Album ao vivo do prestigiado músico é inspirado em temas tradicionais do Brasil e Argentina e conta com a participação de Cecilia Stanzione, além de homenagens ao Época de Ouro e Jonas Silva
A produtora e gravadora Kuarup está lançando um novo álbum do flautista, saxofonista, arranjador e pesquisador carioca Mário Sève, disco com título homônimo que apresenta temas instrumentais de autoria própria, alguns gravados pelos quintetos Aquarela Carioca e Nó em Pingo D’água e outros inéditos. Gravado ao vivo em 1º de maio de 2011 na sala do Itaú Cultural, o disco inclui canções como Sem Preparo, e em parceria com o letrista paulistano Guilherme Wisnik, além de Una Milonga, Canción Necesaría e Zamba Para Sus Manos, com a cantora e letrista argentina Cecília Stanzione, intérprete vocal do álbum. As composições são inspirações contemporâneas no universo sonoro das músicas tradicionais brasileira e argentina. Usando uma terminologia portenha poderiam ser classificadas como aires de choros, milongas, modinhas, tangos, valsas, zambas e baiões. O exemplar que estamos ouvindo aqui no boteco do Barulho d’água Música nos foi gentilmente enviado por Rodolfo Zanke, diretor artístico da Kuarup, a quem e à equipe agradecemos.
Neste projeto, que marca os 60 anos do compositor, celebrados em maio, as obras recebem acompanhamento de quarteto formado por Gabriel Geszti (piano e acordeom), Zé Alexandre Carvalho (baixo acústico) e Sérgio Reze (bateria), além da da participação especial de Cecília Stanzione. Mário Sève é integrante dos quintetos Nó em Pingo D’Água e Aquarela Carioca, com os quais gravou 13 discos, recebeu muitos prêmios e apresentou—se em diversos países.
No repertório do novo álbum, destaca-se, ainda, Época de Ouro, valsa brasileira dedicada ao conjunto Época de Ouro, que foi gravada pelo grupo em uma das últimas atuações da lendária dupla de violões César Faria e Dino Sete Cordas em Casa de Todo Mundo, de Mário Sève. Outro tema, Choro dos Anjos, é dedicado ao cavaquinista de Jacob do Bandolim, Jonas Silva, com quem Sève conviveu em inúmeras rodas de choro, sendo ele uma das suas maiores referências no gênero. O projeto gráfico é assinado pela Kuarup e o álbum foi mixado e masterizado pelo engenheiro de som Sérgio Lima Neto.
Faixa a faixa em vídeo no canal Youtube de Mário Sève :
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Celta e A Lenda: o primeiro tema, Celta, inédito e introdutório para A Lenda, está gravado com improviso vocal de Alceu Valença no disco Idioma, do grupo Aquarela Carioca; 2 – Modinha: foi gravada como canção de titulo Piedra o barrilete, com letra de Cecilia Stanzione, em Canción Necesaria e no DVD Samba Errante. 3 – Choro dos Anjos: é um choro dedicado ao cavaquinista de Jacob do Bandolim, Jonas Silva, com quem Sève conviveu em inúmeras rodas de choro, sendo ele uma das suas maiores referências no gênero. Foi gravada pelo Nó em Pingo d’água na série de CDs Samba & Choro. 4 e 5 – Canción Necesaria e Zamba Para Sus Manos: inspiradas em gêneros da música argentina, as duas canções são parcerias com Cecilia Stanzione gravadas no CD Canción Necesaria e no DVD Samba Errante. O tango Canción Necesaria, a primeira autoria da dupla, foi primeiramente registrada por Carol Saboya em Chão Aberto. Zamba Para Sus Manos foi composta sobre uma letra que obedece a peculiar forma poética das tradicionais zambas argentinas. 6 – Época de Ouro: valsa brasileira dedicada ao Conjunto Época de Ouro gravada pelo conjunto em uma das últimas atuações da lendária dupla de violões César Faria e Dino Sete Cordas em Casa de Todo Mundo, de Mário Sève. No atual, o baixista Zé Alexandre de Carvalho reproduz os contracantos criados por Dino. 7- Sem Preparo: é uma canção inédita com um dos parceiros mais constantes de Sève: o letrista paulistano e renomado arquiteto Guilherme Wisnik. Sem preparo parece oscilar entre aires de fado, de modinha e de tango. 8 – Deu um Nó: baião dedicado ao Nó em Pingo D’água gravado pelo grupo, ao lado do pianista Cristovão Bastos, em Domingo na Geral. 9 – Una Milonga: composta sobre letra de Cecilia Stanzione, e obedecendo a forma narrativa das milongas camperas (como as de Atahualpa Yupanqui), Una Milonga foi gravada em Canción Necesaria e Samba Errante. IO – Negreiros: dedicada ao percussionista e cantor Carlos Negreiros (ex-integrante da pioneira Orquestra Afro-brasileira, do maestro Abigail Moura), o tema é uma evocação a sonoridades de origem negra, Foi interpretado pelo músico homenageado, junto a seu grupo Baticum, em Casa de Todo Mundo, de Seve.
Mário Sève (Wanderley Lopes) é flautista, saxofonista, compositor, arranjador e pesquisador, É integrante e fundador dos quintetos Nó em Pingo D’Água e Aquarela Carioca, com os quais gravou 13 discos, recebeu muitos prêmios e apresentou-se em diversos países.
Desde 1996, integra o seleto grupo de Paulinho da Viola, artista de quem é parceiro em choros e valsas instrumentais, Foi o primeiro diretor artístico do Centro de Referência da Música Carioca. Mestre e doutorando em musicologia, escreveu os livros Vocabulário do Choro, Songbook Choro e Choro Duetos — Pixinguinha e Benedito Lacerda.
Pode entrar, a casa também é tua!
Gravado em oito estúdios entre as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, Casa de Todo Mundo, primeiro disco exclusivamente autoral do saxofonista, flautista, compositor e arranjador Mario Sève saiu em 2007 pelo selo Núcleo Contemporâneo após dez anos de trabalho, entre a primeira gravação, em maio de 1997, com Mestre Ambrósio, e a prensagem do disco, em janeiro de 2007. Sève mostra, faixa a faixa, sua vasta e multifacetada teia de colaboradores que resulta na pluralidade de gêneros e participações especiais – um espelho da trajetória do artista, cuja casa musical teve sempre muitas moradas e é expressa, ainda, por uma sacada genial: a capa na qual há apenas uma nuvem, em formato do mapa do Brasil.
O álbum que, eu me lembro, comprei pela capa, traz treze faixas, na verdade treze gêneros distintos da nossa música popular, em treze formações diferenciadas, que contabilizam a participação de cincoenta intérpretes e grupos, de tendências e estilos variados. Participam Mônica Salmaso, Lui Coimbra, Pedro Luís e a Parede, Conjunto Época de Ouro, Benjamim Taubkin, Mestre Ambrósio, entre outros.
Em Casa de Todo Mundo, o título se explica porque há espaço para o aboio e a modinha; a ciranda e a bossa-nova; o choro, o frevo, o maxixe e o baião. Sob seu teto, têm abrigo também a valsa, a quadrilha, o samba-batucado, o foxtrote e o canto afro. No disco, soam juntos a harpa, o surdo e o ganzá; o cravo, o pandeiro e o bombardino; o pife e o violoncelo; a rabeca e a guitarra elétrica. Ecoam, ainda, saxes curvos e retos de timbres variados; flauta, flautim, clarineta, trompete, trombone; violões de 6, de 7, de 8…
Em síntese, é uma obra-prima!
Sève também é o produtor de uma homenagem a Catulo da Paixão Cearense (MA), tema da atualização 1186 deste Barulho d’água Música e que rendeu o álbum com capa de Elifas Andreato “A paixão segundo Catulo” lançado pelo selo SESC,
Leia também no Barulho d’água Música:
1217 – Época de Ouro lança “De pai pra filho” em teatro do Sesc de São Paulo e na Casa do Choro (RJ)
Sobre a Kuarup
Especializada em música brasileira de alta qualidade, o seu acervo concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.
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