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Primeiro disco de Canções Para Atravessar a Noite Escura – Canções na Quarentena já chegou às plataformas digitais, com gravações acústicas ao vivo baseadas no repertório dos shows Acalantos
*Com Mercedes Cumaru
Ao completar 28 anos de carreira, a cantora e compositora paulistana Kátya Teixeira fará uma série de ações comemorativas a começar pelo lançamento do primeiro álbum que integra o disco Canções Para Atravessar a Noite Escura | Canções na Quarentena, já disponível nas plataformas digitais. Acústico, o álbum foi gravado ao vivo em estúdio e traz as canções que fizeram parte de Acalantos, apresentação virtual que Kátya protagonizou em março de 2021, com recursos da Lei Aldir Blanc, pelo Proac SP.
“O show Acalantos que deu origem ao CD, contou com a participação de André Venegas e da contadora de histórias Nani Braun. O espetáculo foi realizado dentro de uma proposta artística para o público infanto-juvenil, mas o olhar para o mesmo repertório difere a partir da percepção de cada pessoa. Nas canções presentes nesta obra, pr’além de acalentar pais e filhos, existe a intenção de acessar a nossa criança interior, sobretudo, com todos os acontecimentos dos últimos anos, nos quais estamos lidando com tanta dor e luto, pandemia, questões sociais, ambientais e políticas tão duras. Andamos, de fato, muito carentes de afeto e fé de que isso tudo vai passar. Parafraseando o poeta Thiago de Mello: ‘…faz escuro mas eu canto, porque a manhã já vai chegar’“, escreveu Kátya Teixeira ao detalhar a essência do recente trabalho.
O repertório reúne músicas inéditas como No arco da madrugada (Consuelo de Paula e Kátya Teixeira) e Dorme, meu amor (Kátya Teixeira e João Evangelista Rodrigues), além de composições de Jean Garfunkel e Renato Consorte, Rosinha de Valença, bem como os clássicos Paz do meu amor e Prelúdio para ninar gente grande, de Luiz Vieira, e a música Tristeza, dos irmãos Nuñes, que ficou conhecido na voz de Mercedes Sosa. E vai além ao passar por sonoridades luso-brasileiras de cantigas tradicionais como Senhora Santana e Dorme meu menino e a Canção de embalar, de Zeca Afonso. Há ainda Toke na Mitã, canção em guarani composta por Anabel Andrés e Jera Guarani.
André Venegas, ator e músico integrante do grupo Barbatuques, assina a direção artística ao lado de Kátya Teixeira, canta, toca diversos instrumentos além de percussão vocal e corporal. Ambos se revezam em flautas indígenas, caja coplera argentina, violas de cocho e de cabaça, charango andino, guitarrón uruguayo, violões requinto e tercino, guitarra transpuesta, entre outros instrumentos que embalam o álbum.
O registro de todo o processo de gravação, tanto do show como do disco, consta em minidocumentário que foi ao ar na semana de 12 a 15 de abril e segue disponível no canal do Youtube de Kátya. Ainda dentro da agenda de lançamentos, está prevista uma transmissão on-line (live) na qual Kátya interagirá com o público e comentará mais detalhes e curiosidades da obra.
CANÇÕES PARA ATRAVESSAR A NOITE ESCURA (2)
O segundo álbum de Canções… tem data de lançamento prevista para primeira quinzena de julho. O conteúdo, desta vez, será baseado nas gravações on-line de Canções pra Despertar, que teve direção artística de Kátya e Venegas e foi apresentado em 2021, também com recursos do ProAc LAB. Neste volume, Kátya Teixeira compartilha elementos artísticos que nos convidam a fortalecer a esperança por dias melhores e sugere a necessidade de um olhar mais atento para percebermos o que nos faz despertar a consciência, o coração e os sentimentos.
“A arte, sempre ela, aparece aqui mais uma vez com seus mecanismos mágicos que nos tomam pelas mãos e dão suporte para continuar o caminhar”, afirmou a autora. “O repertório tem uma lógica de nos fazer despertar da inércia, da apatia e da frigidez social das quais fomos acometidos. Despertar em nós o que nos faz humanos.”
As faixas celebram parcerias inéditas como Poema para uma árvore-sol (Kátya Teixeira e Consuelo de Paula), A vida em si (Kátya Teixeira e Sérgio Tannus) e Laços (Kátya Teixeira e Lígia Araújo), além de Nômina (Kátya Teixeira e Giovanni Guimarães) e Entre Flores e Espinhos (Kátya Teixeira e Luiz Carlos Bahia). Algumas músicas da discografia geral de Kátya também estão presentes: Kararaô e Violetas e Margaridas de sua autoria; Pega-Pega (Paulo Gomes); Tempo de esperança (Kátya Teixeira e Gildes Bezerra) e ainda a canção inédita Janela do Tempo (Luís Perequê), mais as regravações de músicas do cancioneiro popular como Deusa da lua (Mestra Virgínia/AL) e A rosa também se muda, entre outras.
Os violeiros Ricardo Vignini e Valdir Verona, a percussionista Cássia Maria, o multi-instrumentista Sérgio Tannus (brasileiro radicado na Galícia), o grupo Seresteiros, o grupo galego Ergutío, a portuguesa Eva Parmenter e Venegas são algumas das participações especiais.
Os dois discos foram gravados e mixados nos estúdios Sirikutiku e Bojo Elétrico, em São Paulo, e masterizados por Ricardo Vignini, entre 2021 e 2022. Quem assina as ilustrações da capa dos álbuns digitais e do livro/encarte do disco físico é a artista visual Naila Pommé. O designer é de Kátya Teixeira, com produção executiva da Katxerê Produções Artísticas e distribuição da Tratore.
Em julho também será a vez de lançar a mídia física de Canções Para Atravessar a Noite Escura-Canções na Quarentena. Com a ideia de proporcionar um passeio por memórias afetivas, o lançamento chegará em formato de combo especial com edição limitada: Livro/disco duplo e quebra-cabeças com imagem pintada por Naila Pommé. A aquisição deste produto poderá ser feita sob encomenda pelo site da artista (www.katyateixeira.com.br).
PRIMEIRAS HISTÓRIAS…
Desde muito cedo a arte esteve presente na vida de Kátya Teixeira e ajudou a formar a cantora, multi-instrumentista, compositora e pesquisadora da cultura popular. Nascida numa família de músicos e pesquisadores da cultura popular, a sua carreira traz influências de expoentes da música brasileira, muitos dos quais fizeram parte do ambiente familiar no qual ela cresceu, como João Bá, Vidal França, Dércio Marques, Doroty Marques, Déo Lopes, Genésio Tocantins, Mochel, Diana Pequeno, Irene Portela, Inezita Barroso e João Pacífico — com quem o Bando Flor do Mato (grupo formado por pais, tias e tios de Kátya) fez inúmeros trabalhos, entre outros tantos da música popular brasileira de raiz.
Com 50 anos de idade, dos quais 28 dedicados à música, Kátya compartilhará com o público importantes momentos de sua trajetória, com memórias que se revelam de maneira leve por meio de contos que marcam não somente sua vida pessoal e profissional, mas o retrato de um tempo. As lembranças estarão no livro Primeiras histórias da primeira metade da minha vida e serão apresentadas em formato de contos autobiográficos, com lançamento planejado para 19 de novembro, data em que ela comemorará mais um aniversário.
VIOLETAS E MARGARIDAS
Com gravações realizadas em três dias de cantoria ao vivo, no teatro do Sesc Belenzinho, na cidade de São Paulo, o disco Violetas e Margaridas integra as futuras ações de Kátya e chegará em março de 2023. O álbum, com direção artística do casal, direciona sua atenção à mulher dentro dos contextos social e histórico, do campo às grandes metrópoles. Suas canções promovem a leveza, a fertilidade, a criação e acolhimento tão necessários à vida, mas também deita olhar a este momento em que o mundo requer tantos cuidados, no qual as mulheres seguem sofrendo todo tipo de violência, física e moral.
Assim temas necessários que pedem atenção de toda a sociedade, como o feminicídio e o infanticídio, são enfocados em canções como Ana Lídia (de Fábio Miranda) e Canción para Ohana (da argentina Analisa Garcetti). A exemplo da chilena Violeta Parra, que foi uma mulher à frente de seu tempo e que deu voz ao seu povo por meio da arte, no Brasil, temos Margarida Maria Alves, primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar, iniciativa que lhe custou a vida, ou seja, o mesmo trágico fim que atingiu outras líderes ao longo da história da América Latina e que não poupou, por exemplo, a ex-vereadora carioca do PSol Marielle Franco, cujos autores do atentado que a ceifou e também matou seu motorista, Anderson Gomes, já estão presos, mas os mandantes ainda não foram apontados pela Justiça, decorridos mais de quatro anos dos homicídios .
Em Violetas e Margaridas, Kátya Teixeira canta e toca violões, guitarrón, cuatro, charango, acompanhada por Cássia Maria (percussão e vocais); Ana Eliza Colomar (violoncelo, sax, flautas, vocais) e Esther Alves de Araújo (acordeon, flautas e vocais). O repertório passeia por vários ritmos brasileiros, latinos e ibero-americanos, com composições inéditas de Kátya em parceria com Consuelo de Paula, Paulo Nunes, Luiz Carlos Bahia e Kátia Drummond.
Mais sobre Kátya Teixeira :https://linktr.ee/katyateixeira
Mais sobre André Venegas: https://www.barbatuques.com.br/andre-venegas
AGEND DOS LANÇAMENTOS
Canções Para Atravessar a Noite Escura | Canções na Quarentena (1): Disponível desde 15 de abril nas principais plataformas digitais
Minidocumentário: Lançado em http://youtube.com/katyateixeirabr
Canções Para Atravessar a Noite Escura| Canções na Quarentena (2): Lançamento digital em 15 de julho, nas principais plataformas digitais
Canções Para Atravessar a Noite Escura| Canções na Quarentena, álbuns 1 e 2 – Edição Especial Limitada (Livro/ CD duplo (físico): Lançamento em 25 de julho de 2022. Encomenda antecipada/ Pré-venda https://linktr.ee/katyateixeira
Primeiras histórias da primeira metade da minha vida, livro com contos autobiográficos: Lançamento em 19 de novembro
Violetas e Margaridas: Lançamento em março de 2023
Todos os lançamentos terão as datas confirmadas em https://linktr.ee/katyateixeira
Esse trabalho lindo, feito em um ano tão difícil quando todos, juntos e separados, vivemos nossas amarguras e nossos medos, em silencio e isolamento … Cada um sabe a dor que teve, o quanto precisou ser acalentado… Para mim este trabalho me lembra uma noite fria que se fez quente, porque Katya e André estiveram comigo, e fazia escuro, mas nós criavamos…
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