#ViolaCaipira #ViolaInstrumental #MúsicaCaipira #CulturaCaipira #CulturaPopular
Obra em fase de impressão recebeu o Prêmio Marcus Pereira de Pesquisa em Música Popular Brasileira. com distribuição planejada para o começo do segundo semestre, terá três capítulos
A arte da capa do livro inserida nesta publicação é de Renato Pontello
Ficará aberta até 15 de maio a campanha de pré-venda do livro Requiem: O arquétipo e a transfiguração do caipira, que o compositor e professor gaúcho radicado na cidade de São Paulo, Sidnei de Oliveira, lançará com produção de Leonor Bianchi, patrocínio da Editora Flor Amorosa, promoção e divulgação da Revista do Choro. Contemplado pelo Prêmio Marcus Pereira de Pesquisa em Música Popular Brasileira na cidade do Rio de Janeiro, o livro, composto de três capítulos, começará a ser entregue em 1º de julho, podendo a distribuição, inclusive, vir a ser iniciada antes desta data. Detalhes para a operação de reserva de exemplares estarão em um linque ao final desta atualização. Cada volume custará durante a fase de pré-venda R$50,00, mais R$10,00 para o frete, totalizando R$60,00.
Sidnei de Oliveira, na esfera acadêmica, é formado em Música e Filosofia e também é Mestre e Doutor, com estágio de pesquisas em Leipzig (Alemanha). Como músico premiado, é autor dos álbuns Prólogo (2010) e Utopia (2018), ambos instrumentais de viola caipira. A Música e a Filosofia sempre fizeram parte da vida do compositor e acadêmico que leciona em cursos superiores e de nível básico e está cursando o segundo mestrado. Sidnei tem olhar diferenciado sobre a figura do caipira e este gênero de música presentes, com muita força, em nossa cultura popular, o que o motivou a escrever Réquiem (…) com metodologia de pesquisas e abordagens inéditas que encontram respaldo em sua dupla formação e vivência e das quais se valeu para responder uma inquietação.
Em outras palavras e, de forma, resumida, Sidnei de Oliveira quer trazer uma nova visão e reflexões que se contraponham à figura estereotipada do caipira, largamente construída com base em juízos do senso comum e preponderante há gerações, sustentada entre acadêmicos que se valem do que existe nas estantes universitárias sobre o tema. “Já fazia um bom tempo que as publicações mais antigas e também atuais no âmbito da cultura caipira, da viola e do violeiro me causavam um desconforto pela falta de pesquisa científica”, contou Sidnei em um podcast e entrevistas que já concedeu sobre o livro. “Não é difícil perceber o que estou tentando trazer aqui: basta ler com reflexão crítica o que até então foi publicado para o leitor perceber que há um saudosismo exacerbado, uma escrita romantizada, uma concordância com um pensamento hegemônico elitizado acadêmico.”
Sidnei de Oliveira comentou que o incomodava a reprodução pela simples reprodução, por ter sido dito por alguém acadêmico ou tocador de viola, ou ambos em uma única pessoa, levando os simpatizantes da viola e da cultura caipira a aceitarem e reproduzirem ideais sem ter o mínimo de interesse em saber se tal publicação, tais palavras ou produção de artigos e livros, por exemplo, são de fato, fundamentados em situações históricas da cultura caipira, do universo e do gênero do caipira. Então, vai além e aponta:
“A forma hegemônica de se construir um pensamento se faz de inúmeras maneiras: a reprodução pela simples reprodução, sem reflexão crítica, é uma delas, mas com a Viola Caipira e sua cultura, o processo teve apoio da academia desde a década dos anos 1950, quando o escritor Antonio Candido defendeu sua tese intitulada Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida”.
Conforme o autor de Réquiem (…), Candido tornou-se a principal referência quando o assunto é cultura caipira “não apenas na academia uspiniana, mas também em outros cursos de Sociologia e Antropologia”. Ele ainda ponderou que o fato de Candido ser um intelectual acadêmico e da Universidade de São Paulo (SP) por si só já o tornaria “inquestionável” devido ao número de apoiadores de sua escrita em Os parceiros...”. Depois, lembrou-se de que na primeira década de 2000, na mesma universidade, a USP, a viola caipira ingressou no campus de Ribeirão Preto, em nível de bacharelado.
“Fui aluno deste curso na USP por algum tempo, mas depois de perceber que cânones de 60 anos continuavam persistindo, desisti e fui estudar Filosofia, retomando a graduação em música anos mais tarde. É difícil para um aluno adentrar em um curso e possuir mais material didático do que a própria faculdade; talvez quando se entra novo em uma universidade seja mais fácil de ser manipulado, mas não quando se entra aos 25 anos, o que aconteceu comigo.”
Para finalizar, Sidnei explicou: “Estes dois tópicos, Antonio Candido e o bacharelado em Viola Caipira na USP, abordo em meu livro com veemência, até porque a história se repetiu e, como já disse, pela simples reprodução e representação.”
Trabalhador do campo
Requiem (…), portanto, parte de uma pesquisa científica fundamentada na Filosofia, mais diretamente em uma “Filosofia da Cultura”. Sidnei de Oliveira tenta mostrar ao leitor uma concepção crítica do que é a cultura caipira, o que é o violeiro, assim como a importância da viola caipira para este personagem trabalhador do campo; e, por fim, o movimento da indústria da cultura como fator primordial da transfiguração do caipira e do violeiro que conhecemos hoje. “O trabalho permitirá ao leitor algo que parece não ser concedido nas publicações anteriores devido ao pensamento hegemônico, a possibilidade de discordância, da crítica, não pela simples discordância, mas por uma reflexão crítica embasada em argumentos científicos.”
Há alguns dias, Sidnei de Oliveira concedeu uma entrevista a Antonio Carlos da Fonseca Barbosa para a revista Ritmo Melodia na qual apresenta mais informações tanto à carreira acadêmica, quanto à trajetória musical, e também discorre sobre Requiem: O arquétipo e a transfiguração do caipira. O linque que permitirá lê-la ou ouvi-la estará disponível ao final desta atualização, ao lado de outro que remeterá ao conteúdo sobre ele ou a ele relacionado publicado aqui no Barulho d’água Música.
Para encomendar o livro Réquiem (…) utilize http://revistadochoro.com/materia-de-capa/compre-aqui-o-livro-requiem-o-arquetipo-e-a-transfiguracao-do-caipira-de-sidnei-de-oliveira/