Ideia é distribuir recursos para sobrevivência dos frequentadores do espaço situado no bairro paulistano do Sumarezinho mesmo depois do fim da quarentena social
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O Instituto Juca de Cultura (IJC), situado no bairro paulistano de Sumarezinho, está promovendo uma pesquisa socioeconômica com a finalidade de levantar dados e recursos e por em ação uma campanha permanente de apoio financeiro aos artistas ligados àquele espaço cultural e de convivência que estejam em situação mais vulnerável e com dificuldades de sobrevivência neste momento de quarentena e isolamento social por causa da pandemia do coronavírus (Covid-19). A meta nesta primeira fase é beneficiar artistas que frequentam o espaço, mas a intenção dos organizadores da ação é estendê-la conforme a necessidade e a evolução dos acontecimentos também à comunidade artística da cidade de São Paulo. Os dados ficarão retidos e em sigilo e, depois de usados, serão apagados.
Um formulário, que o IJC pede para não ser compartilhando, já foi disparado aos frequentadores contendo questões para o levantamento do perfil; as perguntas com asteriscos exigem respostas obrigatórias. Em caso de sugestões para a inclusão de alguém para ter acesso ao fundo, pede-se que os responsáveis pela campanha sejam procurados. Para o envio de mensagens solicitando a resolução de dúvidas está disponível o endereço virtual pacenunes@yahoo.com.br.
O IJC nasceu informalmente do encontro de músicos, cantoras, cantores, poetas, artistas plásticos, uma mestra-cozinheira e diversos artistas, bem como pessoas que, sem serem propriamente do meio artístico, buscam na arte a comunhão e a sobrevivência psíquica. Os encontros têm lugar na casa do poeta, compositor e livreiro Paulo Nunes, que sedia a Desemboque Livros, um pequeno sebo que começou como banca de livros na Universidade de São Paulo (USP). O espaço, já um coletivo, tem um quê de anárquico e de utópico onde cada um dá sua contribuição – nunca em dinheiro – por meio da doação de suas ideias, sua arte, seu trabalho, sua presença, seu sonho.
O IJC fica na Rua Cristiano Viana 1142, num pequeno sobrado do Sumarezinho e até antes da pandemia acolhia vários shows e eventos de músicos de várias partes do Brasil e mesmo de outros países. Aos saraus mensais, o Sarau-lão, que chegam a durar até 15 horas, acorrem músicos de vários gêneros e ritmos, poetas, atores, atrizes, dançarinas etc. sobretudo da nova geração de cantoras/es e compositoras/res. No local são promovidas aulas de música, como canto e violão, ensaios de grupos ligados ao coletivo, reuniões destes grupos para discussão de projetos, almoços e jantares para congraçamento de artistas diversos, lançamento de álbuns e encontros para leituras de poesia.
Sem ter a pretensão de se constituir formalmente nos parâmetros de uma instituição cultural convencional – e lutando mesmo contra isso -, o Instituto Juca, brincando e fazendo brincar, vem alcançando sua meta, que sequer foi estabelecida em reuniões, mas que sem dúvida aflora do desejo dos seus membros participantes (cada vez em número maior): em tempos difíceis sobretudo aos artistas, que veem a cada dia seus espaços minguarem, não deixar a palavra perder a poesia, a música perder a arte, o humano perder-se na falta de reconhecimento.
O nome do IJC é uma homenagem a Juca da Angélica, poeta popular do Cerrado mineiro, falecido em outubro de 2016 aos 98 anos.