1215 – Divulgados homenageados e datas de realização do 5º Prêmio Profissionais da Música, em Brasília (DF)

Cerimônia de entrega do troféu Parada da Música aos vencedores das 67 categorias de 3 modalidades está marcada para 3 de novembro

Os organizadores do 5º Prêmio Profissionais da Música (PPM) conseguiram driblar os efeitos das canetadas que cortaram recursos anteriormente garantidos à promoção dos eventos e à cerimônia de premiação dos finalistas, inicialmente planejadas para abril, e anunciaram que tudo será realizado entre 1º e 3 de novembro, em Brasília (DF). Os homenageados desta edição também foram divulgados: Ronaldo Bastos (Criação), Genildo Fonseca (Produção) e Claudio Santoro (Convergência), as três modalidades que concentram as 67 categorias dos finalistas, que juntas, envolvem 492 artistas e profissionais (selecionados a partir de mais de 1500 inscrições de todo o país que se submeteram às três etapas de votação ao longo do primeiro semestre de 2019). O Barulho d’água Música é finalista pela segunda vez consecutiva da categoria Canais de Divulgação de Música/Convergência e já confirmou que estará presente na capital federal.

A programação de 1º, 2 e 3 de novembro ainda será definida, bem como os horários e locais de cada atividade que comporá a agenda dos três dias, mas a GRV (Gustavo Ribeiro de Vasconcellos) Midia, Media  & Entretenimento e parceiros planejam oferecer: oportunidades de capacitação, networking e entretenimento, por meio de dez painéis, cinco workshops, cinco oficinas, exibição de três documentários musicais, cinco pocket shows, três edições do Festival A Parada da Música, quatro showcases festivais e a terceira edição do Curto Circuito, reservando para 3 de novembro o anúncio dos vencedores e a entrega dos respectivos exemplares do Troféu Parada da Música. Neste ano, além da premiação ao melhor colocado de cada uma das categorias, o PPM Música também entregará troféu ao concorrente mais votado pelo público nas modalidades Criação, Produção e Convergência.

A exemplo do que transcorreu em 2018, quando os finalistas do PPM foram agraciados com Moção de Louvor concedida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, tramita naquela casa proposta para uma nova solenidade reconhecendo a importância dos finalistas para o cenário cultural. Em 2018, a cerimônia seguiu o PPM na homenagem a Roberto Menescal, presente na ocasião.

OS HOMENAGEADOS

CRIAÇÃO 

Um dos maiores compositores da história brasileira, Ronaldo Bastos tem um portfólio tão grande quanto a variedade de poesias e melodias que colore a musicalidade brasileira e é, sem dúvida, um dos mais criativos e inovadores letristas que nela já trabalharam.

Nascido em Niterói, em 21 de janeiro de 1948, Ronaldo Bastos é, desde menino, um poeta nato. Ainda em seus anos como estudante do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, escrevia e compunha marchinhas de carnaval com seus amigos, sonhando em um dia trabalhar com música. Conheceu Milton Nascimento na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro, onde cursava história, e com ele escreveu a primeira música de sua carreira artística: “Três Pontas”. Nascia, ali, uma frutífera e duradoura parceria, rendendo obras clássicas tais como “Cravo e Canela” e “Fé Cega, Faca Amolada”.

Daí em diante, produziu quase que ininterruptamente, para e com os mais diversos artistas da cena brasileira. Fez parte da geração mimeógrafo, integrando, junto com Chacal, Charles Peixoto e Bernardo Vilhena, o grupo de poesia marginal “Nuvem Cigana”; trabalhando também na mesma época com Cafi, como capista de discos de Nana Caymmi, Milton e Nascimento e Sueli Costa.

Ademais, contribuiu como letrista, capista e organizador das composições do movimento Clube da Esquina, juntamente com Milton Nascimento, Marilton, Márcio e Lô Borges, Flávio Venturini, Wagner Tiso, Beto Guedes e muitos outros, assinando músicas tais quais “Nada Será Como Antes” e “Cais”.

Aventurou-se incessantemente por diversificados gêneros musicais através dos anos, mas jamais perdeu o estilo característico de suas letras. Compôs, durante a década de 1980, diversas canções em parceria com o cantor Lulu Santos, como  “Um Certo Alguém”, além das baladas pop “A Força do Amor” e “Seguindo no Trem Azul”, compostas com Cleberson Horsth e notoriamente cantadas pelo grupo Roupa Nova. Ainda em 1989, lançou o vinil “Cais”, que incluiu muitos de seus sucessos anteriores e colaborações com importantíssimos artistas: Lô Borges, Beto Guedes e outros grandes nomes do Clube da Esquina.

Foi um importante produtor musical, exercendo tal função em discos de Milton Nascimento, Nana Caymmi, Lô Borges, entre outros; e criando, em 1994, o selo Dubas Música, pelo qual foram lançados álbuns de Flávio Venturini, Toninho Horta, Jussara Silveira, Família Roitman, Arranco e vários outros.

Na década de 1990, firmou uma parceria com Celso Fonseca, lançando com ele os discos “Sorte” (1994), “Paradiso” (1997) e “Juventude / Slow Motion Bossa Nova” (2002), pelo qual foi indicado ao Grammy Latino. Lançou com Celso, ainda, o disco “Polaróides” (2007).

É, também, um exímio versionista, transcrevendo as músicas “Lately” (de Stevie Wonder) e “Till There Was You” (de Paul McCartney e John Lennon) para o português, e sua composição “Nada Será Como Antes” para o inglês (essa transcrição sendo cantada ostensivamente por Sarah Vaughan).

De Elis Regina a Paralamas do Sucesso, passando por Chico Buarque, Gal Costa, Ed Motta e Alceu Valença, foram muitos os lendários artistas que interpretaram suas obras.

Não poderia ser de outro jeito. Ronaldo Bastos é, sem dúvida, um nome importantíssimo para a história da música mundial.

PRODUÇÃO

Não houve um momento sequer da vida de Genildo Fonseca em que ele não estivesse interessado pelo mundo das artes. No mercado desde a década de 1960, o empresário (que não só administra, atualmente, a carreira de um dos mais importantes artistas da história da MPB, Toquinho, como também é diretor da produtora, editora e selo Circuito Musical) já fazia aos 13 anos locução em programas de calouros, e, aos 16, geria a carreira de Marinho Marcos, um dos grandes nomes da “miniguarda”.

Ainda nesse período conheceu Antônio Marcos, irmão mais velho de Marinho, um aspirante a cantor na época, com quem Genildo morou, com mais três amigos em um pequeno apartamento na Baixada do Xangai. Passou, também, a realizar a gerência de Antônio Marcos a partir do momento em que o grupo do qual o mesmo fazia parte, “Os Iguais”, desfez-se em 1969. Com isso, abriu seu primeiro escritório, a 907 Promoções Artísticas, empreitada que o levou a gerir, também, a carreira de Taiguara e diversos outros artistas iniciantes.

Desde então cultiva, ao longo de mais de 50 anos de carreira, um currículo extremamente invejável: trabalhou com empresas tais como a Amar Empreendimentos, a Continental Discos, a Agência Latino Americana, a Gravadora BMG, a 3M Gravadora, Sociedade Hípica Paulista e a Anhembi Turismo, assim como em diversas outras. Foi, também, vice-presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), e, junto à organização, lutou pelos direitos dos músicos do país.

Genildo Fonseca nunca perdeu o foco na área musical, trabalhando com extrema competência e aprimoramento constante para criar e manter o melhor cenário musical brasileiro possível.

Um produtor excelente, altamente dedicado, e com um real amor pela música.

CONVERGÊNCIA

Claudio Franco de Sá Santoro (1919-1989) foi compositor, maestro, violinista e educador. Nasceu em Manaus (AM) e foi, sem dúvida, um artista sensível, criativo, polêmico, laureado e reconhecido internacionalmente. Considerado um dos mais prolíficos e inquietos compositores da música brasileira no século XX, sua obra musical é permeada pelas mais variadas tendências estéticas que sublinharam a música erudita internacional em sua contemporaneidade.

A obra musical de Claudio Santoro possui mais de 600 composições completas em seu catálogo, permeadas por uma Ópera, 14 Sinfonias, obras para instrumento solo, de Câmera, Eletroacústicas e para o Cinema. Sua obra para piano é uma das mais ricas na literatura para o instrumento, pois evidencia toda a diversidade estilística em sua história como compositor e é expressa por mais de 100 obras- -solo, duos, trios, obras para canto e piano, para piano e fita magnética e três concertos para piano e orquestra.

Claudio Santoro também foi profícuo incentivador e educador musical. Dentre seus esforços em prol da arte destacam-se a fundação do Curso Superior de Música da Universidade de Brasília e da Orquestra do Teatro do Nacional Claudio Santoro (OTNCS).

No período de 1929 a 1939, residiu em sua cidade natal junto a sua família. Teve acesso aos estudos iniciais musicais em casa e, mais tarde, por influência de um tio, teve acesso ao violino. Posteriormente, Santoro conquistou a cidade e recebeu auxílio financeiro, ora particular, ora do governo, para ingressar no Conservatório de Música do Distrito Federal, então ainda instalado na cidade do Rio de Janeiro.

Santoro conheceu Hans Joachim Koellreutter, personalidade importante para o desenvolvimento composicional e estético. Junto a Koellreuter, Santoro deu forma a um novo momento do Grupo Música Viva, movimento de artistas, instrumentistas e compositores no Rio de Janeiro, que almejaram a mudança do Brasil advinda da renovação estética. Entre 1942 e 1946, compôs obras para diversos instrumentos, orientadas pelo serialismo dodecafônico. As premiações, fato corriqueiro ao longo de sua vida, resultaram em certos cerceamentos devido ao seu posicionamento político.

Candidatou-se a uma bolsa de estudos do governo francês. Em Paris, estudou composição com Nádia Boulanger e Eugène Bigot e também estudou música para o cinema. Convidado para o II Congresso Internacional de Compositores em Praga,então capital da Tchecoslováquia, evento que influenciou diretamente na mudança estética / ideológica de seu discurso musical, resultou numa música voltada para a sociedade. O retorno ao Brasil foi difícil, já que não encontrou emprego e já estava marcado por ser comunista. Encontrou refúgio na fazenda de seu sogro, onde investiu para ter dinheiro para retornar à Europa. Posteriormente, voltou ao Rio de Janeiro para trabalhar em rádios e, depois, retornou novamente à Europa para o Congresso de Compositores da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

O período da turnê nos países socialistas resultou em inspiração para composição de muitos prelúdios e canções. Santoro retornou por um breve período ao Brasil e depois voltou à Europa para compromisso de regência na Bulgária. Lá adoeceu e encontrou um dos motivos que o influenciou no distanciamento, por um momento, da ideologia socialista.

No período de 1960 a 1980, veio ao Brasil atendendo convite para fundar o curso Superior de Música da Universidade de Brasília, inaugurado em 1964. Casou-se com Gisèle Santoro, bailarina e coreógrafa de Brasília. No ano seguinte, eclodiu o golpe militar na Universidade de Brasília (UnB), período marcado por cerceamentos, prisões e interrogatórios; muitos professores foram presos e/ou interrogados, o que resultou em seu exílio para Alemanha, um ambiente mais profícuo tanto para sua música quanto para sua família. O desenvolvimento estético foi marcado por extrema inventividade e experimentação em sua música. Santoro foi convidado pelo Governo da Alemanha para o Programa “Artista Residente de Berlim” (1966-1967) e por várias vezes pela Fundação Brahms para Artista Residente da Casa de Brahms (BadenBaden).

Entre 1970 e 1978 foi, por concurso público, Professor de Regência e Composição, Diretor da Orquestra e do Departamento de Músicos de Orquestra da Escola Superior de Música e Artes Cênicas Heidelberg-Mannheim (Alemanha). O período de 1978 a 1989, foi marcado por mais um retorno ao Brasil, pela continuidade de projetos precedentes, interrompidos pelo exílio, e pela produção musical densa, quase que uma síntese estética e estilística dos períodos anteriores.

Claudio Santoro retornou à Universidade de Brasília, fundou a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e organizou o projeto de uma escola de música. Afastado por um período da orquestra, reassumiu no meio da década para dar continuidade e estrearas três últimas sinfonias.
Santoro teve atuação ímpar nas áreas artística, educacional, política, e influenciou várias gerações pela criação de diversas orquestras profissionais ou pedagógicas. Como também, Santoro legou fisionomia a instituições de ensino e cidades. Após sua morte, o ex-governador paulista Orestes Quércia homenageou Santoro, que passou a ser patrono do Auditório de Campos de Jordão e a Prefeitura de Cascavel à sua Sala de Espetáculos. Em 1º de setembro de 1989, o Senado Federal, por projeto do Senador Maurício Correia, aprovado pela Comissão do DF, promulgou a Lei que denomina de “Teatro Nacional Claudio Santoro”, o até então Teatro Nacional de Brasília.

Em 2002, Claudio Santoro recebeu “post mortem” o título de “Cidadão Honorário de Braslia” da Câmara Legislativa do Distrito Federal. E em 2009, sua obra musical e pictórica foi tombada pelo Governo do Distrito Federal. Em 2015, foi feito o primeiro documentário biográfico, intitulado “Claudio Santoro: O homem e sua música”, do Diretor John Howard Szerman.

Fonte: Para Sempre Santoro

Forró pela igualdade de gênero

Um dos finalistas do 5º PPM é o Trio Sinhá Flor, de São Paulo, que ao lado de mais quatro candidatos concorre na categoria Projeto musical Especial – Grupo Vocal, da modalidade Criação, já completou dez anos de estrada. Talita Del Collado (voz, zabumba, percussão, flauta e violão), Carolina Bahiense (triangulo, sanfona e voz) e Cimara Fróis (sanfona e voz), buscam ser um grito de amor e resistência de mulheres que têm a ousadia de habitar um inóspito território. A trajetória percorrida pelo Trio é um relevante passo na luta pela igualdade de gênero no âmbito das artes e por isto mesmo os shows que promove procura acolher todas as idades, gêneros e públicos. Um fustigante e finamente selecionado repertório manifesta a universal busca por respostas à inquietante realidade. Uma visão que considera o palco como espaço de transformação, uma sublime subversão para que nele e na plateia caibam todas as pessoas e sonhos do mundo.

O Trio Sinhá Flor nasceu em 2008, como resultado do encontro de três mulheres artistas que acreditam na importância da valorização e na difusão da nossa cultura popular brasileira. Já no primeiro ano de trabalho, conquistou o título do VIII FENFIT, considerado o maior festival de forró do país. Desde então, se apresentou ao lado de importantes expoentes do gênero e da MPB como Dominguinhos, Elba Ramalho, Leila Pinheiro,Toninho Ferragutti, entre outros.

Em 2009, realizou uma turnê por Inglaterra, França, Portugal, Suíça e Itália. Em 2011, foi convidado especial do 4º Festival de Música Brasileira Mendoza en Bossa, na Argentina. Em 2014, representou o Itamaraty na Feira Cultural Paraguai/Brasil e no festival cultural Luar do Sertão, que ocorreram da cidade de Assunção.

Ainda em 2014, lançou o primeiro álbum, que conta com a participação de Mônica Salmaso, Renato Braz, Gero Camilo, Marcelo Pretto, Paulo Braga, entre outros músicos. Em 2015, participou do programa Superstar (Rede Globo). Seus espetáculos anteriores (” Forró Floreado”, “Forró para Ouvir”, “Forró para Brincar” e “Paratodxs”) contabilizam mais de 80 apresentações em unidades do Sesc e Sesi do estado de São Paulo. O Trio também se apresenta em festivais, teatros, centros culturais e casas de show pelo país.

Clique na palavra em negrito e saiba quais são os finalistas das três modalidades do 5º PPM. 

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