Bora Barão. Participou de diversos discos como produtor e percussionista e é diretor musical do álbum Vitoru Kinjo (2017).
Laura Santos
Clarinetista popular e erudita, formou-se na Escola Brasileira do Auditório Ibirapuera em 2017 e atualmente cursa Bacharelado em Clarinete na Unesp. Atua em diversos grupos e formações, como Samba da Sardinha, Bloco do Fuá, Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Tom Jobim (Jazzinha), e acompanha artistas como Aloysio Letra, Toinho Melodia, Lão Gomes (Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde) e Paulo Aliende.
Cadu Barros
Violonista de 7 cordas, formou-se no Conservatório de Tatuí em 2017. Participou de diversas gravações, shows e master classes no Brasil e na Europa. Em 2014 e 2017 se apresentou no Festival Chorando Sem Parar, realizado em São Carlos. Em 2015, foi convidado a se apresentar no Festival Internacional da África e do Universo Afro – AfroCaña, realizado em Barcelona, Espanha. Hoje cursa licenciatura em música na Faculdade Integral Cantareira.
Tomás BAstian
Pesquisador, músico e professor de filosofia, é idealizador e diretor do Conjunto João Rubinato e de seu principal projeto: o disco-livro Adoniran em Partitura: 12 canções inéditas (ProAC 2016). Também concebeu e coordenou os projetos Versaria.sp: encontro de comunidades e improviso poético nos batuques paulistas (ProAC 2010) e A Ingoma Paulista: samba de bumbo, jongo e batuque de umbigada (ProAC 2009). Doutor em filosofia pela USP, atua como professor universitário desde 2003.

O Conjunto João Rubinato vai se apresentar no Sesc Santo André em 17 de maio (Foto: Merylin Esposi)
DISCO-LIVRO
Fruto de um cuidadoso trabalho de pesquisa, o disco-livro Adoniran em Partitura, álbum de estreia do Conjunto João Rubinato, traz a público 12 canções inéditas do mestre do samba paulista. Compostas entre 1935 e 1970, as músicas vêm acompanhadas de suas raríssimas partituras originais e um texto exclusivo sobre o início da carreira do artista, ilustrado com fotos e reportagens da época.
Participações especiais
O álbum conta com a participação especial de artistas que trabalharam e conviveram com Adoniran, como Eduardo Gudin, Carlinhos Vergueiro, Osvaldinho da Cuíca e a cantora do rádio Esterzinha de Souza, além do sambista Toinho Melodia e a cantora Regina Cordovil. “Foi uma honra ter participado do projeto do Conjunto João Rubinato, com inéditas do meu parceiro e amigo Adoniran Barbosa. Trabalho sério de pesquisa e musicalmente de muito bom gosto”, aponta o músico Carlinhos Vergueiro.

Adoniran e Carlinhos Vergueiro, início dos anos 1980
DOCUMENTO HISTÓRICO
Além das gravações, o disco-livro traz os fac-símiles das partituras originais, apresentando-se como um verdadeiro documento histórico da música brasileira, já que preenche uma lacuna significativa da obra do maior ícone do samba paulista. Para Sergio Rubinato, sobrinho de Adoniran, este trabalho “supera em muito as inúmeras tentativas de garimpo da obra deste compositor”.
O músico Eduardo Gudin, amigo e parceiro de Adoniran, ressalta a qualidade do “magnífico projeto do Conjunto João Rubinato, um trabalho seríssimo, com farta documentação e pesquisa, que começa na década de 1930 e revela como Adoniran foi criando essa linguagem tão pessoal, eu diria chapliniana”. E faz questão de diferenciar este projeto de outras iniciativas semelhantes, que geralmente supervalorizam suas “descobertas” e mesmo sem a devida comprovação “já vão logo gravando e tornando público o material, como verdade”.

Eduardo Gudin e Adoniran na produtora Realejo, 1981
faixa-relíquia
Há somente uma canção deste disco-livro que não foi registrada em partitura: o samba Duas horas da madrugada, de 1970, parceria inédita de Adoniran Barbosa com o maestro Hervé Cordovil. Exemplo da minuciosa garimpagem realizada pelo Conjunto João Rubinato, esta música foi encontrada primeiramente na memória viva de Regina Cordovil, filha do maestro; e, pouco tempo depois, em uma gravação caseira do próprio Hervé cantarolando a composição ao piano – verdadeira preciosidade reproduzida na última faixa do disco, carinhosamente batizada de “faixa-relíquia”, e transcrita em partitura pelo conjunto.

Cópia realizada à mão por um dos últimos copistas (Toniquinho Batera) à moda antiga
SOBRE OS TEXTOS
Como abertura, o livro traz um texto exclusivo sobre o início da trajetória artística de Adoniran, ilustrado com fotos e reportagens da época. Antes de cada partitura, há breves textos com informações sobre a composição, assinados pelos músicos e pesquisadores Tomás Bastian, diretor do Conjunto João Rubinato, e Ayrton Mugnaini Júnior., autor da primeira grande pesquisa sobre a obra de Adoniran Barbosa.
Encomende o seu exemplar pelo email projetojoaorubinato@gmail.com
VARREDOR DE RUAS,, ENCANADOR…
Vi o texto do Adoniran
Vocês sabem que o acompanhou na primeira gravação ? Que orquestra?
Um comentário que ouvi dizia de Nicolino e sua orquestra que era do bixiga , confirma ?
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