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Álbum ocupa há quatro semanas o topo na parada da revista Jazz Week e traz no repertório The Girl From Ipanema, A Felicidade e Wave
Um exemplar do novo álbum de Antonio Adolfo foi enviado à redação do Barulho d’água Música pela Tambores Comunicações, dos amigos Beto Previero e Moisés Santana, aos quais agradecemos. O pianista, compositor e arranjador carioca Antonio Adolfo, com mais de cinco décadas de carreira, reconhecido internacionalmente como uma personalidade do jazz latino americano, lançou Jobim Forever (do selo AAM Music), no qual apresenta sua versão da obra de Tom Jobim (1927-1994) e privilegia composições da década dos anos 1960, um importante momento da música no Brasil, quando as inovações de Jobim ajudaram a tornar o Rio de Janeiro e todo o país o centro de uma cultura musical mundial impulsionada pelo surgimento da Bossa Nova. O álbum, que abriu mais uma audição matinal aqui no Solar do Barulho, em São Roque (SP), está disponível nas plataformas digitais e em https://antonioadolfomusic.com/,
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Moisés Santana e Beto Priviero
Adolfo, que conviveu com Jobim, inclusive como professor dos filhos e neto do compositor, contou que antes de gravar usou a liberdade para rever o repertório do ‘maestro soberano’, como Jobim era chamado, promovendo releituras para Girl From Ipanema, A Felicidade e How Insensitive, por exemplo, sucessos do amigo para os quais criou novos arranjos, variações melódicas e mudanças de métrica como costuma proceder ao abordar composições de terceiros. “Quando faço um arranjo, toco a música várias vezes até sentir urna espécie de parceria com o autor”, afirmou Adolfo. “Após absorvê-la, deixo minha interpretação emergir e, então, posso criar as diferentes harmonias, métricas, fraseados e formas que adapto aos instrumentos para os quais concebo os arranjos.”
Antonio Carlos Jobim é um dos nomes mais importantes e influentes da música mundial. Sua obra continua apreciada por muita gente e regravada de diversas formas e por artistas de gêneros distintos. Adolfo lembra que ouviu Tom Jobim pela primeira vez em 1959, pelo rádio do carro de sua mãe. A música A Felicidade (Jobim/Vinicius de Moraes), imediatamente o seduziu pela sonoridade daquela “nova Bossa’, o que resultou numa das suas maiores influências. Tornou-se músico profissional aos 17 anos, liderando o Trio 3D, e tocando com Leny Andrade, Carlos Lyra, Flora Purim, Wilson Simonal, Elis Regina e Milton Nascimento. Milton, aliás, é tema do álbum BruMA – Comemorando Milton Nascimento (2020), que ficou em primeiro lugar na parada nacional da Jazz Week por várias semanas. Leia mais sobre Tom Jobim aqui no Barulho d’água Música ao visitar o linque a seguir:https://barulhodeagua.com/tag/tom-jobim/
O álbum Jobim Forever tem participação dos músicos Jessé Sadoc (trompete/flugelhorn), Danilo Sinna (sax alto), Marcelo Martins (sax tenor, soprano e flautas), Rafael Rocha (trombone), Lula Galvão (violão e guitarra), Jorge Helder (contrabaixo), Rafael Barata (bateria/percussão), Dadá Costa (percussão) e desta vez, com participações especiais de Paulo Braga (bateria), que tocou com Tom Jobim durante vários anos e do cantor Zé Renato, em A Felicidade (Jobim/Vinicius).
Antonio Adolfo começou a estudar música na infância. Em 1963, criou o Trio 3D, que acompanhou diversos artistas. Atuou como compositor em importantes festivais e trilhas sonoras de novelas, obtendo fama com Samarina e Teletema, entre outras. Vive entre o Brasil e o Exterior desde os anos 1970 e estudou música nos Estados Unidos da América e na Europa. Quando voltou ao Brasil desenvolveu a atitude pioneira que o marca e hoje é padrão na música brasileira: a gravação e a distribuição independente de discos. Seu bolachão Feito em Casa (1977) teve todas as etapas assumidas por ele, desde a gravação até a venda em lojas. Em 1985 criou, na cidade do Rio de Janeiro, o Centro Musical Antonio Adolfo, onde desenvolve atividade pedagógica.
Adolfo tem gravado seus discos solo com frequência. Alguns foram indicados ao Grammy Latino, como Rio Choro Jazz (2014); Tema (2015); Tropical Infinito (2018) e Hybrido – from Rio to Wayne Shorter (2018), também indicado ao Grammy (2018) como Melhor Álbum de Latin Jazz.