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Álbum da pernambucana, com participações de Graça Nascimento, Renata Rosa e Adelmo Arcoverde, está nas plataformas e, em breve, ganhará versão física
A vencedora do 6° Prêmio Profissionais da Música (PPM) da categoria Violas e Violeiros deste ano, a pernambucana Laís de Assis lançou no final de novembro o primeiro disco da carreira, Ressemântica, disponível nas principais plataformas digitais e com o qual abrimos neste dia 4 as tradicionais audições matinais dos sábados aqui no Solar do Barulho, em São Roque (SP). Tema na quinta-feira, 2 de dezembro, do programa Revoredo, apresentado na Rádio USP FM pelo maestro José Gustavo Julião de Camargo, Ressemântica é envolvido pela essência do feminino ancestral em suas 13 faixas dedicadas à exploração de novas sonoridades da viola nordestina, mas cuidadosas ao preservar o singular sotaque dessa linguagem. A maioria das composições foi composta e arranjada pela própria Laís de Assis, cujo perfil foi tema da recente atualização 1430, publicada em 24 de agosto aqui no Barulho d’água.
“O disco é resultado da minha liberdade artística e criativa em relação à viola, de tudo que vivenciei na vida até chegar nele”, contou Laís. “‘Ressemântica’ é parte de mim que se transformou em som. Minha musicalidade vem muito disso, de incorporar vários elementos dentro do sotaque da viola nordestina, de criar essas imagens sonoras”. A obra tem produção e direção musical de Yuri Queiroga, design e ilustrações de Karina Freitas e produção geral de Naara Santos. A mixagem coube a André Oliveira, no estúdio Muzak, situado em Recife. A masterização vem assinada pelo engenheiro de áudio Homero Lotito, do Reference Mastering Studio, da cidade de São Paulo.
CICLO DIVIDIDO EM TRÊS AMBIENTES
Ressemântica segue um roteiro, um ciclo que propõe três ambientes diferentes, envolvidos pela viola solo, a banda base de Laís e participações que ela chama de uma “conversa sonora”. As aberturas de cada bloco são pontuadas por poesias de Graça Nascimento, da cidade de Canhotinho, localizada no agreste de Pernambuco. “Graça é mulher potente, que deixa sua marca por onde passa”, pontuou a violeira. “Com ela aprendo cada vez mais sobre a liberdade do eu feminino e minhas ressignificações.”
A primeira parte reúne composições que fazem alusões à ideia de chão, de raízes fincadas e ancestralidades, com participações das mulheres da aldeia indígena Tuxá e da cantora e rabequeira Renata Rosa. Essa abertura é representada pelas faixas Coragem, Entre Luas e auroras, Mãe D’água, Centelha e Terra Vermelha, primeiro single lançado por Laís, com participação do percussionista Gilú Amaral.
A segundo parte trabalha com o conceito de descoberta, reconhecimento e aceitações baseados nas músicas Morada, Cortando caminho, Frevo para um carnaval que não passou (com participação do trombonista Nilsinho Amarante), Ponteada e A Dama de Espadas, esta do violeiro Adelmo Arcoverde, que divide o arranjo e a interpretação da viola de dez cordas com a sua pupila.
O terceiro ambiente aborda a exploração, a “ressemantização”, a volta ao passado para ressignificar o presente, adentrar novos espaços, liberdade e experimentação com Será sina?; Ressemântica; e Uma carta para a saudade. “Aqui exploro mais elementos incomuns para a viola nordestina, a ideia de liberdade. A poesia dessa parte possui uma poesia muito tensa e inquietante. Daí o ciclo se inicia de novo”, detalhou Laís que também é educadora.
No disco, a banda de Laís é formada por Johann Brehmer (percuteria) e Alex Santana (tuba). Ressemântica recebeu financiamento do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura-PE), do Governo de Pernambuco, e teve como proponente e administradora do projeto Ana Cristina Bezerra de Melo Nascimento. Em breve, a obra também deverá ganhar versão física.
Trajetória de Laís de Assis
Formada em viola de dez cordas (2018) e violão popular (2013) pelo Conservatório Pernambucano de Música, Laís de Assis foi aluna do professor e mestre violeiro e conterrâneo Adelmo Arcoverde. Em 2016 graduou-se em Música Licenciatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em 2018 Mestre em Etnomusicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Laís já participou de importantes eventos como o Festival RecBeat-SP (2021); Festival Cordas World Music-Açores, em Portugal (2021); Festival Duos (2021); Projeto Memória Brasileira-Violeiros do Brasil (2021); Sesc Jazz-Sesc Pompeia SP (2021) com Amaro Freitas e Ancestral Cumbe; e da Abertura do Festival Janeiro de Grandes Espetáculos (2021).
Além do trabalho com a viola solo, Laís de Assis se apresenta com o trio que forma com Alex Santana (tuba) e Gilú Amaral (percussão). É ex-integrante do coletivo artístico feminino A Dita Curva e tem acompanhado vários artistas da cena musical pernambucana, como as cantoras Isaar e Renata Rosa. Foi professora de música do Sesc Pernambuco (2017-2020), onde coordenou alguns coletivos artísticos, dentre eles o Núcleo de Pesquisa em Música Nordestina e dirigiu o espetáculo musical instrumental Desemudecer do Grupo de Choro do Sesc-PE, em 2019.
Clique no linque abaixo e leia mais sobre Laís de Assis aqui no Barulho d’água Música:
Clique abaixo e ouça o programa Revoredo de 2 de dezembro e baixe o conteúdo com as faixas de Ressemântica
https://jornal.usp.br/podcast/revoredo-12-lais-de-assis-lanca-seu-novo-album/
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Instagram: @lais_deassis
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