1322 – Coletivo de cantores independentes e do Dandô gravam vídeo em defesa do Pantanal

Música Tuiuiú, de João Bá, ganha coral de crianças para dar mais força ao “grito de alerta” contra a devastação de um dos biomas mais importantes e bonitos do planeta

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“As paisagens belas estão dentro. Nos habitam. E misteriosamente nos dão a luz.” Paulo Nunes

Um grupo de músicos independentes e que fazem parte do projeto Dandô Circuito de Música Dércio Marques, além do poeta e compositor Paulo Nunes, de São Paulo, gravaram um vídeo coletivo, com a participação de várias crianças, para emitir um “grito de alerta” contra os incêndios que estão devastando um dos biomas mais importantes para o equilíbrio da natureza do planeta: o Pantanal. A música escolhida para a cantoria é Tuiuiú, ave símbolo do Pantanal, de João Bá (BA), que fecha o álbum Cavaleiro Macunaíma do saudoso “Bacurau Cantante”, ícone da cultura popular que subiu para o Plano Maior exatamente há um ano, às vésperas do Dia dos Animais, em 4 de outubro. Curta e compartilhe o vídeo clicando no linque ao final desta atualização.

Em sua versão virtual de hoje o portal Terra traz hoje uma matéria assinada por Giovana Girardi destacando que, ao contrário do discurso recente, e errado, do governo Bolsonaro minimizando durante a abertura da Assembleia Mundial da ONU o número de queimadas no Brasil, os dois biomas mais preservados do país fecharam o mês de setembro com altas expressivas no número de focos. Apenas o Pantanal sofre as maiores agressões em 23 anos de monitoramento de queimadas, com um total de focos entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 18.259 — alta de assustadores 82% em relação ao índice observado em 2019!

O Pantanal, observou Giovana, é a maior planície úmida do mundo, que se estende pelos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul e apresentou a sétima alta mensal consecutiva de incêndios. O recorde do registro histórico para setembro foi superado com 8.106 focos de calor salto de 180% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando arderam 2.887 focos. Somente na quarta-feira, 30 de setembro, apontou a jornalista do Terra, “os satélites captaram 682 focos ativos”.

Em apenas nove meses, o bioma também bateu o recorde anual. De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1º de janeiro e 30 de setembro, o total de pontos de fogo no Pantanal – 18.259 – já supera em 82% o total de queimadas observado ao longo de todo o ano passado no bioma (10.025). Este é o maior valor observado para o período de um ano desde o início dos registros do INPE, em 1998. O maior valor até então registrado era o de 2005: 12.536 focos para 12 meses.

Em área, as queimadas no Pantanal já consumiram neste ano cerca de 23% do bioma, segundo estimativas do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compiladas até 27 de setembro. O cálculo aponta que o fogo atingiu, até aquele dia, domingo, 34.610 km².

Instituto Centro de Vida (ICV), organização sediada em Mato Grosso e que tem acompanhado de perto as queimadas no bioma, de acordo com Giovana relatou no início da semana que mesmo as primeiras chuvas de setembro não foram capazes de controlar o alastramento dos incêndios no Estado. Conforme o mesmo ICV, o fogo segue avançando pelo Parque Estadual Encontro das Águas, maior reduto de onças pintadas do mundo e que já teve 93% de sua área atingida. Outra unidade de conservação afetada, a Estação Ecológica Taiamã, perdeu 27% da área, queimada.

Fogo na Amazônia

Já na Amazônia foram 32.017 focos, alta de 60,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, que teve 19.925 em setembro, prosseguiu a reportagem. É o maior valor desde 2017 para este mês no bioma.

Em agosto, tinha ocorrido uma leve queda dos focos na Amazônia em comparação com os números do mesmo mês no ano passado (29.307 ante 30.900). As queimas em agosto do ano passado eram as piores desde 2010 e deram início às críticas estrangeiras sobre a falta de atenção do governo federal à região. Naquela ocasião também ocorreu o chamado “Dia do Fogo”, quando proprietários de terra do Pará, de modo coordenado, colocaram fogo em várias regiões simultaneamente, segundo as investigações.

Foto de © Alessandro Falco durante queimada em área da Amazônia

A queda registrada neste ano, porém, pode estar subestimada. O INPE informou que os valores estão menores em razão de uma “indisponibilidade global de dados” na segunda quinzena de agosto do sensor de um dos satélites da NASA usados para medir as queimadas. Com isso, a expectativa é que o total de focos de calor na Amazônia tenha sido maior que o registrado em agosto, mas as informações ainda não foram atualizadas.

Clique e assista o vídeo da música Tuiuiú, cuja letra vai abaixo!

Neste linque, veja imagens da devastação.

Tuiuiú (João Bá)

Aquela lagoa grande/Rodeada de areia branca/De tanto bicho lamber/Água e sal do Pantanal

Aquela outra lagoa/Cercada de mato verde/É sinal de água doce/Na riqueza pantaneira

Vem ver meu lugar bonito;Cobra sucuri e corrente/Tuiuiú quebrando o galho/Da planta que cura a gente

Levar seu amor pro ninho/E cuidar da geração/Mas o pior é que tem gente/Tocando fogo nos matos/Jogando lixo no chão

Meu amigo, companheiro,/Menino, faça isso não!/Minha amiga, companheira,/Menina, faça isso não!

Santuário, recanto dos bichos,/Nascer, crescer e procriar,/E a usina, fumaça e buzina/Deixa essa cana pra lá

Que será da onça pintada/Que será do surucuá/Que será do javali/E da bandeira de tamanduá

Que será da capivara/Que será do jacaré/Que será do rio e do peixe/E a vida dos igarapés

Que será do papagaio/Que será do tuiuiú/E a beleza do galo campina/Da dança louca do Planeta Azul 

Ficha técnica do vídeo, com agradecimento à Atma Produções e à Alumeia Produções:

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