1246 – Áurea Martins e Gonzaga Leal homenageiam em disco centenário de Dalva de Oliveira

Álbum tem participação de Cida Moreira, Isadora Melo e Maestro Spok e traz falas da própria homenageada, considerada “O Rouxinol do Brasil”  e que em 2017 completaria um século de vida

*Com Tambores Comunicações

Um repertório considerado uma espécie de dramaturgia — na qual há amor, prazer, desassossego e que deverá agradar quem admira a música brasileira e reconhece o valor dos seus ídolos históricos – compõe o magnífico Olhando o Céu viu uma Estrela, em que Áurea Martins e Gonzaga Leal interpretam músicas inicialmente eternizadas por Dalva de Oliveira, conhecida por “O Rouxinol do Brasil”. O álbum sai em homenagem aos cem anos de uma das eternas divas do nosso cancioneiro, completados em 2017, e, ainda, aos 80 da carioca Áurea, e é o registro de uma turnê que percorreu cidades do Brasil emocionando plateias de várias gerações.

Olhando o Céu viu uma Estrela abriu as audições matinais de sábado aqui no cafofo do Barulho d’água Música neste dia 12, dedicado ao louvor de Nossa Senhora Aparecida e às crianças. O exemplar nos foi enviado, gentilmente, pelos amigos jornalistas Beto Previero e Moisés Santana, da paulistana Tambores Comunicações, aos quais somos gratos. As fotos da capa e do luxoso encarte documentam a temporada. O disco conta com participações de Cida Moreira, Isadora Melo, Marília Barbosa, André Brasileiro, Roque Neto, Maestro Spok e Tonfil e traz, ainda, um texto de Socorro Lira, que Cida Moreira interpreta.

Nas palavras do pernambucano Gonzaga Leal, Dalva de Oliveira “sempre cantou de alma nua e, apostando na vida, procurou desesperadamente o amor”. Leal comentou ainda que a estrela foi muitas vezes humilhada e ressurgiu, “mesmo quando já não se acreditava que voltaria a cantar”. Assim é que Dalva de Oliveira hoje tem status de mito, marca burilada ao longo dos curtíssimos, mas intensos 55 anos de vida e quase 40 de carreira. Entre 1930 e 1970 ela deslumbrou com sua voz cristalina incomum e aguda sensibilidade, inclusive ao escolher para o seu repertório canções que refletiam sua própria vida.

Nascida em Rio Claro (SP/1917), Dalva morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 1972. Até hoje nota-se sua influencia sobre cantoras de estilos variados que tocam até mesmo a baiana Maria Bethânia, que sobre a paulista escreveu: “No Brasil só existiu um mito: Dalva. Mito de enlouquecer. Intocável!”.

Elis Regina também amava Dalva de Oliveira e vivia cobrando que descobrissem “que Dalva é nossa Billie Holiday”.

Gal Costa fez sucesso com Olhos verdes, em 1978, e Marisa Monte regravou Lencinho Querido, em 2012.

Áurea e Leal são completamente encantados com a arte e a sensibilidade da homenageada em Olhando o céu viu uma estrela. E com iguais predicados releram músicas que foram sucesso na voz de Dalva como Oh, meu imenso amor (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), Tudo acabado (J. Piedade/Oswaldo Martins), Bom dia (Herivelto Martins/Aldo Cabral) e Palhaço (Nelson Cavaquinho). Um dos diferenciais são as ‘falas’ da própria Dalva, entre as canções, comentando sobre a carreira e a vida em gravações que fazem parte do acervo do Museu da Imagem e do Som (MIS-Rio de Janeiro), e são de depoimento dado por ela, em 1970, aos jornalistas Antonio Crisóstomo e Ricardo Cravo Albin.

Áurea conheceu Dalva em uma edição do programa de Paulo Gracindo, na Rádio Nacional, na cidade do Rio de Janeiro. Contudo sua aproximação maior ocorreu devido à amizade com o filho de Dalva (do casamento com Herivelto Martins), Pery Ribeiro, apesar de sempre ter músicas da artista em seus shows. Carioca nascida em uma família de músicos. Áurea Martins tem privilegiada voz de contralto com a qual, em 1969, ganhou o concurso A grande chance, do programa de TV Flávio Cavalcanti, de muito destaque na época. Além de contrato com a TV Tupi, o prêmio rendeu viagem a Portugal.

O primeiro LP, O Amor em Paz, Áurea gravou em 1972. A partir daí vieram, entre outros, Bordões (1990), Até Sangrar (2007) e Iluminante (2012). Já tem publicada a biografia A Invisibilidade Visível (editora Folha Seca/2017), escrita por Lúcia Neves, e, em 2009, o cineasta Zeca Ferreira lançou o curta Áurea.

Gonzaga Leal é apaixonado pela obra de Dalva desde criança, por conta do pai, que era fã da cantora e não deixava faltar discos dela em casa. Quando saiu de Serra Talhada (PE) para morar em Recife, Leal foi apresentado, pelo violonista Canhoto da Paraíba, ao bar O Cantinho da Dalva, reduto frequentado pela artista e que mantinha acervo sobre ela. Familiarizado com o repertório de Dalva, Leal cantou algumas vezes no local.

Desde os anos 1970 Gonzaga Leal segue trajetória consistente na música brasileira, complementada por estudos em canto lírico e popular. Atuou em shows e discos ao lado de Edu Lobo, Milton Nascimento, Alaíde Costa, Ná Ozzetti, Canhoto da Paraíba e Cida Moreira. Tem 14 álbuns lançados, entre eles O Olhar Brasileiro (2000), Cantando Capiba …e sentirás o meu cuidado (2004) e Porcelana (2016), este a lado da dama Alaíde Costa.

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