Destacado violonista e compositor carioca que integrou o D’Alma é um dos mais influentes da atual geração brasileira, admirado por um estilo inconfundível que transita entre os mundos da música brasileira,da música erudita e do jazz
O Quinteto, álbum instrumental de Ulisses Rocha, lançado em 2017, abriu as audições matinais que promovemos todos os sábados aqui no boteco do Barulho d’água Música, em São Roque (SP), neste dia 26 de outubro. Gravado com 10 faixas que são releituras de clássicos universais de músicos de diversos estilos — de João do Valle e Luiz Vieira a John Lennon e Paul McCartney, passando por Violeta Parra, Heitor Villa Lobos, Luizinho e Teddy Vieira e chegando a Milton Nascimento — O Quinteto reúne, além de Ulisses Rocha: Raïff Dantas Barreto (cello), Vitor Loureiro (baixo elétrico), Walmir de Almeida Gil (trompete) e Ivan Vilela (viola caipira), oferecendo um mini-concerto que poderá ser apreciado tanto no portal eletrônico do autor, quanto em várias plataformas digitais nas quais estão disponíveis, ainda, várias outras joias da discografia de Ulisses Rocha, trabalho que totaliza 16 discos e inclui os produzido ainda como integrante do extinto grupo D’Alma, fora as participações em álbuns de amigos e parceiros de estrada.
Ulisses Rocha, carioca de nascimento, viveu a infância em Pirassununga (SP). Compositor e arranjador, é um dos violonistas mais influentes da atual geração brasileira, admirado por um estilo inconfundível que transita entre os mundos da música brasileira,da música erudita e do jazz, valendo-se da sua versatilidade como solista que arranca merecidos aplausos em pequenas formações em duos ou em trios ou, ainda, ao lado das principais orquestras sinfônicas do país.
A discografia de Ulisses Rocha revela claramente a busca pela ruptura das fronteiras determinadas pela tradição do instrumento. Para ir além, Ulisses Rocha esmera-se em pesquisas de timbres, experimentando a relação entre o violão na forma acústica e associado a recursos eletrônicos, fundindo influências e redimensionando sua utilização.
O compositor, que acaba de voltar de uma turnê pelos Estados Unidos da América, viaja ao exterior com frequência. Nestas ocasiões, em eventos dos mais concorridos, reveza-se nas funções de solista e de professor, ora se apresentando em recitais. ora ministrando aulas (masterclasses), já acompanhados por plateias e alunos em países como Canadá, Alemanha, Bélgica, Holanda, Polônia, Rússia, França, Suíça, Croácia, Lituânia, Síria, Kwait, Japão, Paraguay e Zimbabwe. dentre outros.
Além do trabalho próprio, Ulisses Rocha já participou de concertos e gravações ao lado de artistas como Al Di Meola, Cesar Camargo Mariano, Eliane Elias, Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, Margareth Menezes e Gal Costa. Pelo seu brilhantismo, foi indicado ao prêmio Brazilian Press Awards 2016 — dedicado aos artistas brasileiros mais destacados no cenário artístico norte-americano.
Paralelamente à carreira de músico, Ulisses Rocha desempenha, ainda importante trabalho na área didática como professor-doutor do Departamento de Música da Universidade de Campinas (Unicamp) e como professor convidado na University of Florida, onde residiu por cinco anos.
O Grupo D’Alma, formado no final da década dos anos 1970, reuniu em várias formações Ulisses Rocha, André Geraissati, Rui Saleme, Mozart Melo e Cândido Penteado, todos violonistas que mesclavam ritmos clássicos com o jazz. A carreira ganhou notoriedade já após o lançamento do primeiro disco, em 1979, A quem interessar possa, sucedido pelo não menos bem acolhido D’Alma, de 1981. Dois anos depois, pela gravadora Som da Gente, saiu o vinil Grupo D’Alma, abrindo de vez as portas para o D’Alma virar atração em destacados eventos como o II Festival Internacional de Jazz de São Paulo (1980) e o Free Jazz Festival (1986).
DE TIRAR O FÔLEGO
Em novembro de 2017, com Geraissati, Ulisses e Nelson Faria, o D’Alma apresentou-se por três dias como atração do projeto Álbum, por meio do qual a unidade Belenzinho do Sesc paulistano convidou músicos para interpretar discos marcantes de suas carreiras na íntegra, com o intuito de resgatar títulos expressivos da música brasileira e apresentá-los ao público em formato de show, revitalizando a memória cultural do país; os discos abordados são considerados clássicos por apresentarem em seu conteúdo inovações estéticas que influenciaram gerações, trazendo à tona o contexto político e a estética de uma época.
Com os três violonistas mencionados, o D’Alma se reuniu exclusivamente para aqueles concertos no Belenzinho. Na plateia estava o fotógrafo paulista Marcelo Davera, que publicou o seguinte comentário, ao apontar a apresentação solo de Ulisses Rocha (cada músico teve direito a tocar, individualmente, uma música de sua preferência naquela ocasião e Ulisses optou por Habana Vieja):
“Ulisses Rocha (…) tirou o fôlego da plateia com seu número solo. Rocha é um dos melhores violonistas que já vi. Seu timbre é limpíssimo e controlado, denotando um grande domínio técnico, mas seu uso de dinâmicas e variações de andamento mostram que esta assombrosa técnica está a serviço de uma sensibilidade elevada. Um músico excepcional.”

Ulisses Rocha, Nelson e Geraissati durante a apresentação no Sesc Belenzinho, em 2017 (Foto: Marcelo Davera)
Não é de se estranhar, mesmo, as palavras de Davera sobre Ulisses Rocha, pois, estendendo-as ao grupo que em minha juventude eu vivia “caçando” para tentar (raramente) ouvir em emissoras de rádio, vale dizer: o D’Alma sempre mereceu elogios da critica e do público pelo apuro técnico e interpretativo. Pena não ter seguido!
Clique no linque abaixo e ouça o álbum destacado nesta atualização!
Leia o texto de Marcelo Davera na íntegra pelo linque:
https://medium.com/fotografista/grupo-dalma-5e1cb9417f4f
Clique no linque abaixo e ouça o primeiro dos discaços do D’alma:
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