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A cantora e compositora paulistana Kátya Teixeira fará três apresentações no Sesc Belenzinho, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro, quando protagonizará o espetáculo Violetas e Margaridas. Além de marcar o aguardado reencontro com o público, a cantora ressaltou que esta série de apresentações trará, ainda, outras marcas representativas e significantes tanto na sua carreira de quase três décadas, como no aspecto pessoal para uma mulher, artista, com seus 50 anos de vida recém-completados. A importância desse concerto se expande ainda mais, pois durante as apresentações haverá a gravação, ao vivo, das canções que integrarão o sétimo álbum da artista. “Estar no palco é um momento sublime para mim e quando isso acontece após um hiato forçado de quase dois anos a emoção chega a ser indescritível”, comentou Katya entre os preparativos para o primeiro show presencial após a pandemia de Covid-19.
Violetas e Margaridas é um projeto com direção de Katya e André Venegas direcionado à atenção devida à mulher dentro do contexto social e histórico, do campo às grandes metrópoles. Traz a leveza, a fertilidade, a criação e o acolhimento tão necessários à vida, mas também deita o olhar sobre este momento em que o mundo requer tantos cuidados e quando as mulheres ainda sofrem todo tipo de violência, não apenas a física e a moral. Assim, temas necessários que pedem atenção de toda a sociedade, como o feminicídio e o infanticídio, serão trazidos em canções como Ana Lídia (de Fábio Miranda) e Canción para Johana (da argentina Analía Garcetti).
FLORES E LUTAS
“Toda flor é uma flor, não importa o jardim onde ela brotou, toda flor é uma flor…”
A exemplo da chilena Violeta Parra, uma mulher que esteve à frente de seu tempo e deu voz ao seu povo por meio de sua arte, no Brasil, temos Margarida Maria Alves. Ela foi a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar, feito este que lhe custou a vida. E vimos este trágico fim atingir outras líderes ao longo da história da América Latina, como a ex-vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Violetas e Margaridas busca dar voz a essas mulheres simples, do povo, para que a história possa ser contada e cantada a partir de uma percepção feminina e possa favorecer a criação de uma egrégora de igualdade e respeito pela diversidade, um lugar melhor e mais possível a todos.
UM PALCO DE MULHERES
Kátya Teixeira cantará e tocará violões, guitarrón, cuatro, charango muito bem acompanhada por Cássia Maria (percussão e vocais), Ana Eliza Colomar (violoncelo, sax, flautas, vocais) e Esther Alves de Araújo (acordeon, flautas e vocais). O repertório do espetáculo passeará por vários ritmos brasileiros, latinos e ibero-americanos, com composições inéditas de Kátya Teixeira em parcerias com Consuelo de Paula, Paulo Nunes, Luiz Carlos Bahia e Kátia Drummond.
Cantora, instrumentista e compositora paulistana, pesquisadora da cultura popular brasileira, Katya Teixeira traz em seu trabalho musical o resultado de suas andanças pelo Brasil garimpando saberes e sonoridades que incorpora a sua musicalidade, fazendo reverência aos mestres populares e às manifestações culturais autênticas do nosso país. Ao longo de 27 anos de carreira, apresentou-se por todo o Brasil e por países latino-americanos e europeus. Com seis discos gravados e quatro singles, Kátya Teixeira teve álbuns indicados aos Prêmios da Música Brasileira e Profissionais da Música e duas vezes recebeu o Troféu Catavento, de Solano Ribeiro, pela Rádio Cultura/ SP.
Katya assina vários projetos culturais dentre os quais se destaca o premiado Dandô – Circuito de Música Dércio Marques. O Dandô promove intercâmbios e circulação de música popular em várias cidades brasileiras, da América Latina e da Europa e é uma continuidade do trabalho incansável do seu grande mestre Dércio Marques, mineiro de Uberaba que dedicou a vida à cultura popular e a descoberta de músicos por todo o país e nações latinas.

Foto: Marcelino Lima/Acervo Barulho d’água Música
Percussionista, educadora, compositora e cantora, Cássia Maria integra os grupos Trio que Chora, instrumental, e Vozes Bugras, que recolhe e canta manifestações culturais brasileiras. Acompanha, ainda os grupos À 4 Vozes, Quintal de Fulô, Barro de Chão , Oxalá Massala e Operilda – música erudita brasileira para crianças, além de Kátya Teixeira e Socorro Lira. É professora de Percussão na ATA Cultural, em Atibaia (SP). Desenvolve oficinas de Educação Musical para adolescentes e jovens e ministra oficinas de Percussão com experiência em arte-educação para crianças e professores.
Atua como facilitadora musical com pessoas com câncer e seus cuidadores na Abrapec.

Foto: Gerardo Lazzari/Auditório Ibirapuera
Com mais de três décadas de atuação na cena musical paulistana, na qual tem se destacado como multi-instrumentista tanto na área de música erudita, como popular, executando flauta, sax e cello, Ana Eliza Colomar graduou-se em Letras pela Universidade de São Paulo e completou o curso da Escola Municipal de Música Tom Jobim de São Paulo. Iniciou-se profissionalmente como violoncelista, integrou a Orquestra Juvenil do Estado e, posteriormente, a Orquestra Sinfônica Jovem Municipal e a Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Jamil Maluf. Integrou também as Sinfônicas de Sorocaba, Ribeirão Preto e de Santo André, todas cidades paulistas.
Como flautista, foi primeira flauta em diversos programas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (SP).No decorrer de sua estrada musical, Ana foi se aproximando cada vez mais do universo da música popular e dos espetáculos Inter linguagens, com especial destaque a grupos e a coletivos femininos atuantes na cena artística e musical, integrando, com pioneirismo, propostas e espaços pouco frequentados por mulheres instrumentistas.

Foto: Marcelino Lima/Acervo Barulho d’água Música
Cantora, instrumentista, compositora paulista, Esther Alves de Araújo começou seus estudos musicais aos 10 anos, inicialmente com flauta doce, música antiga e canto coral. Aos 15 anos conheceu a flauta transversal, influenciada pelas gravações de Altamiro Carrilho e Toninho Carrasqueira. Anos mais tarde conheceu a sanfona e iniciou seus estudos com Cicinho Silva e cursou bacharelado em flauta transversal na Universidade de Campinas (SP). Dentre as atividades de Esther estão atualmente a participação no Duo Flor de Maracujá, Orquestra de Choro Campineira, Cantavento e Roda de Mestres, além de participações em discos e atividades como professora e intérprete.
PARAÍBA, MULHER: NÃO AOS SENHORES…
Margarida Maria Alves foi a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar e acabou pagando com a vida por suas posturas e convicções. Abatida na cidade onde nascera (Alagoa Grande) em 12 de agosto de 1983, tombou uma semana depois de ter completado 50 anos, na presença do marido e do filho. Postumamente, recebeu o Prêmio Pax Christi Internacional, em 1988. Todos os anos, na semana que antecede 12 de agosto, a população de Alagoa Grande traz à tona a memória da sindicalista, a precursora feminina na Paraíba na defesa dos direitos dos trabalhadores do campo.
Violetas e Margaridas, nos dias 3 e 4 dezembro, sexta-feira e sábado, começará às 21 horas; no domingo, 5, a partir das 18 horas. O ingresso custa R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada), com venda online a partir de 30 de novembro e presencial a partir de 1.º de dezembro. O Teatro do Sesc Belenzinho fica na Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho, a menos de 1.000 metros da Estação Belém da Linha 3 Vermelha do Metro.