Fernando Maranho, guitarrista e co-compositor com Tatá Aeroplano nas bandas Jumbo Elektro e Cérebro Eletrônico, está lançando hoje, 22 de setembro, Crimideia, segundo disco solo da carreira, disponibilizado abaixo nesta atulaização . O álbum conta com a participação do baterista Gustavo Souza (Maria Alcina, Cérebro Eletrônico) e do baixista João Velhote (Patife Band, Leptospirose). O novo trabalho do paulistano atualmente residindo em Bragança Paulista possui nove composições autorais inéditas que incluem 1980, parceria com o poeta e músico Daniel Perroni Ratto (Luz de Caroline) lançado como clipe em 7 de setembro nas plataformas digitais e que conta, também, com a participação incidental do músico bragantino Charles Paixão (Óleo Sobre Tela). O clipe da canção é de autoria da irmã de Fernando, Thais Maranho, e conta com imagens do arquivo de fitas VHS da família, gravadas durante a década dos anos 1980.
As canções de Crimideia passeiam por estilos musicais diversos, do rock ao eletrônico: “Cresci nos anos 80 ouvindo discos que iam de Michael Jackson à banda Kiss”, afirmou Maranho. “Sempre curti muito rádio e alguns dos meus discos favoritos são coletâneas musicais ou trilhas sonoras de filmes”, emendou. “Sempre experimentei e busquei a diversidade cultural com muita naturalidade.”
A viagem sonora se inicia com Cabeça na terra, cuja letra é inspirada na obra do líder indígena e escritor Ailton Krenak e conta com a participação de um amigo de Maranho, TRZ (Lineker, Cérebro Eletrônico) nos teclados. O disco prossegue por caminhos de reflexão sobre o momento atual do planeta, afetado pela pandemia de Covid-19, flerta com certa nostalgia em momentos pontuais, exercita a memória de um futuro que não existiu, traz reflexões e fragmentos de memória pessoais que se confundem com ficção e se encerra com a canção que deu nome ao trabalho, Crimideia.
Crimideia é uma palavra em Novilíngua, idioma fictício de 1984, clássico de George Orwell, que significa “a criminalização do pensamento”. O tema vêm à tona no momento em que se observa o retorno gradual do autoritarismo e a consequente tentativa de depreciação da cultura e da diversidade em escala global [e de forma muito acentuada a partir de 2018, no Brasil, com a posse do governo de Jair Bolsonaro].
A mixagem e masterização ficaram por conta do parceiro de longa data do autor, Renato Cortez (Seychelles, Heroes, Cérebro Eletrônico), que também mixou e participou como baixista no primeiro disco solo de Fernando Maranho, Hipercubo, lançado em 2016. A produção musical e artes visuais são assinadas pelo próprio Fernando Maranho.
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