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Eu Nasci com Asas – Violas do Brasil – Sotaques e Sonoridades da Viola traz um pouco da trajetória do compositor e violeiro que partiu de Cuiabá para Jundiaí e hoje já tem 12 discos gravados
O compositor violeiro João Ormond (MT) lançou em 23 de setembro o audiovisual e álbum Eu Nasci com Asas – Violas do Brasil – Sotaques e Sonoridades da Viola, resultado do Prêmio Musical ProAcLAB (Lei Aldir Blanc)/SP de 2021. Neste novo projeto, Ormond revela uma síntese da sua trajetória musical desde 1999, quando saiu de Cuiabá rumo a Jundiaí (SP), onde permanece e mora. A meta de pôr o pé na estrada era levar sua cantoria Brasil afora, assim como expressa a canção com um dos seus parceiros, Zé Geraldo: “…eu nasci com asas e precisava voar…Tô saindo de casa/porque quem tem asas/precisa voar”.
O audiovisual foi gravado em um restaurante de Jundiaí, que oferece ambiente propício à viola caipira e à música e que remete à magia das festas do sertão e do Interior. O repertório reúne 15 canções autorais que Ormond escreveu ao lado de parceiros e amigos queridos de longas datas, tais como Paulo Simões (conhecido pelas letras em duo com Almir Sater); Samuel Quintans (“um arretado nordestino” que vive há anos em Campinas/SP); Teco Seade (sul-mato-grossense, também fixado em Campinas); os mineiros talentosíssimos Zebeto Corrêa e Luiz Salgado; o mato-grossense e pantaneiro Paulo Moura; Batista dos Santos; Clemente Manoel, Adolfo Mizuta e Francis Rosa; Rafael Cabello e Rafael Virgulino com os seus mágicos acordeons; Cássio Soares (batida certeira da bateria/percussão); Gabriel Nanni (tinhoso baixo) e Luís Carreiro (na sutileza e precisas cordas do violão), que o acompanham há tempos.
“Este é um trabalho muito representativo e significativo e foi feito com muita emoção e afetividade, pois enaltece um pouco de minha história”, afirmou Ormond — cuja carreira mostra a mistura da música cabocla com a música popular brasileira e destaca a viola como instrumento polivalente e universal.
Eu Nasci com Asas – Violas do Brasil – Sotaques e Sonoridades da Viola também traz à luz as possibilidades e vertentes para o uso da viola na área que demarca o chamado “cinturão caipira brasileiro”, formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. O público, desta forma, conhece as características de ritmos, toadas e ponteios dessas regiões, influenciados pela colonização do Brasil promovida pelos bandeirantes nos deslocamentos durante a interiorização, em busca de ouro e outras riquezas espoliadas pelo aprisionamento e escravidão dos silvícolas e povos ribeirinhos, ações que apesar de seu caráter dominador e opressor também suscitaram diferentes traços culturais que, ao longo do tempo, mudaram e foram adaptadas às realidades locais.
Ormond enfoca com carinho redobrado a própria região, onde se insere na porção Centro-Oeste do Brasil o vasto Pantanal que o inspira a tocar modas e toadas, chamamés e guarânias, considerados ritmos de fronteira com países platinos. Dessa forma, também reforça a inserção da viola caipira na cultura do povo brasileiro e presente em diversas manifestações pelo Brasil adentro: festas religiosas, folia de reis, congados, repentes nordestinos, festas de ribeirinhos. De alguns anos para cá, a viola caipira vem se afirmando, também, no cenário urbano, aceita e revalorizada principalmente pelas novas gerações, interesse que tende a crescer impulsionado pela releitura da novela Pantanal, que a Rede Globo de Televisão põe atualmente no ar como atração do horário nobre e já caminha para seus capítulos finais; aliás, a música Reduto de Violeiro, de Ormond e Teco Seade, presente no projeto premiado, vamos combinar? poderia compor o repertório das cantorias de Tibério (Guito), Trindade (Gabriel Sater), Eugênio (Almir Sater) e Thommy Schiavo (João Zoinho) em torno das fogueiras da fazenda dos Leôncio, mas, até o momento, não recebeu esta distinção!
Outro exemplo desta afirmação da viola é o surgimento de muitas orquestras, igualmente com interesse cada vez maior de jovens que as integram. Pode-se dizer, assim, que na contemporaneidade a urbanização da viola caipira ganhou espaço no cenário da música brasileira e deixou de ser exclusivamente vinculada ao sertão/interior para fazer parte também dos eventos urbanos.
Junto com o audiovisual, chegou às plataformas digitais um epê com quatro músicas e, em 30 de setembro, a quinta, Cavalo Pantaneiro. A cada 15 dias será lançado um single novo, até 23 de fevereiro.
PANTANAL, CHAPADA, CERRADO
A obra de João Ormond já soma 12 discos gravados, epês e singles. É uma das mais expressivas revelações da paisagem poético-musical do Mato Grosso e revela uma hibridação de sons e de composições que sintetizam o que há de mais fino na chamada música popular brasileira (MPB). Estes trabalhos, todos disponíveis nas plataformas de músicas, são produções independentes de um artista de grandioso talento, autêntico e comprometido com a música de boa qualidade, que canta canções para divulgar as verdadeiras belezas da fauna e flora do Pantanal e áreas como Chapada dos Guimarães e do Cerrado, além dos amores, da simplicidade, das tradições, costumes, danças, festas religiosas e crenças, em resumo, o que tem de mais belo e singelo o nosso Brasil.

Atrações da atual novela do horário nobre na Rede Globo, as belezas do Pantanal também inspiraram o cantor compositor Ormond (Foto: Tacos Vergueiro – Governo do MT-1)
Ormond estabelece um compromisso afetivo com o seu público que revela o quanto as expressões/manifestações culturais são essenciais à vida social, pois resultam em novas possibilidades e transformações societárias — como canta Lá no Sertão, que retrata as batidas do afoxé e remete às nossas raízes afrodescendentes, tão necessária às reflexões das questões raciais. Suas composições são um convite para uma viagem musical com muita empatia, encanto e acalento para os corações, embalado na emoção do momento histórico.
Ficha Técnica audiovisual:
Produção: João Ormond e Lu Ormond/Direção Musical: Rafael Cabello/Arranjos: João Ormond e Rafael Cabello/Direção Artística: João Ormond e Juliano Oliveira/Captação e edição de áudio, imagem e vídeo: Stage Pocket
João Ormond (Voz e violas)/Rafael Cabello (Acordeon e Rafael Virgulino (Acordeon)/ Cássio Soares (Bateria/percussão)/ Gabriel Nanni (baixo) Luís Carreiro (violão)
Repertório:
1 – Eu Nasci com Asas–João Ormond/Clemente Manoel/Adolfo Mizuta/2–Valente Coração–João Ormond/Samuel Quintans/3-Reduto de Violeiro–João Ormond/Teco Seade/4–Sempre Bate uma Saudade–João Ormond/Paulo Simões/5 –Cantos de Paz–João Ormond/Zebeto Corrêa/6-De Saudade um Homem Chora–João Ormond/Paulo Simões/7-Da Janela da Varanda–João Ormond/Luiz Salgado/8-Pagode Cuyabá–João Ormond/9-Muito Longe Rio Acima–João Ormond/Paulo Simões/10-Pote de Ouro–João Ormond/Paulo Simões/11–Lá no Sertão–João Ormond/12-Violas Pantaneiras-João Ormond/Paulo Simões/13-Coração Matuto–João Ormond/Batista dos Santos/14-Cavalo Pantaneiro–João Ormond/Paulo Moura/15–O Rio, a Rede e o Pescador–João Ormond/Clemente Manoel/Francis Rosa
Assista o audiovisual pelo link https://www.youtube.com/watch?v=T1krgCN983s&t=2s
Para entrar em contato e conhecer mais sobre João Ormond há os canais João Ormond Oficial (youtube); @joaoormondoficial (Instagram); e violeirojoaoormond (Facebook)
Leia outros conteúdos a respeito de João Ormond aqui no Barulho d’água Música em https://barulhodeagua.com/tag/joao-ormond/