Autor de 17 álbuns, peças de teatro e romances que arrebataram o Jabuti é o 13º brasileiro a ganhar a honraria instituída em 1989 e em cuja lista constam João Cabral e Jorge Amado
O compositor, cantor e escritor Chico Buarque é o vencedor do 31º Prêmio Camões, considerado o mais importante troféu literário da Língua Portuguesa. O carioca é primeiro autor ligado á música e o 13º brasileiro a figurar na ilustre lista que entre os compatriotas inclui João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan Nassar (2016). No mesmo panteão Chico Buarque fará companhia a ganhadores como o português José Saramago (1995), o moçambicano Mia Couto (2013), e Germano Almeida, escritor de Cabo Verde, consagrado em 2018¹.
A decisão a favor do autor do romance Leite Derramado e de sucessos como Construção saiu na terça-feira, 21 de maio, durante reunião realizada na Biblioteca Nacional, no Centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ) da qual participaram representantes do Ministério da Cultura de Portugal e da comunidade artística africana².
Chico Buarque receberá cem mil euros (R$ 450 mil) pelo conjunto da obra que inclui 17 álbuns de estúdio, as peças Roda Viva (1968), Calabar (1972); Gota D’Água (1974) e Ópera do Malandro (1978), a novela Fazenda Modelo (1974), a obra infantil Chapeuzinho Amarelo (1979) e os romances Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e O Irmão Alemão (2014). O Camões reforçará a galeria que entre outros prêmios conta com o Jabuti pelos livros Leite Derramado, Budapeste e Estorvo. Em 2017, depois de um hiato de seis anos, Chico Buarque gravou e lançou Caravanas, com o qual visitou em turnê várias cidades do país e Portugal.
¹ O júri do 31º Prêmio Camões foi formado por Manuel Frias Martins, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Críticos Literários; Clara Rowland, professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Antonio Cícero, ensaísta brasileiro e poeta; Antonio Hohlfeldt, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Ana Paula Tavares, poeta angolana e professora universitária em Lisboa; Nataniel Ngomane, professor da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique
² Considerado o principal prêmio de literatura em língua portuguesa, o Camões foi instituído em 1989 pelo Brasil e por Portugal. De acordo com o Ministério da Cultura de Portugal, a escolha reconhece anualmente “escritor cuja obra contribua para a projeção e o reconhecimento da língua portuguesa”.
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