1582 – Jackson Ricarte (CE) apresenta Fé Sincera Devoção, primeira música do novo disco que gravará para resgate de valores como caridade e partilha

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O cantor e compositor violeiro Jackson Ricarte (CE) agendou para 14 de outubro o lançamento de Fé Sincera Devoção, primeira das músicas que ele gravará em seu novo álbum. Inspirado pela fé cristã de seus antepassados e sem levantar bandeiras que tremulam em discurso esvaziado, prática muito em moda em setores retrógrados, Ricarte dará ênfase à reflexão sincera sobre a importância do resgate de valores tais como a importância da família; da vida do homem no campo ao cultivar a terra; da fé sincera e da devoção religiosa manifestada pela caridade e partilha do pão; das tradições populares (como das Folias de Reis), entre outros.

O propósito é levantar contrapontos ao mundo atual, agitado por divisões ideológicas e guerras baseadas nas ambições. Para tanto, ele seguiu o espírito do “compartilhar” e de “se arreuni” herdado dos irmãos cantores e compositores Dércio e Doroty Marques: convidou Bruno Sanches (@brunosanchesmusico), paulista de Regente Feijó; Rodrigo Zanc (@rodrigozanc), nascido em Araraquara e radicado em São Carlos, no Interior do estado de São Paulo; e Luiz Salgado (@luizsalgadooficial), mineiro de Patos de Minas que mora na vizinha Araguari, para a cantoria de Fé Sincera Devoção, todos convidados que ele considera “prá lá de especiais, amigos e manos de caminhada”. A direção musical será do próprio Jackson Ricarte em dupla com  Ricardo Vignini, a quem caberá, ainda, a mixagem e a masterização em seu estúdio, Bojo Elétrico.

Jackson Ricarte ainda tinha apenas 7 anos quando junto à família deixou Senador Pompeu (CE) para fixar moradia no estado de São Paulo, seguindo a trilha dos sonhos de tantos outros valentes nordestinados. Antes de fazer as malas, ouvia Luiz Gonzaga e o xará Jackson do Pandeiro, ídolos cuja paixão passou a dividir com Tião Carreiro e Almir Sater, dentre tantos outros compositores e cantores, já na nova casa. O pai percebeu a inclinação do garoto e quando o filho completou 11 anos o presenteou com um violão. Começava, então, o ciclo artístico que, em poucas semanas, o levaria a tocar o clássico Boiadeiro Errante (Teddy Vieira), música do panteão caipira que considera a predileta. Aos 12 anos, Ricarte animava bares, praças e, gradativamente, ganhava público graças ao carisma e ao talento.

Desde muito cedo, portanto, Ricarte assumiu que seria baluarte da música regionalista brasileira. Foi aos 18 anos que passou a se dedicar ao estudo da viola caipira, simultaneamente abraçando a carreira profissional. Apaixonado pelo instrumento de dez cordas, aprimorou a técnica na Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) Tom Jobim, com os professores Rui Torneze e João Paulo Amaral. Neste período, participou como solista da Orquestra Paulistana de Viola Caipira e residiu por um tempo na sede da Orquestra, o Instituto São Gonçalo, onde teve contato com rico acervo musical e se dedicou a pesquisas que o levaram a conhecer entre novas influências Dércio Marques, Rubinho do Vale, João Bá, Katya Teixeira, Dani Lasalvia, Fernando Guimarães, Paulinho Pedra Azul, Cícero Gonçalves, Amauri Falabella, Chico Lobo, Pereira da Viola, Levi Ramiro, Socorro Lira, Elomar, Xangai, Vital Farias e Geraldo Azevedo, dentre tantos outros menestréis da música regional.

Ricarte entre Miriam Moraes, uma das sócias proprietárias da Cervejaria Zuraffa e Andreia Beillo, com este blogueiro, Marcelino Lima, durante apresentação no Zeca (Foto: Luis Pires Varinha)

 

Ricarte foi um dos quatro músicos que em 2018 aceitaram cantar e tocar sem cobrarem cachê no Zuraffa Espaço de Cultura e Artes (ZECA), da Cervejaria Artesanal Zuraffa, situada no bairro paulistano de Pinheiros. A apresentação dele ocorreu em 29 de setembro daquele ano, com a finalidade de ajudar a levantar fundos para a manutenção deste blogue, dentro do projeto Barulho d’água Música e Resistência, em parceria com os sócios proprietários da Zuraffa; além de Ricarte, passaram pelo palco do ZECA Katya Teixeira, Edvaldo Santana e Rodrigo Zanc. Na ocasião, o violeiro relembrou sucessos do cancioneiro caipira e brindou a plateia com músicas do seu primeiro disco, Estrada Afora, que também batizou a cantoria.

A viagem que ele empreende pelas paisagens sonoras dos sertões brasileiros, do cururu ao baião, desenha um mapa sonoro ao som da viola caipira, por vertentes e ritmos do nosso Brasil. Assim, vem se consolidando ao longo de mais de dez anos de trajetória nos quais realiza apresentações musicais em diversos espaços culturais, chamando a atenção para novos públicos, amigos e admiradores. Em novembro de 2016, para impulsionar ainda mais esta lida, lançou Estrada Afora nas plataformas digitais e em versão física, com distribuição pela Tratore.

O álbum que serviu de base para a apresentação no ZECA reúne canções repletas da musicalidade brasileira e transita entre a cultura do Sudeste e a origem nordestina do artista, na ocasião todas inéditas, de autoria própria e em parceria com compositores como Levi Ramiro e Cícero Gonçalves, dentre outros. Estrada Afora é de novembro de 2016 e conta ainda conta com participações especiais de Dani Lasalvia, Cícero Gonçalves, Katya Teixeira, Ruthe Glória e Socorro Lira, com direção musical de Levi Ramiro e de Ricardo Vignini e ganhou dois destaques nas plataformas digital da Napster e Tidal.

O projeto é um trabalho autoral totalmente independente dos meios midiáticos do mercado fonográfico das grandes gravadoras. O mercado comercial não abre espaços ou dá crédito a projetos como este, com o objetivo de valorizar a cultura regionalista por meio da música que quer fomentar a arte dos artistas independentes, Estrada Afora possibilita ao público mergulhar cada vez mais na história de Ricarte, despertando novas percepções de reconhecimento dos nossos elementos culturais, fortalecendo as raízes, conscientizando-nos sobre cuidados e o respeito que devemos ter com a natureza e nosso meio ambiente, proporcionando a todos o lazer, a apreciação da boa música e o encontro de si mesmo.

O álbum que inicia a discografia de Ricarte, hoje vivendo em São José dos Campos, na porção paulista do Vale do Paraíba, tem apresentação do compositor, professor, pesquisador e violeiro mineiro Ivan Vilela, que conhecedor do potencial e do talento de Ricarte, convidou a grata revelação para participar do volume de estreia do álbum Viola Paulista, lançado pelo Selo SESC em junho de 2018 e que reúne 19 músicos de influências múltiplas, violeiros de formação que têm em comum a paixão pela história e pelo som do instrumento de 10 cordas. Jackson Ricarte colaborou com a faixa Viola Carpideira (#5) e divide a honra com expoentes como Rodrigo Nali e Rafael, Bob Vieira, Zé Márcio, Osni Ribeiro, Bruno Sanches, Leandro de Abreu, Reinaldo Toledo, Ronaldo Sabin, Moreno Overá e Ricardo Matsuda e Patrícia Gatti.

Leia mais sobre Jackson Ricarte aqui no Barulho d’água Música ao visitar o link https://barulhodeagua.com/tag/jackson-ricarte/

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