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Quarto álbum do artista mineiro radicado em Belo Horizonte, dedicado aos grandes sambistas, recebe as participações de Celinha Braga e Ana Espí
Samba É Amor é o título do quarto trabalho de Marcelo Kamargo, compositor, violonista e intérprete mineiro, nascido em Coronel Fabriciano e que estreou em 2001 com Clarão da Noite. Desde então, lançou mais dois trabalhos, Zerundá (2004) e Além do Sol (2008). No formato independente, o artista revelou um marcante ecletismo nas mais variadas vertentes da MPB. Nesse novo projeto, Marcelo Kamargo se reconecta com suas raízes ancestrais e se entrega de corpo e alma ao samba. Assim, realiza um tributo aos grandes sambistas brasileiros que foram suas referências nesse gênero musical. A aventura muito bem-sucedida de Marcelo Kamargo transita entre o samba mais tradicional, em composições influenciadas por Nelson Cavaquinho, Cartola, Adoniran Barbosa, Pixinguinha, dentre outros, fazendo uma ponte com os bossa novistas Paulinho Nogueira, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Toquinho. As gerações seguintes de sambistas também não ficaram à margem desse processo criativo, pois é assíduo ouvinte de Ruy Maurity, Benito de Paula, Paulinho da Viola, João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, João Bosco, Aldir Blanc, Chico Buarque e Zeca Pagodinho.
Nesse trabalho, Marcelo Kamargo consolida a parceria com o músico e produtor Ricardo Gomes em duas faixas. O projeto do álbum nasceu a partir de três sambas que compôs (Aprendiz, Samba até cair, Um Filme de amor, e um encontro com Ricardo Gomes em Samba é amor e Embriagado com a solidão. Iniciada a produção, o projeto foi apresentado ao violeiro Chico Lobo que, encantado, enviou o trabalho à gravadora e produtora Kuarup, que agora lança o álbum pelo selo Lobo Music, com a curadoria do prestigiado violeiro mineiro. Um exemplar do álbum foi gentilmente enviado ao Barulho d’água Música, pelo qual agradecemos à Kuarup em nome do seu diretor artístico Rodolfo Zanke
Além da produção e dos arranjos, Ricardo Gomes assina também os baixos, teclados e violão nylon. O disco recebeu as participações dos músicos de base: Léo Pires, na bateria; Fernando Bento, no cavaquinho; Gustavo Monteiro, no violão de sete cordas; Duduzinho Aguiar, no acordeon; Diego Panda, Analu Braga e Rafael Leite, nas percussões; Edson Morais, no saxofone; Neco Bone, no trombone; Ana Espí, Luísa Espí e Sofia Espí nos coros; e Sérgio Rabello no violoncelo. As cantoras Ana Espí e Celinha Braga fizeram participações especiais.
O disco Samba é amor é um reconhecimento do samba como um dos mais ricos tesouros culturais do planeta, que o brasileiro em qualquer lugar do mundo. Kamargo quis trazer sua contribuição, como compositor e intérprete, ao demarcar seu espaço para a preservação do samba em nosso cenário cultural. Um fato marcante para ele foi constatar que o processo de composição desse gênero reflete a técnica peculiar de escrita, harmonização e interpretação. Parece lugar comum dizer isso, mas não é, sobretudo quando o tema é o samba. Cada compositor imprime sua personalidade e revela um marcante formato de existir, soar e entregar seu conteúdo. Experimentando essa realidade, Marcelo Kamargo explicou como foi o seu processo de criação faixa a faixa, de 1 a 11:
Samba é amor – “Sambar é reinar: sambar é brincar, sambar é gostar de você, sambar é viver bem querer” abre o álbum, revelando a influência de Zeca Pagodinho nessa parceria de Marcelo Kamargo e Ricardo Gomes. A canção ressalta que o samba é uma força que vibra a emoção e pode ser leve, nobre, ágape amor.
Natural é o amor – É um samba ligeiro, que inicia num flerte de solo do cavaquinho de Fernando Bento com o instrumental Moendo Café, de José Manzo e Mário Albanese. Faz uma irônica critica à atual onda de conservadorismo que prega a abstinência sexual.
Não há mal que o samba não cure – Inspirado em Paulo César Pinheiro e João Nogueira, este é um samba raiz. A base tradicional do cavaquinho, violão de sete cordas e percussão foi capitaneada, com requinte, por Fernando Bento, Gustavo Monteiro e Diego Panda. Envolvente arranjo de Ricardo Gomes na linda música e letra de Marcelo Kamargo,
Um filme de amor – É um samba bossa que conta a história de um amor não correspondido. Aquele que habita as fantasias de uma personagem, que não perde a esperança de se entregar ao seu novo amor. A referência musical nessa composição foi Paulinho Nogueira.
Samba de primavera – Música que nasceu inspirada nas belas imagens de casamentos assistidos por Marcelo Kamargo. Nela, o artista imagina o noivo no encanto do universo cerimonial, revelando seus sentimentos.
Embriagado com a solidão – Parceria de Marcelo Kamargo e Ricardo Gomes que conta a história do fim de um romance. O cenário é a zona boêmia de Belo Horizonte, da Rua da Bahia, antigo recanto de poetas, assim como Noel Rosa.
Brilhar mais uma vez – Canção especialmente elaborada para a intérprete Celinha Braga. A inspiração foi em Nelson Cavaquinho: poucos acordes e palavras sintetizam comoventes histórias de amor.
Aprendiz – Esse samba nasceu com sotaque paulista, influenciado pela estrutura de composição de Adoniran Barbosa, com arranjos de Ricardo Gomes visando a esse objetivo.
O que o amor deixou em mim – É um samba jazz de letra romântica. Mistura melancolia poética com uma harmonia em acordes de tons menores. A história apresenta um lindo desfecho, em que prevalece a lealdade ao amor impossível, protagonizado por um anônimo personagem apaixonado. Neste samba, Marcelo Kamargo reconhece as influências que recebeu de Gonzaguinha. João Basco e Aldir Blanc.
Cintilante – É um samba lúdico, bossa nova, com sofisticadas melodias do violoncelo de Sérgio Rabelo e do piano de Ricardo Gomes. Participação da cantora Ana Espí, cuja voz de agudo límpido e suave completa urna perfeita sintonia de duetos com Marcelo Kamargo.
Samba até cair – Samba pulsante que fecha o álbum e traz a mensagem atualíssima da esperança de dias melhores. Nele, cabe uma bateria inteira de escola de samba. Extrai-se dos seus versos a força que o samba traz para avivar a esperança em tempos difíceis. Resistir e viver se permitindo ser feliz. Afinal, ninguém sabe quando a vida termina.
Nos passos do pai
Marcelo Kamargo nasceu numa família de músicos em Coronel Fabriciano (MG). Aos sete anos se mudou para Belo Horizonte, onde vive até hoje. Seguindo os passos do lado paterno da família, ingressou no aprendizado dos acordes do violão aos onze anos, principalmente, por influência de seu pai, o cavaquinista Mestre Jonas. Desde pequeno participava dos encontros musicais rotineiros da família, pois seus tios, tios-avôs e primos tocavam violão popular e o canto ficava por conta de sua mãe Dalva, tias e primas.
Aos dezessete anos começou sua trajetória em busca de aperfeiçoamento, ingressando na Escola Cantorum do Palácio das Artes, no curso de teoria musical. Em seguida_ cursou canto popular, primeiro com a cantora lírica Mary Armendani e depois com a professora Celinha Braga. O aprendizado do violão popular e erudito, no inicio, foi com seu tio Sebastião Marcelino e depois, como autodidata. Gravou três álbuns independentes, cujo repertório abrange a fase romântica em Clarão da Noite (2001), a fase de celebração das raízes afro do artista no disco Zerundá (2004), e a fase pop/jazzística/instrumental no Além do Sol (2008). O trabalho do músico Marcelo Kamargo é eclético, com influências que vão desde o Clube da Esquina, ritmos do Vale do Jequitinhonha, Tropicália e Chico Buarque, até as bandas de rock dos anos 1970 como The Beatles, Led Zeppelin, Focus, Triunvirat e Emerson, Lake & Palmer entre outros.
Especializada em música brasileira de alta qualidade, o acervo da produtora e gravadora Kuarup concentra a maior coleção de Villa-Lobos em catálogo no país, além dos principais e mais importantes trabalhos de choro, música nordestina, caipira e sertaneja, MPB, samba e música instrumental em geral, com artistas como Baden Powell, Renato Teixeira, Ney Matogrosso, Wagner Tiso, Rolando Boldrin, Paulo Moura, Raphael Rabello, Geraldo Azevedo, Vital Farias, Elomar, Pena Branca & Xavantinho e Arthur Moreira Lima, entre outros.
Além desta eclética galeria de cantores e duplas cujos trabalhos já lançados formam o acervo de álbuns, também é possível ao internauta que visita o portal da Kuarup, entre outras atividades no campo da produção cultural, saber pela guia Notícias as novidades que estão chegando para reforçar este precioso catálogo e, ainda, ouvir 52 seleções de músicas disponíveis na plataforma Spotify (playlists) apresentadas por temas e recortes dos mais diversificados, revelando a riqueza de sonoridades e de gêneros que a empresa guarda. Uma das preferidas aqui na redação do Barulho d’água é Clássicos do Samba (clique no nome da lista para ouvi-la). O endereço eletrônico que leva ao botão que abre as playlists é http://www.kuarup.com.br/spotify/
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