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De causas não reveladas, morreu aos 73 anos na segunda-feira, 16, a pernambucana Maria dos Prazeres Benevidios Ramos, a Dona Lia do Coco, também conhecida por Mestre Lia. Considerada uma griô, cantora de cantigas populares, coco de roda, cirandas e cavalo marinho, entre outros ritmos, ela nasceu em Goiana (PE), vivia no Sítio Histórico de Igarassu, Região Metropolitana do Recife, onde foi velada, recebeu homenagens da Câmara Municipal e para a qual fez declaração de amor expressa na frase: “Me sinto muito feliz dentro de Igarassu, foi o lugar que eu queria morar, era aqui e aqui estou”. A Secretaria de Turismo do município lamentou a morte de sua filha ilustre observando que apenas uma mensagem “não seria o suficiente para falarmos da contribuição de Dona Lia do Coco para Cultura de Igarassu e Pernambuco. Muito obrigada Dona Lia, a brincante que espalhava alegria por onde passava.”
A tristeza também foi o tom da maioria das notas de pesar que amigos, familiares e fãs publicou nas páginas sociais que Dona Lia do Coco mantinha. Um dos internautas, entretanto, preferiu exaltá-la registrando as palavras “Guerreira da cultura popular brasileira! Uma gigante em seu ofício”. Já a equipe que a acompanhava resolveu marcar a despedida utilizando uma frase que remete a Meu Coqueirá, primeiro disco da carreira dela, lançado em março de 2015, exaltando sua história dentro da programação da tradicional Sambada de Coco de Tabajara, de Olinda (PE): “Quando eu morrer, minha voz fica no ar. Quando se lembrar de mim, bote o CD para tocar”.
Apesar de seus mais de 50 anos de carreira, há poucos registros sobre Dona Lia do Coco na imprensa e na internet, o que, lamentavelmente, dificulta a produção de uma matéria mais detalhada sobre sua importância à cultura popular do país. Meu Coqueirá (produzido e gravado por Mestre Ulisses Cangaia e Joel Carlos no Berimbau Estúdio) foi o único legado fonográfico, fora material gravado em vídeo e documentários, deixado por ela e apenas em uma plataforma de streaming o disco está disponível. No dia do lançamento do disco, ela não escondia a alegria porque “via desde pequena meus pais cantarem e hoje me sinto emocionada em mostrar para as pessoas e o que sei e gosto de fazer”, disse no dia do lançamento. Além de composições próprias, Lia cantava canções de domínio público aprendidas em sua infância na Zona da Mata Norte de Pernambuco.
Clique no linque abaixo para assistir uma apresentação ao vivo de Dona Lia do Coco:
https://www.facebook.com/watch/live/?v=342569919483512&ref=watch_permalink