1537 -Reitor da Univali (SC) publica livro sobre Zé Geraldo, um dos mais queridos poetas e cantores populares do Brasil

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Mineiro de Rodeiro, o autor da clássica canção Cidadão, entre tantos outros sucessos, tornou-se amigo pessoal de Valdir Cechinel Filho, que lhe dedicou a obra de 250 páginas, com prefácio de Renato Teixeira

O reitor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), situada em Santa Catarina, Valdir Cechinel Filho, lançou em março Cidadão Zé Geraldo: 40 e Poucos Anos de História e Estradas, livro no qual narra a trajetória de um dos principais nomes da Música Popular Brasileira, o mineiro Zé Geraldo. A obra, repleta de fotos e ilustrações, tem prefácio assinado por Renato Teixeira e um dos seus exemplares Cechinel enviou, gentilmente, à redação do Barulho d’água Música, situada no Solar do Barulho, na Estância Turística de São Roque (SP). Dividida em 11 capítulos, revela história e causos sobre Zé Geraldo desde a infância na cidade natal de Rodeiro (MG), alguns narrados pelo próprio biografado e compartilhados na vivência com o autor.

A rica discografia também pode ser encontrada nas 250 páginas do livro, relacionada pelos álbuns próprios e dos quais Zé Geraldo participa (com as respectivas capas, incluindo-se as coletâneas) e nelas há depoimentos de amigos, fãs e músicos como João Carreiro, Zeca Baleiro, Kleiton Ramil, Chico Teixeira, Chico Lobo e Luiz Vicentini. O leitor ainda encontrará 20 músicas de Zé Geraldo cifradas pelo cantor e compositor capixaba Max Gasperazzo, mais a transcrição de entrevista para a comunicadora Katyanne Krull ao programa Violas, Versos & Prosas, da Rádio Educativa Univali FM e TV Univali.

Este era um projeto que eu já acalentava há alguns anos e que foi possível tirar da gaveta durante a pandemia [de Covid-19]”, contou Cechinel. “Escrevi essa obra com o aval do próprio Zé Geraldo, de quem virei fã imediatamente após escutar pela primeira vez a canção Cidadão, em 1979. Durante muito tempo sonhei em conhecê-lo e a vida permitiu que pudéssemos ser amigos pessoais e até compor músicas em parceria”, emendou. “O livro traz causos, histórias e destaca a generosidade de Zé Geraldo como artista e como ser humano único que ele é”, frisou Cechinel.

Carinhosamente conhecido por Biá, além das atividades acadêmicas, Valdir Cechinel é compositor e assina parcerias com o próprio Zé Geraldo e diversos outros autores como o cantor e compositor itajaiense Luiz Vicentini. Uma das facetas de Zé Geraldo que Cechinel destacou, a generosidade, é descrita como característica peculiar do Zé pois o mineiro sempre procura “dar ênfase aos novos talentos e difundir seus versos e prosas, emprestando seu nome e voz aos cantores e compositores de nosso imenso país”. O próprio reitor é um desses compositores parceiros em Enquanto a Cidade Dorme, que ganhou clipe gravado em Itajaí, com autoria e interpretação de Gasperazzo.

O livro está disponível para venda na Editora da Univali e pelo portal da Amazon.

De rica trajetória acadêmica e científica, Cechinel atualmente é Reitor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), professor do mestrado e doutorado em Ciências Farmacêuticas e pesquisador 1C do CNPq, além do pé que de longa data mantém na arte e na cultura, ligação acentuada a partir ­de 2002, quando ficou responsável pela área cultural na Univali, como Pró-Reitor de pesquisas, pós-graduação, extensão e cultura, atuando por 16 anos à frente de ações culturais na instituição. Essa função possibilitou contato direto e mais intenso com muitos artistas, incluindo seus ídolos Zé Geraldo e Renato Teixeira, entre outros. Organizou inúmeros shows no Teatro da Univali com artistas nacionais e foi responsável pela seleção do repertório dos álbuns e DVD do Coral da Univali, Simplesmente Simples 1 (2011) e Simplesmente Simples 2 (2014). Escreveu sua primeira composição musical em 2008, Vida Rural, com Luiz Vicentini, que gravou a canção.

 

O reitor Valdir Cechinel Filho também é compositor. Tem três discos lançados e organizou inúmeros shows no Teatro da Univali com artistas nacionais.

 

Até o presente, Cechinel possui mais de 60 canções em parceria e lançou três álbuns: Valdir Cechinel Filho e Amigos: Pedaço de Mim (2018); Urbano e Rural (2019); e Eu Nunca Chegarei Só (2021), todos disponíveis nas plataformas digitais Nessa sua segunda incursão literária (a primeira foi escrever três versões do livro Casos, Causos e Algumas Mentirinhas), aborda os passos do ídolo, amigo e parceiro musical José Geraldo Juste, o Zé Geraldo, cuja importância ele resume na apresentação: “Quando Deus interrompeu a carreira de jogador de futebol do Zé Geraldo, certamente o Brasil já estava repleto de moleques bons de bola, mas carecia de cantores e compositores de canções que dissessem a verdade sobre a vida e atingissem os corações dos cidadãos!

O livro Cidadão Zé Geraldo: 40 e Poucos Anos de História e Estradas que Cechinel enviou ao blogue chegou acompanhado pelos álbuns Simplesmente Simples e Eu Nunca Chegarei Só; a faixa 7, Simplicidade, do segundo disco, ele compôs com Vicentini, cantor que a interpreta acompanhado por Renato Teixeira. Já ultrapassou 86 mil visualizações em postagens e se tornou trilha sonora de mais de 17 mil vídeos rápidos nas redes sociais, conhecidos como Reels.Nos surpreendemos, Valdir e eu, quando soubemos que Simplicidade vem sendo postada mais de 150 vezes por dia nos Reels do Instagram, aparecendo em mais de 17 mil postagens de vídeos usando a música, com média de 5 mil visualizações em cada postagem, somando 86 milhões de visualizações”, celebrou Vicentini. “Considerando que não fizemos nenhum impulsionamento pago, vemos isso como uma possível viralização da canção, o que nos deixa muito felizes.”

Simplicidade também faz parte do álbum de Vicentini Os Passos do Poeta (2019), que tem a participação de Renato Teixeira. Em Eu Nunca Chegarei Só ela integra uma seleta lista que inclui interpretações e parcerias de Cechinel com Cleiton Marques de Oliveira, Francis Rosa, Luciano Guarise, Zé Geraldo, Zé Grande, Samuel & Grace, Chico Lobo, Carlos Magrão, Carlos Bona, Sunny Dolga, Carol Hands e Gasperazzo. Francis Rosa, Zé Geraldo e Chico Lobo também cantam na canção O Homem de Taubaté, que Cechinel recentemente compôs para homenagear Renato Teixeira.

O mato-grossense de Arenápolis radicado em Jundiaí (SP), João Ormond também é parceiro de estradas de Zé Geraldo. Ambos já têm músicas gravadas e agora programaram lançar em 27 de maio um novo single, Revivendo, que além da dupla conta com a participação de Clemente Manoel. Esta canção retrata a vida interiorana que os três que criaram a letra tiveram, promovendo a junção das experiências vividas individualmente e que culminou na bela história.

Essa foi a primeira composição com parceria selada com Zé Geraldo, pois gravamos anteriormente Eu Nasci com Asas e gostamos muito dessa mistura da viola com a música Folk”, disse Ormond. “O Zé Geraldo é de uma simplicidade enorme, veio aqui para casa para botar a voz na música, e o Clemente veio para nos rever e prosearmos após a gravação”, prosseguiu Ormond. “Passamos um dia agradável. Além do trabalho, emplacamos um bom bate papo. Eu assino a produção da música e contei com apoio dos amigos e músicos Paulinho de Jesus, Cássio Soares, Rafael Virgulino.” Zé Geraldo

SÓ ENTRA NA MISSA DE AZUL E AMARELO

Zé Geraldo, todo fã sabe, é apaixonado por futebol e um dos beneméritos do Spartano Futebol Clube, equipe amadora de Rodeiro com mais de 90 anos e muito tradicional na Zona da Mata Mineira. Veste azul e amarelo, tem estádio próprio, o Alfredo Nicolato, e uma torcida entusiasmada entre os, com muito esforço na contagem, 8 mil habitantes; aos domingos, contam, se houver jogo do Spartano na cidade, o padre não deixa fiel entrar na igreja se não estiver vestindo roupas com as cores da equipe. O nome do clube é uma referência aos guerreiros de uma das cidades mais antigas da humanidade Esparta, da Grécia. O Spartano também tem expressiva carteira de sócios e dependendo de quem enfrenta em casa, o público supera as médias de todos os times do interior do Campeonato Mineiro.

Quando escrevíamos esta atualização, o Spartano estava disputando a 8ª Copa dos Campeões Regionais (Champions LEC) e ocupava a segunda colocação do grupo C, com 6 pontos ganhos, metade dos 12 do líder, Pombense, tricolor de Rio Pomba, após quatro rodadas. O onze rodeirense vinha de vitória fora de casa por 2×0 sobre o União Esporte Clube, de Piraúba (MG); na classificação geral aparecia em sétimo.

A Champions LEC é rivalizada e acirrada competição que reúne 16 times da Zona da Mata mineira e da porção Noroeste do estado do Rio de Janeiro, divididas em quatro grupos de 4. É  promovida pela Liga Esportiva de Cataguases (LEC), munícipio a cerca de 40 quilômetros do berço de Zé Geraldo. A sequência do torneio para o Spartano marcava para o domingo, 22 de maio, um jogo no qual o bicho deverá pegar: o clássico contra o Pombense, a partir das 16 horas, no alçapão do Alfredo Nicolato. Detalhe: o ingresso custava 15 paus, antecipado (20 pilas para o dia do duelo). E a carga de cerca de 3 mil entradas já estava quase esgotada!

CAMPEÃO BRASILEIRO, SEM GOLEIRO

O futebol também é tema do causo que o Barulho d’água Música pinçou do livro e que, pedindo licença do espoiler ao autor, compartilharemos abaixo:

Numa das idas à casa do Zé Geraldo, na Serra da Cantareira [em São Paulo], levei como presente um quadro que preparei com muito carinho, do Santos Futebol Clube, seu time do coração, campeão brasileiro de 1962”, escreveu Cechinel em “3. Meu presente ao Zé bateu na trave”. “Inseri sua foto entre a dos jogadores e ficou um quadro muito bacana, conforme a foto abaixo. O Zé olhou e disse: ‘Bicho, gostei, mas você inventou um time novo. Sem goleiro, uai…’”

O arqueiro esquecido por Cechinel era ninguém menos que Gylmar dos Santos Neves, o Gilmar, campeão mundial de 1958 e 1962 pelo Brasil.

O fac-símile do quadro que Cechinel criou para Zé Geraldo (página 69 do livro) não está lá estas coisas, mas dá para ver que o camisa 7 santista foi companheiro de Zito, Coutinho, Pelé e Pepé na volta olímpica..

Ouça entrevista de Valdir Cechinel Filho sobre o livro:

https://radiomarconi.net/2022/02/14/livro-narra-a-trajetoria-do-cantor-e-compositor-ze-geraldo/

Leia mais sobre Zé Geraldo ou conteúdos a ele relacionados aqui no Barulho d’água Música ao clicar no link abaixo:

https://barulhodeagua.com/tag/ze-geraldo/

1275 – Edvaldo Santana, disco homônimo do cantor e compositor paulistano, completa 20 anos

Álbum tem 13 faixas, participações especiais de Titane, Bocato, Swami Júnior, Oswaldinho do Acordeon, entre outros, e parcerias com ou interpretações de poemas de Mauro Paes, Artenio Fonseca, Paulo Leminski, Arnaldo Antunes e Itamar Assumpção, mais projeto gráfico de Elifas Andreato

Um dos melhores discos da carreira do cantor e compositor são-miguel-paulistanês, o bardo mouro tupiauiense Edvaldo Santana (entre os oito que ela já lançou na carreira solo, desde 1993, quem se atreveria a dizer qual deles seria o mais-mais?), batizado simplesmente com o nome do artista (veja o tamanho da responsa, na verdade, a confiança no próprio taco, já que, caçapa, a estocada foi de mestre!) está completando vinte anos de lançamento. Por conta desta importante marca, Edvaldo Santana (o disco) foi o escolhido para abrirmos aqui no boteco do Barulho d’água Música neste dia 11 do apressadinho janeiro (para aonde será que ele quer nos levar assim, passando tão veloz?) mais uma rodada das audições matinais que promovemos aos sábados.

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1213 – Dante Ramon Ledesma, argentino naturalizado brasileiro, canta a liberdade, o amor e a igualdade em 19 poéticos álbuns ignorados no Sudeste

Nascido em Río Cuarto, na Córdoba, onde foi perseguido pela ditadura argentina pela militância católica, naturalizado brasileiro desde 1978, cantor admirado pelo carisma e pela coragem vive na região metropolitana de Porto Alegre (RS) e nem um derrame que paralisou parte do seu corpo o fez parar de cantar

Nos últimos dias, boas prosas com o amigo gaúcho de Caxias do Sul Valdir Verona — cantor, compositor, professor e pesquisador, um dos melhores violeiros do país na atualidade–, levaram minhas atenções a se concentrar em alguns expoentes da música do Sul do país, notadamente a produzida por alguns conterrâneos dele, de vários rincões do Rio Grande do Sul – ritmos e gênero, que, grosso modo, correndo o grande risco de cometermos gafes, tendemos a rotular por aqui de “nativistas”.

Claramente há preferências mercadológicas dos setores de entretenimento e radiodifusão aqui no Sudeste “maravilha”. Elas reduzem quase tudo — como se os tais fossem suprassumos — a Maiaras e Simarias, Sangalos e Anittas, Luccos e Safadões, Zezés e Santanas, Lucianos e outros quejandos e assim burlam de quem não se sintoniza em canais alternativos o acesso a outro estilo de música — apenas para ficarmos nesta forma de manifestação artística –, que não seja meramente comercial, rasa, descomprometida com nossos mais ancestrais e identitários valores. Numa avaliação (ainda que simplista) tal recorte nos achata a todos como se fossemos meros consumidores desprovidos de criticidade, apuro, tradições e de bandeiras. Nesta toada, às vezes até bate uma tristeza profunda: é como se a gente vivesse em um país pouco plural, encerrado nas suas mais, digamos assim, badaladas capitais e agitos delas, empurram-nos ouvidos abaixo melôs de cornos e mulheres irresistíveis, pancadões e pôperos como se o extenso continente Brasil e sua diversidade morasse e se reduzisse em uma redoma sem sotaques e, no máximo, pindorama que, dependendo da conveniência do momento, aceitasse fora do mainstream um baiano aqui, um pernambucano acolá, quem sabe? um goiano…

Agendas assim não só nos empobrecem como nação, deixa-nos ignorantes às nossas origens, riquezas e diversificado patrimônio multicultural. Se o futebol de quando em vez nos faz lembrar que existem no mundo da bola tupiniquim os simpáticos CSAe o Clube do Remo e que no Amapá e no Piauí também temos Santos e Flamengo, apenas a curiosidade e o pensar fora da caixinha nos pode revelar que entre nós também se ergue, literalmente falando, a voz de um cantor e intérprete com a força e o carisma de um Nelson Gonçalves, mas circunscrito à sua região, ainda que por lá seja tão adorado pelos seus fãs e amigos como sempre foi (talvez por que no Sul as visões sejam mais amplas e generosas) o inesquecível e saudoso boêmio Nelson Gonçalves: Dante Ramon Ledesma.

Quantas linhas, embora pertinentes, para chegarmos a este nome, Dante Ramon Ledesma, perfil que, agora, entretanto, resumirei em uma única frase: um arauto das liberdades, do amor, da igualdade, da fraternidade e da resistência do pueblo latino-americano — sejamos nós gaúchos, argentinos, portenhos, índios, negros, mamelucos, cafuzos– e, por extensão paulistas, mineiros, cariocas, baianos, alagoanos, piauienses, amapaenses; “yo tengo tantos hermanos que no lós puedo contar” já cantava Atahualpa Yupanqui, “en el valle, la montaña, en la pampa y en el mar/cada cual con sus trabajos, con sus sueños, cada cual, con la esperanza adelante…”

Escolhi Dante Ramon Ledesma para abrir as audições matinais de todos os sábados aqui no boteco do Barulho d’água Música, em São Roque(SP) neste sábado, 20, não apenas pela beleza, engajamento e construções poéticas das músicas do repertório que entoa em emblemática voz, começando a ouvi-lo pelas faixas de Alma e Vida, álbum de 1993, mas e, sobretudo, pelo que elas invocam e põem no ar: um brado, antes de nada mais, à resistência, à união, à luta por um país que não tenha donos e que neste momento sugere “não tem governo e nunca [mais] terá” e que não pode seguir tendo o tamanho tacanho que vem adquirindo à medida que há temos nos postos de comando quem afirme (e quem nele acredite), arrotando lautos cafés da manhã, que nem ao menos fome passaríamos.

Vista de Rio Cuarto, em Córdoba, terra natal de Dante Ramon Ledesma

Dante Ramon Ledesma nasceu em Río Cuarto, na província de Córdoba, a cerca de 580 quilômetros de Buenos Aires, Argentina, mas “naturalizou-se” brasileiro em 1978. Cantor desde os 5 anos de idade, formou-se em Sociologia pela Universidade de Córdoba. Ainda em seu país natal, quando jovem foi integrante da Organização Não governamental (ONG) Carismaticos, de perfil católico e já demonstrando imensa capacidade de cantar venceu o famoso Festival Nacional de Folklore  de Cosquín, na categoria juvenil, com a canção Memória del Che

No ano de sua naturalização, os argentinos sofriam sob as botas e a baioneta do general-presidente Jorge Rafael Videla e o governo perseguia quem militava na juventude carismática, por considera-la ajuntamento de “subversivos” — adjetivo e razão para perseguições, torturas, mortes e condenações ao desterro tão em moda no Cone Sul àquela época. Desde então, e naquele momento para escapar das perseguições (mesmo que fugindo da brasa, pudesse ter caído no espeto!), Dante Ramon Ledesma, que começava a despontar no canto popular argentino, escolheu viver no Rio Grande do Sul, estabelecendo-se em Canoas, cidade da Grande Porto Alegre, onde, alias, recentemente, a Câmara Municipal lhe outorgou um título de cidadania.

Em 1991, já “brazuca”, portanto, participando do Festival Acordes Cataratas, de Foz do Iguaçu (PR), Ledesma tornou-se finalista com A Vitória do Trigo (“basta um pedaço de terra/para a semente ser pão/enquanto a fome faz guerra/a paz espera no chão), hoje uma espécie de hino de sem-terras em países da Europa e latino-americanos. Outra das canções que compõem sua trajetória, de autoria de Fernando Alves e Alberto Zanatta, América Latina é invariavelmente pedida em todas as suas apresentações por ser um alerta à consciência crítica e à união entre os povos até hoje explorados, do México à Guiana, passando pelo Haiti, pela Nicarágua, por Honduras, pela Bolívia…

Ambas as músicas, diga-se de passagem, enchem 19 álbuns e três DVDs que renderam a Ledesma nove discos de ouro e a vendagem de mais de três milhões e meio de cópias! Em sua biografia consta, ainda, que decorridos já mais de 30 anos de carreira, protagonizou 7 mil espetáculos em todo o Brasil e América Latina, muitos de caráter beneficente.

Sobre Dante Ledesma escreveu Renan Bernardi para o blogue Tenho Mais Discos que Amigos ao vê-lo cantar e tocar no 10º Festival Pira Rural, realizado entre 19 e 21 de abril recentes, na cidade gaúcha de Ibarama, situada na região de Santa Maria: “Foi o mais emocionante e significativo show do Pira Rural”. Dante Ramon Ledesma, prosseguiu Bernardi, encantou “um público que parecia muito próximo do reconhecido artista: o folclore e o orgulho da cultura latino-americana, gaúcha, indígena e rural faziam parte dos discursos de Dante nos intervalos das canções, que bradava contra o imperialismo e a música de massa, pré-fabricada”. Para arrematar, o jornalista observou: Dante cantou e tocou “homenageando movimentos sociais, amor e o respeito” e “encantou todo o público acumulado em frente ao palco”.

A parte estas força e carisma, registre-se: Dante Ramon Ledesma, para manter se “cantor de ofício” assim como preconizou sua contemporânea Mercedes Sosa, tornou-se, ainda, símbolo de superação e de determinação: em maio de 2014, sofreu um sério Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou seu corpo, paralisando o lado esquerdo e prejudicando a fala. A situação depois se agravaria quando ele foi diagnosticado com diabetes. Mesmo com todos os problemas e as limitações, Dante Ramon Ledesma conseguiu voltar à ativa em 2016 e segue a fazer o que mais sabe: cantar, como em 19 de maio no Centro Cultural de Constantina (RS), onde protagonizou o concerto O Recomeço. Atualmente, Ledesma se faz acompanhar nas apresentações com o filho Maximiliano e o neto Juanito.

Dante Ledesma (ao centro), entre o neto, Juanito, e o filho, Maximiliano

O TÍTULO EM CANOAS

A primeira vez que ouvi falar sobre e as canções de Dante Ramon Ledesma estava em Canoas, fraternalmente acolhido por uma família do bairro Nossa Senhora das Graças, em 1989.

Eu era um garoto que amava The Beatles, The Rolling Stones e Pink Floyd (tanto na ida, quanto na volta, viajei os pouco mais de 1.100 quilômetros entre SP/POA, pelas BR-116 e BR-101, ouvindo a bordo dos ônibus da Viação Penha fitas cassetes do Pink Floyd), mas também já curtia Clube da Esquina, Katya Teixeira, Fagner, 14 Bis etc. Meus anfitriões demonstravam forte admiração por Ledesma e lembro-me de ter ficado impressionado com o tom e os temas das canções dele que rodava no meu walkman, gravados em uma fita Basf da qual não deu para fazer cópia, sentado sobre a cama que me ofereceram e em cujas paredes do quarto havia uma bandeira do Rio Grande do Sul, outra do Internacional, agasalhado por um poncho (estava muito frio!) e sorvendo uma cuia de chimarrão.

Pois lá, em Canoas, em 19 de maio de 2016, Ledesma foi agraciado com o título de Cidadão Canoense pela contribuição à música nativista do Estado e por sua relação com o município, situado a 14 quilômetros de Porto Alegre.

Ledesma (sem óculos), no dia em que recebeu o título de cidadão de Canoas (Foto: Williyan Bertotto)

A homenagem partiu do então vereador Pedro Bueno (PT). Antes da perseguição na Argentina. Já asilado no RS, Dante primeiro morou no bairro Niterói e, depois, transferiu-se para o Rio Branco, ambos em Canoas. Na chegada ao Brasil, precisou vendeu livros e ministrou palestras para pais e mestres até conseguir retomar a carreira de cantor. Cinco anos depois, em 1983, atingiu o sucesso com Orelhano, um dos seus mais aclamados sucessos. Em 1984, ele participou pela primeira vez da Tertúlia de Santa Maria, do qual saiu consagrado como revelação. No mesmo ano, venceu a 14ª Califórnia da Canção, de Uruguaiana, com O Grito dos Livres.

É casado com Norma Beatriz Ledesma, com quem teve o filho, Maximiliano, hoje seu parceiro e ritmista. “Como poucos, Ledesma fez realmente de seu canto uma maneira de viver e cantar a vida”, disse Pedro Bueno, proponente do título outorgado pela Câmara Municipal de Canoas. “Gaúchos, argentinos, brasileiros, latino-americanos cresceram ao som de Orelhano, Negro da Gaita, O Grito dos Livres, A Vitória do Trigo e tantas canções que ultrapassam os sotaques, os idiomas, os ritmos e as fronteiras.”

As palavras seguintes também foram proferidas por Bueno durante aquela sessão solene: “Dante é um homem que luta por liberdade, sonho e esperança. É uma honra para a nossa cidade. Seu espírito revolucionário ultrapassou barreiras, inclusive as da censura”.

Ao utilizar a tribuna, Ledesma recordou o período de terror vivido durante a ditadura argentina e mencionou pessoas que o ajudaram no começo da vida no Brasil. Destacando a importância da família, comentou sobre a recuperação do AVC que sofrera dois anos antes: “O maior milagre da vida é o amor e fraternidade que Deus nos dá”. Em seguida, exaltou a defesa da democracia brasileira: “Em primeiro lugar deve vir a Pátria e, somente depois, os interesses políticos”, ponderou, dedicando o reconhecimento recebido da Câmara de Canoas à memória do pai, Rudecindo Ledesma.

O Portal Cegos Brasil disponibiliza para serem baixados, armazenados em formato ZIP, os arquivos em Mp3 de nove álbuns de Ledesma, dos quais quatro são duplos. O endereço para o linque é http://cegosbrasil.net/discografias/dante-ramon-ledesma-9-cds.

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1208 – Rio Grande do Sul dá adeus a Ubirajara Matana: emudece um dos últimos baluartes do violão campeiro-serrano

723 – Noel Guarany, um dos quatro “Troncos Missioneiros”, ganha memorial em Bossoroca (RS)

654 – Julian Silva, gaúcho nativista de Restinga Sêca, canta o amor à terra e a eventos como a Primavera no álbum de estreia, lançado em 201

Milongador, de Giancarlo Borba, enfatiza a vida do gaucho a pé e a luta pela terra, com poesia e sem panfletarismo

 

1212 – Dois dos melhores violeiros do país são atrações em Sampa, no domingo, 21

Entre a missa ou o culto, um antes, outro depois da macarronada: Neymar Dias e Valdir Verona tocarão em espaços próximos e em horários que permitem acompanhá-los, de graça ou gastando quase nada, em ótimos programas em companhia da família inteira

A cidade de São Paulo terá no próximo domingo, 21 de julho, concertos de dois dos mais respeitados violeiros do país na atualidade, o paulistano Neymar Dias, pela manhã, e o gaúcho de Caxias do Sul Valdir Verona, à tarde, portanto em horários nos quais será possível acompanhar ambos sem sacrificar a tradicional macarronada em família. Os dois, aliás, são excelentes dicas para juntar todo mundo, incluindo o nenê, o vovô, a vovó e os sobrinhos, como naquela música dos Titãs, longe da famigerada televisão ou, mais modernamente, do tambor cortado ao meio, na laje. E dá tempo, inclusive, de ir à santa missa ou ao culto, ainda no começo da manhã ou no final da noite! 

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1197 – Maria Alcina traz sua atuação performática no álbum In Concert lançado pela Kuarup 

Neste novo disco, ao vivo, a mineira de Cataguases revê clássicos de meio século de carreira como Fio Maravilha, acompanhada pela recém formada orquestra SP Pops Symphonic Band 

Neste sábado, 1º de junho, a vitrolinha aqui do boteco do Barulho d’água Música tocou primeiro Maria Alcina In Concert com SP Pops Symphonic Band, mais um ótimo disco com a marca do selo Kuarup e do qual recebemos um exemplar, gentilmente enviado por Rodolfo Zanke, amigo ao qual — e a toda equipe — somos de novo gratos. Maria Alcina completou em abril 70 anos, dos quais quase 50 dedicados à música. Este feito por si só já seria suficiente para comemorações, porém, a convite de  Ederlei Lirussi, maestro da SP Pops Symphonic Band, apresentou-se pela primeira vez em sua carreira com grande orquestra, iniciando de maneira grandiosa as festividades desse marco em sua vida. 

A apresentação gerou o álbum ao vivo Maria Alcina in Concert, que promove encontro inusitado entre a estética clássica das orquestras e o vasto universo pop criativo e versátil que consagrou a artista. Tanto o show quanto, o disco,  propõem um passeio pela música vanguardista de Maria Alcina em todas as fases do sua carreira. Estão presentes no repertório sucessos como Fio Maravilha (Jorge Ben Jor, 1972), Kid Cavaquinho (João Bosco o Aldir Blanc, 1974), Tome Polca (José Maria de Abreu e Luís Peixoto, 1950), Prenda o Tadeu (Antonio Sima e Clemilda, 1985) e Eu sou Alcina (Zeca Baleiro, 2013) entre outras composições no show dirigido e produzido por Thiago Marques Luiz, produtor de seus mais recentes trabalhos fonográficos. 

Sobre Maria Alcina 

Maria Alcina dispensa apresentação. É personalidade de nossa música com reconhecido lugar numa galeria de intérpretes com forte identidade, Em qualquer registro da história da música brasileira recente, tem de constar sua performática atuação no Festival Internacional da Canção de 1972 como vencedora da etapa nacional, eternizando a música Fio Maravilha, de Jorge Ben Jor.

Mineira de Cataguases, Alcina mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro no começo da década dos anos 1970. Cantou em casas de shows e boates, apresentou-se em teatros de revista ao lado de Leila Diniz, por exemplo, até explodir, em 1972, no FIC. Na década seguinte fez enorme sucesso com músicas retiradas do folclore, como Prenda o Tadeu e É Mais Embaixo. Como gosta de desafios, na década dos anos 1990, a convite de Nelson Motta, participou de show em homenagem a Carmen Miranda, no Lincoln Center em Nova York, nos Estados Unidos, com Aurora Miranda e Marília Pêra.

Em 2003 Maria Alcina deu nova guinada ao lado de grupo eletrônico paulistano Bojo: gravou Agora, que ampliou sua faixa de público. Juntos, Maria Alcina e o Bojo se apresentaram em importantes eventos para jovens como Com:tradição, nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, e Abril Pro Rock, em Recife (PE).

Com o álbum Confete e Serpentina (2009), venceu o Prêmio da Música Brasileira nas categorias Melhor Cantora Popular e Melhor Disco Popular. Nesse disco há mistura de gerações diversas, de Alberto Ribeiro (1902/1971) a Paulinho da Viola a nomes mais recentes como Roseli Martins, Wado e Moisés Santana. Em 2014 saiu De Normal Bastam os Outros, com canções inéditas de Zeca Baleiro (Eu Sou Alcina), Arnaldo Antunes (De Normal), Karina Buhr (Cocadinha de Sal), Anastácia (Concurso de Bicho). Em 2015, veio o DVD homônimo, devido ao sucesso da turnê De Normal Bastam os Outros. Em 2018 foi a vez de homenagear a obra de Caetano Veloso, cantando um repertório verborrágico do compositor como as músicas Fora Da Ordem, Língua, Estrangeiro, A Voz do Morto e Tropicália entre outras. Maria Alcina integra também o álbum Canta Inezita, em tributo à obra de Inezita Barroso, produzido por Thiago Marques Luis e com a participação da icônica dupla As Galvão, Claudio Lacerda e Consuelo de Paula, do selo Kuarup.

A Orquestra SP Pops Symphonic Band, integrada por 45 músicos, todos atuantes na cena musical paulistana  

Com fôlego de iniciante, Maria Alcina segue paralelamente com os shows Canta Inezita e preparando a turnê com a Orquestra SP Pops Symphonic Band, integrada por 45 músicos, todos atuantes na cena musical paulistana. Os instrumentos se dividem entre cordas, madeira, metais, percussão sinfônica, além de ter o ‘lado pop’, com piano, baixo e bateria. É influenciada e toma emprestado o jeito de grafar o nome da norte-americana Boston Pops Orchestra, criada em 1881 pelo maestro Henry Lee Higginson, que influenciou outras orquestras semelhantes pelo mundo.

A versão brasileira, criada pelo maestro Edrelel Lirussi há dois anos, tem o objetivo de fazer essa ponte entre o erudito e o popular e, como ele disse, “tornar a música clássica mais acessível ao público”. Nesse período já apresentou concertos como a Sinfonia para Crianças e o Tributo a John Willians. Esse último em homenagem ao autor de trilhas sonoras de filmes clássicos como ET., Parque dos Dinossauros, Lista de Schindler e Tubarão, sempre acompanhado de projeção de imagens, buscando envolver ainda mais os sentidos.

Lirussi, responsável pelos arranjos e regência, é trompetista. Estudou na Fundação das Artes em São Caetano do Sul (SP) e Universidade Livre de Música. Seus estudos e pesquisas são baseados em análises de compositores como Haydn, Mozart, Beethoven e Tchaikovsky. Na música popular, acompanhou Hermeto Pascoal, Danilo Caymmi, Ângela Maria, Ed Motta e outros.

1184 – Feliz aniversário, Madrinha Beth Carvalho!

Eu só peço a deus que o futuro não me seja indiferente
Bm            G          D7
Sem ter que fugir desenganado
       C         Bm      Em
Pra viver uma cultura diferente

Nossa homenagem à cantora e mulher que com sua graça e coragem tanto nos encantou e defendeu o samba, a cultura e os manos dos morros, do asfalto, e das quebradas onde só a polícia, literalmente, pisa, o gênero, o país — sempre à frente do seu tempo e jamais em dessintonia com o povão — e que ousou não deixar a alegria perecer nem mesmo quando estava já debilitada. Beth Carvalho não foi uma estrela solitária nesta constelação de tantos outros heróis, populares e anônimos que empunharam o manto das tradições brasileiras e a levantou além dos terreiros, das batucadas e das ribaltas, mas com certeza está e sempre estará entre as mais gloriosas! Viva Beth Carvalho e que entre nós ninguém solte a mão de ninguém, pois segue sendo nossa missão não deixar nem o samba, nem a crença em dias melhores morrerem! 

Beth Carvalho: presente!

Leia mais sobre Beth Carvalho clicando nos linques abaixo:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Beth_Carvalho

https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/celebridades/antes-de-morrer-beth-carvalho-queria-homenagear-arlindo-cruz-no-fantastico-26523

https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/05/05/musicos-de-beth-carvalho-relembram-ultimo-show-e-a-homenageiam-em-73-aniversario.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=musica

https://g1.globo.com/tudo-sobre/beth-carvalho/

Beth Carvalho, ao lado de Cartola> cantora soube como valorizar e respeitar as raízes e para sempre ficará cravada entre as mais gloriosas estrelas de nossa impar constelação musical (Foto: Arquivo Rede Globo)

1078 – Noneto de Casa, grupo paulista, é atração do Museu da Casa Brasileira (SP) neste domingo sem futebol

Repertório da banda  passeia por gêneros como samba, baião, afro-latin, maracatu e jazz e no show de domingo terá também sucessos de Hermeto Pascoal
Marcelino Lima, com assessoria de imprensa do MCB  (Foto do Noneto de Casa:  Lucas Mercadante)

A bola não vai rolar no domingo, 8, pela Copa do Mundo da Rússia, abrindo para quem curte além de futebol música de qualidade a possibilidade de conhecer o trabalho do grupo paulista Noneto de Casa, anunciado como atração do Museu da Casa Brasileira, situado em São Paulo. Com entrada franca, a apresentação está prevista para começar às 11 horas. Passeando por gêneros como samba, baião, afro-latin, maracatu e jazz, a banda apresentará músicas do terceiro e mais recente álbum da discografia, Resbucando, além de canções de Hermeto Pascoal cuja obra será revisitada no disco seguinte do Noneto de Casa.

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1077 – “Trançado”, disco do Almir Cortês Trio + Harvey Wainapel é excelente pedida para quando a bola descansa na Rússia

Prezados amigos e seguidores:

Aqui na redação do Barulho d’água Música, entre uma secada básica na Argentina, na Alemanha e na Espanha e sem se deixar levar pelo tom pacheco do Tino Marcos e seus coleguinhas mais ufânicos da emissora do Plim-plim — isto é, torcendo, mas apenas discreta e sociologicamente para a atual equipe daquela seleção que tomou de 7×1 para os germânicos –, pomos para rolar o álbum do Almir Cortês Trio + Harvey Wainapel, Trançado, regalo que o músico Almir Côrtes nos enviou lá da Cidade Maravilhosa. São quase 47 minutos, um pouco mais que um tempo de jogo de futebol, mas daqueles que você a toda hora quer ficar revendo (neste caso reouvindo) os melhores momentos, pois Côrtes e os parças dele tabelam valsas, frevos experimentais, jazz, maracatu, ijexá e assinam com a categoria própria dos fora de série um golaço feito de encontros — ou, como o próprio título do álbum sugere, de música entendida como a possibilidade de mistura que se harmoniza e cria beleza para os ouvidos.

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1072 – Roda ao ar livre, em Beagá, comemora reconhecimento da viola como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais

Patrimônio cultural imaterial é uma categoria definida pela Unesco que abrange expressões culturais e  tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade para conhecimento das gerações futuras

Marcelino Lima

Os violeiros Chico Lobo, Pereira da Viola e Wilson Dias vão se apresentar, juntos, a partir das 19 horas da quinta-feira, 14 de junho, na Praça da Liberdade, em palco que será armado entre o Memorial Minas Gerais Vale e o Museu de Minas e do Metal da Gerdau, em Belo Horizonte (MG). A cantoria celebrará a análise pelo Conselho Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerias (Conep) que — antes da roda de viola ao ar livre,  em reunião prevista para começar às 16 horas — analisará o Dossiê do Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais para reconhecimento do instrumento como patrimônio imaterial do Estado. Com direção artística de Chico Lobo e produção da Viola Brasil, o show ao ar livre terá como convidados Letícia Leal, Gustavo Guimarães, o mestre e folião Seu Odorino e a Orquestra Estudo Viola de Betim.

Chico Lobo, Pereira da Viola e Wilson Dias são três dos mais populares representantes da viola caipira em Minas Gerais

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1014 – Piracicaba (SP) é contemplada com a estreia do ConSertão, novo projeto de Cláudio Lacerda, com Neymar Dias e Lula Barbosa*

* Com  NTZ Comunicação e Marketing

Um novo projeto do cantador e compositor Cláudio Lacerda, o ConSertão, começará a percorrer várias cidades do Interior de São Paulo na sexta-feira, 19 de janeiro, quando estreará em Piracicaba, a partir das 18 horas. Da forma como está concebido o ConSertão promoverá apresentações gratuitas ao ar livre embaladas por um bem selecionado repertório em homenagem a compositores renomados da música caipira. A abertura está programada para transcorrer no campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), com entrada solidária equivalente à doação de 1 quilograma (1 kg) de alimento não perecível. Cláudio Lacerda estará acompanhado pelos músicos Neymar Dias e Lula Barbosa e a Orquestra Sinfônica de Piracicaba.

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