O “representante de luxo do Clube da Esquina” e a Orquestra Fantasma apresentam músicas do álbum duplo que comemora 50 anos de carreira do cantor, compositor e instrumentista considerado o “rei da harmonia”
Dois meses depois de lançar na unidade 24 de Maio do Sesc paulistano seu novo álbum, o cantor e compositor Toninho Horta estará de volta à cidade de São Paulo para uma apresentação única no palco da Galeria Itaú Cultural. Com interpretação em Libras e entrada franca, Toninho Horta e a Orquestra Fantasma serão atrações a partir das 19 horas do domingo, 23 de junho, quando a plateia ouvirá as músicas de Belo Horizonte, o novo trabalho do fundador do Clube da Esquina e seus músicos, gravado para comemorar os 50 anos de carreira do belo-horizontino que Tom Jobim apelidou de “rei da harmonia”, comparado pelo guitarrista e produtor norte-americano Sandro Albert com um dos maiores e incontestáveis gênios das artes de todos os tempos “Ele [Horta] revolucionou a harmonia moderna no jazz e na música brasileira da mesma maneira que Pablo Picasso fez com as artes plásticas no cubismo.”
Nestes 50 anos de estrada e com 70 completados em dezembro de 2018, Horta já assinou mais de 20 álbuns autorais e dividiu o palco com gente graúda como Milton Nascimento, Dori Caymmi, Edu Lobo e Hermeto Pascoal. É dele sucessos como Manuel, Audaz (em parceria com Lô Borges), Diana (gravado pelo Boca Livre) e Falso Inglês (que integra o repertório de Sá e Guarabyra), por exemplo, e no concerto que leva o nome de sua cidade natal o programa do disco, duplo, traz Segue em paz, em dueto com Bituca, “Beijo partido” e “Aquelas coisas todas”, entre outros sucessos em aproximadamente 70 minutos.
Quando Toninho Horta visitava São Paulo, em abril, o Caderno de Cultura do jornal O Estado de São Paulo o descreveu como um representante de luxo do Clube da Esquina” que “mesmo quando é pop, não perde a elegância”. Em Belo Horizonte o repertório afirma esta sacada e acrescenta às já acima mencionadas Pedra da Lua, Bons Amigos, Meu Canário Vizinho Azul, Durango Kid, Saguin, Aqui Ó! e Céu de Brasília.
Já no segundo disco, “como o olhar que procura o que está na frente”, apontou o jornal paulistano, aparecem temas inéditos — como Samba Sagrado, Villekilde Friends e Belo Horizonte –. ao lado de Ilha Terceira, Paris, Magical Trumpets, Dieb, Nanando e O Poder de Um Olhar.
“Em 50 anos de estrada, Toninho deve sua valorização sobretudo a regravações feitas por nomes como Elis Regina, Carmen McRae, Jane Duboc, George Benson, Pat Metheny, Tom Jobim e Gil Evans”, destacou O Estadão, lembrando: Horta descende de família na qual a música corre nas veias e está presente no DNA: o avô, maestro João Horta, por exemplo, despontou como compositor de música sacra, e a mãe bandolonista, Geralda, atuou como professora nas primeiras aulas de violão do filho, que tinha dicas, ainda, do pai violonista. E o mano Paulo era contrabaixista.
Moldado nesta atmosfera, as primeiras composições de Toninho Horta, ainda adolescente, já revelaram uma pegada incomum nas harmonias. Neste período, ainda conforme a matéria do Estadão, o rapaz acompanhava as cantoras que se apresentavam na TV Itacolomy. Malas feitas para a cidade do Rio de Janeiro, ainda na década dos anos 1970 começou a se tornar um nome conhecido ao passar a fazer parte da banda de Elis Regina, ao lado do baixista Novelli e do baterista Wilson das Neves. Um episódio dessa época, recordou o jornalista, tornou-se curioso e envolve, justamente, a Pimentinha. Sem que nunca tenha vindo a público os motivos, a cantora demitiu o grupo todo durante um show no interior de São Paulo e bradou: “Aplaudam bem esse grupo porque é a última vez que ele está tocando comigo!” Pelo jeito, o público não apenas seguiu o conselho, como até hoje ainda bate palmas.
“Toninho Horta desafia a gravidade”, escreveu em certa ocasião o guitarrista de jazz Pat Metheny ao se referir às progressões de acordes e solos presentes em discos do mineiro com Caymmi, Edu Lobo e Hermeto e de estrangeiros do cacife de Wayne Shorter, Keith Jarret e George Benson, conforme apontou outro caderno de Cultura, desta vez de O Globo, em junho do ano passado jornal “As melodias, de canções consagradas como Beijo partido, “Manuel, o audaz, Diana e Céu de Brasília ficam na cabeça durante dias e você tem certeza de que já ouviu antes, mas são totalmente novas”, apontou.Pat Metheny. Outro consagrado guitarrista, Stanley Jordan, declarou durante turnê pelo Brasil: “É um dos meus músicos preferidos, pois combina doçura, gentileza, simplicidade e técnica maravilhosa, com um saber enciclopédico e uma sofisticação que jamais usa para se exibir, mas em benefício da musicalidade.”
Leia a integra da reportagem do Caderno de Cultura de O Globo em https://oglobo.globo.com/cultura/musica/toninho-horta-comemora-50-anos-de-uma-carreira-respeitada-por-musicos-de-alto-quilate-22756782 . Já o conteúdo de O Estadão está em https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,guitarrista-toninho-horta-lanca-disco-duplo,70002797207 , mas pode ser restrito apenas aos assinantes.
Serviço:
Toninho Horta celebra 50 anos de carreira com show no Itaú Cultural
Domingo, 23 de junho, às 19 h
Duração aproximada: 70 minutos
Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 224 lugares
Endereço: Avenida Paulista, 149, Bela Vista, próximo à estação Brigadeiro da linha 2 Verde do Metrô
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: uma hora antes do espetáculo, com direito a um acompanhante e ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante
Público não preferencial: uma hora antes do espetáculo, um ingresso por pessoa