1536 – Rainer M.B (SP/PI) lança quinto álbum da série ÁSPERO, projeto de narrativas instrumentais de resgate da afinação realejo

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Neste trabalho totalmente analógico, o violeiro paulista radicado no semiárido do Piauí, pesquisador e professor da Universidade do Vale do São Francisco, volta a recorrer à fita cassete para oferecer nova jornada instrumental de música modal e microtonal que dialoga com bois, toadas e a arte persa indiana

“Tons de azul-turquesa, preto e cinza e a (…) chegada de chuvas fora de época na caatinga trazendo enormes criaturas nos céus de um povoado.

É com esta atmosfera que o ÁSPERO, projeto de narrativas instrumentais radicado no semiárido piauiense de autoria de Rainer Miranda Brito (Rainer M.B.), traz seu quinto álbum, o segundo em forma de fita, Rumores na terra sobre as feras da chuva. Diferentemente do álbum/fita anterior, A comitiva de notícias e outras estórias (2021), no qual a fita cassete esteve presente especialmente no processo de finalização do álbum, Rumores na terra (…) foi planejado e executado integralmente em fita cassete. Trata-se de um álbum profundamente analógico, feito à mão – desenhado, escrito, tocado, narrado.

O álbum, pensado como uma narrativa completa, é uma jornada instrumental de música modal e microtonal – usando intervalos de microtons – com a viola de dez cordas. As melodias que povoam a narrativa do álbum oscilam entre inspirações pela música de arte persa iraniana (Dastgah, Tasnifs), bois e toadas nordestinas brasileiras. Os desenhos que retratam a narrativa se misturam às escrituras das paisagens e pensamentos de personagens; tudo isso rabiscado em uma brochura (livreto) que acompanha a jornada musical.

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1506 – Juntos em Sesc paulistano, Zeca Collares (MG) e Renato Teixeira (SP) recordam sucessos das carreiras

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Os cantores e compositores Renato Teixeira e Zeca Collares voltarão a se apresentar, juntos, nos dias 26 e 27 de fevereiro, agora no palco da unidade Bom Retiro do SESC paulistano — ambos já estiveram lado a lado no SESC de Bauru (SP), no final de semana anterior, e em julho de 2019, antes, portanto, da pandemia de Covid-19, quando o projeto em parceria decolou. Os protagonistas estarão coadjuvados por Natan Marques (violão) e Cião (baixo) cantando e tocando sucessos dos repertórios próprios a partir das 20 horas do sábado e das 18 do domingo, com ingresso limitado a quatro por pessoa, em um único CPF, em ambas as rodadas.

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1503 – Hugo Linns lança Atemporal, já disponível nas plataformas digitais, com apresentação gratuita em Recife*

*Com Dulce Reis

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Quinto álbum da carreira do autor, que traz em dez faixas releituras de clássicos do ritmo pernambucano e uma composição autoral, chegará às plataformas digitais em 9 de fevereiro

O violeiro, arranjador, compositor, diretor musical e produtor pernambucano Hugo Linns lançará na sexta-feira, 11, seu quinto disco autoral, com uma apresentação sem cobrança de ingressos marcada para começar às 12 horas, no Paço do Frevo, em Recife (PE). Com uma carreira que se consolida dia a dia nos cenários musicais, Linns vem sendo constantemente elogiado, tanto no Brasil, quanto no Exterior. Neste trabalho, que se chama Atemporal e já na quarta-feira, 9 de fevereiro (Dia Nacional do Frevo) poderá ser ouvido em plataformas digitais, ele registra o frevo na viola dinâmica pela primeira vez. Para alcançar este resultado, Linns entendeu que o instrumento contribuiria para expansão territorial do gênero, alcançando uma sonoridade inédita, pois está aliada à sua rebuscada linhagem musical.

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1482 -Violeira vencedora do 6º PPM, Laís de Assis (PE) lança primeiro disco, Ressemântica

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Álbum da pernambucana, com participações de Graça Nascimento, Renata Rosa e Adelmo Arcoverde, está nas plataformas e, em breve, ganhará versão física

A vencedora do 6° Prêmio Profissionais da Música (PPM) da categoria Violas e Violeiros deste ano, a pernambucana Laís de Assis lançou no final de novembro o primeiro disco da carreira, Ressemântica, disponível nas principais plataformas digitais e com o qual abrimos neste dia 4 as tradicionais audições matinais dos sábados aqui no Solar do Barulho, em São Roque (SP). Tema na quinta-feira, 2 de dezembro, do programa Revoredo, apresentado na Rádio USP FM pelo maestro José Gustavo Julião de Camargo, Ressemântica é envolvido pela essência do feminino ancestral em suas 13 faixas dedicadas à exploração de novas sonoridades da viola nordestina, mas cuidadosas ao preservar o singular sotaque dessa linguagem. A maioria das composições foi composta e arranjada pela própria Laís de Assis, cujo perfil foi tema da recente atualização 1430, publicada em 24 de agosto aqui no Barulho d’água.

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1430 -Série que visa a destacar a produção e a carreira das violeiras em atividade no Brasil traz perfil de Laís de Assis (PE)

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Recifense que cresceu em meio a instrumentos musicais de brinquedo e assistia Viola, Minha Viola com a avó desenvolve sua obra autoral trazendo como fonte de inspiração ritmos populares e elementos da cultura nordestinos como a literatura de cordel. Primeiro disco terá participação de índias Tuxá.

A pernambucana Laís de Assis, violeira, violonista, arranjadora, pesquisadora e arte-educadora, é a escolhida para dar sequência à série especial que o Barulho d’água Música passou a publicar e que já trouxe os perfis das mineiras Cláudia Morais e Letícia Leal. Formada em viola de dez cordas desde 2018 e violão popular a partir de 2013 pelo Conservatório Pernambucano de Música (CMP), onde teve aulas com o mestre violeiro Adelmo Arcoverde, Laís de Assis é graduada em Música e Licenciatura pela Universidade Federal de Pernambuco (2016), mestre em Etnomusicologia pela Universidade Federal da Paraíba (2018), com estudos direcionados à viola de dez cordas nordestina. Embota também toque violão, sua vida ligada à música sempre teve mais cumplicidade com a viola, conforme relatou ao radialista Domingos Júnior, durante entrevista que concedeu a ele em 29 de março, para o programa 10 Cordas em 30,  com o título A cara da nova violinha pernambucana. “Desde criança eu sempre adorei música e tenho contato com instrumentos musicais. Os poucos brinquedos que eu tinha em casa não eram bonecas ou casinhas, essas coisas, eram, por exemplo, violõezinhos.” 

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1406 – Rainer Miranda de Brito (SP/PI) lança quarto álbum da série Áspero, concebida para a viola em realejo

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As seis faixas de A comitiva de notícias e outras histórias foram gravadas artesanalmente e em fita cassete, com encarte feito à mão, e em breve estarão nas plataformas digitais

Rainer Miranda de Brito, violeiro e antropólogo radicado em São Raimundo Nonato (PI)

Compositor do Interior paulista, nascido em Votorantim, cidade da região de Sorocaba situada a cerca de 110 quilômetros da capital São Paulo, Rainer Miranda de Brito, atualmente residente em São Raimundo Nonato (PI) é violeiro autodidata e antropólogo. Conforme declarou recentemente em entrevista ao jornalista Antonio Carlos da Fonseca Barbosa, da Revista Ritmo Melodia, Rainer desenvolve no estado nordestino como docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), situado no campus Serra da Capivara, um projeto de extensão para ensino e fomento da viola de dez cordas no semiárido piauiense, o VÁRIA Artes e violas na Caatinga. Em um perfeito casamento entre os ofícios de professor universitário e de músico, como um dos métodos e estratégias para resgate e afirmação de uma das possíveis afinações para a viola de dez cordas, a realejo, há sete anos ele vem lançando álbuns da série batizada Áspero, que define como “melodias estranhas para estórias de povos de lugar algum” ou “uma empreitada de narrativas instrumentais de uma viola de dez cordas”.

A série começou em fevereiro de 2014, com Queda & Regresso, prosseguiu com Duas Derradeiras, de maio de 2017, e a Casa de Héstia, de março do ano passado. Neste mês, a obra que Rainer espera completar com seis volumes ganhou o quarto: A comitiva de notícias e outras estórias, cujo repertório narra “estórias sobre a chegada de notícias em um pequeno povoado, uma carta de lembranças entre irmãos e boatos sobre a menina que seguindo um assovio na caatinga deixou de ser gente para ser um pé de espinheira”. Todas as músicas dos quatro títulos já disponíveis de Áspero podem ser ouvidas e baixadas a partir do portal que o autor desenvolveu para dar suporte ao projeto — gratuitamente, inclusive –, mas para o álbum mais recente a novidade é que A comitiva… também foi gravado e produzido em fita cassete!

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1076 – Xaxado Novo (SP) lança segundo álbum com registros de show promovido no Auditório Ibirapuera

O Xaxado Novo, formado em 2013 e, atualmente, integrado por cinco músicos paulistas, está lançando o segundo álbum, Xaxado Novo ao Vivo, registro sonoro com 13 faixas da apresentação promovida em 10 de dezembro de 2016, no Auditório Oscar Niemeyer do Ibirapuera, em São Paulo, experiência que o grupo relata como “noite mágica e encantada, que marcou nossas vidas e apresentou um espetáculo único e inédito, que sempre sonhávamos fazer”. Para ser gravado, o disco finalizado em maio de 2017 utilizou recursos dos próprios músicos somados à vaquinha virtual (crowdfunding) pela plataforma Catarse e conta com as participações de Gabriel Levy (sanfona), Ricardo Herz (violino popular) e Orkestra Bandida (coletivo dedicado à difusão de música oriental) que dividiram o palco do Ibirapuera com o Xaxado Novo.

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983 – Prestigie Rodrigo Caçapa (PE), convidado de nova rodada do projeto Violada, na casa Mora Mundo

A casa Mora Mundo, de São Paulo, receberá na noite de sábado, 29 de julho, o violeiro pernambucano Rodrigo Caçapa, convidado de mais uma rodada do projeto Violada – circuito autoral das violas brasileiras. Caçapa será chamado ao palco pelo anfitrião Fábio Miranda (violeiro de Brasília radicado em São Paulo e autor dos álbuns Caravana Solidão e Chamamento) para o show que promoverá a partir das 21 horas, com contribuição solidária partindo de R$ 10,00, além da consumação. Ao final da apresentação, o microfone estará à disposição e os músicos e demais presentes que levarem os próprios instrumentos poderão também tocar e cantar.

Os concertos do projeto Violada promovem a circulação de violeiros de várias regiões do Brasil, favorecem o intercâmbio entre os participantes e estimulam a formação de admiradores para a nova produção musical de viola. Quem já conta com reconhecido trabalho ou aqueles que ainda estão começando a se projetar no cenário musical podem, assim, alcançar admiradores e simpatizantes, divulgando ao vivo suas respectivas obras, por enquanto movimentando nas cidades paulistas de São Paulo, São José dos Campos e Monteiro Lobato.

Vale a pena destacar, ainda, que o instrumento carrega vários elementos da identidade cultural do país. Ponteado em diversas afinações, pode ser denominado como viola caipira, viola nordestina, viola de cocho, viola de fandango, viola de machete, viola de buriti e viola de cabaça, mas independentemente de como é chamado é portador de forte expressão regional e de valiosa história, encantando sucessivas gerações desde o período colonial brasileiro. E esta trajetória, associada à preservação e à divulgação de memórias e de afetos, também enriquece movimentos de inovação, renovação e de resistência artísticos — sem contar que a viola simboliza, entre outras tradições, a lida rural e do homem do campo.

Para além da forte representação do universo caipira, onde se encaixou como instrumento solista por excelência, a viola, ao longo dos tempos, também vem sendo alçada à condição de protagonista de estilos e sonoridades que bebem em fontes da MPB e das canções nordestina, caiçara, fronteiriça, nativista e latina americana, chegando com personalidade, inclusive, ao território do rock e do blues, às rodas de choro, de rap e de samba e às sessões de jazz. Esta pluralidade e versatilidade dos vários tipos de viola só reforçam a importância do circuito Violada, iniciativa que tem curadoria de Fábio Miranda e Beto Sanches ampliadora dos espaços de atuação dos violeiros, notadamente os independentes, posto que esta parcela do segmento segue carente de locais para execução de sua obra.

As atrações convidadas por Miranda e Sanches conseguem encontrar a oportunidade de dialogar com estabelecimentos comerciais, parceiros, patrocinadores, apoiadores e o público, valorizando o artista visitante e o próprio circuito. Cada apresentação conta sempre com um anfitrião, o artista encarregado de receber o visitante da vez e abrir os concertos de, aproximadamente, 1h30. Ao final deste tempo a cantoria poderá ser sucedida por um bate-papo entre os músicos e as plateias. É possível ainda, pensar em outras atividades relacionadas ao espetáculo, tais quais oficinas, aulas, rodas de violas, palestras etc.

O circuito Violada não visa ao lucro de pequenos grupos: é um esforço coletivo que pretende facilitar a divulgação dos trabalhos autorais, custeando as despesas básicas. O mutirão cultural, entretanto, só pode ser mantido com a parceria de colaboradores, além da compreensão, apoio e benção dos violeiros.

A casa Mora Mundo fica na rua Barra Funda, 391, a uma caminhada leve da estação Marechal Deodoro da linha 3 Vermelha do Metrô. Em dias de espetáculos abre as portas às 19 horas.

 

Cordas eletrificadas*

Rodrigo Caçapa é compositor, arranjador e produtor musical, nascido na cidade do Recife (PE). Ao longo de 15 anos de atividade profissional, já colaborou com Alessandra Leão, Siba e a Fuloresta, Nação Zumbi, Biu Roque, Tiné, SaGrama, Renata Rosa, Iara Rennó, Kiko Dinucci, Florencia Bernales (Argentina), Maciel Salu, Chão e Chinelo, Mio Matsuda (Japão) e Orquestra à Base de Cordas de Curitiba. Em 2011 lançou Elefantes na Rua Nova, primeiro álbum autoral, composto de temas instrumentais para viola dinâmica, instrumento que ajudou a projetar Helena Meirelles, a Dama da Viola, e também é utilizado pelo conterrâneo de Caçapa, o violeiro Adelmo Arcoverde. Elefantes na Rua Nova tem participação de Alessandra Leão (percussões) e Hugo Linns (linhas de baixo). Por meio da eletrificação e afinações de violas de 12 e de 10 cordas criadas especialmente para as gravações, Caçapa produziu uma obra enxuta, acompanhada, ainda, por violões-baixo, pandeiro e ganzá, além de utilizar pedais de efeito como tremolo, reverb e delay.

* Com o blogue Eu Ovo

913 – Tonino Arcoverde (PE) assina discos de puro regionalismo e poesia que os aproximam de obras literárias

O Barulho d’água Música mais uma vez buscou nas páginas do blogue Terra Brasilis, mantido pelo mineiro Daniel Lamounier Paim, uma excelente dica para amigos e seguidores que apreciam música de qualidade produzida por artistas independentes que sobrevivem Brasil à dentro sem cachês de cervejarias, pagarem jabás para que tenham obras minimamente reconhecidas, nem são atrações em programas de Variedades, revistas e cadernos cults badalados. Entre tanta gente boa que Lamounier acolhe em sua tarefa de garimpagem (o blogueiro de Pará de Minas mantém, ainda, o Em Canto Sagrado da Terra, dedicado somente a trabalhos de conterrâneos, e o Nômade, de música étnica) destacamos o compartilhamento de um dos álbuns do pernambucano Tonino Arcoverde, intitulado Cidade das Abelhas (2005), o segundo da bela discografia que registra quatro títulos, ao todo, em mais de 20 anos de estrada.

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800 – Barulho d’água Musica completa discografia do violeiro, compositor e professor Ivan Vilela (MG)

ivan arte sesc instrumental

O compositor, arranjador, pesquisador e professor universitário Ivan Vilela (Itajubá/MG) forneceu ao Barulho d’água Música arquivos de sua obra fonográfica que incluem álbuns hoje raros como Hortelã e Vereda Luminosa, Teatro do Descobrimento e Espiral do Tempo. Ivan Vilela é considerado um dos mais talentosos violeiros de todos os tempos no Brasil e não apenas em seu meio já que é muito respeitado entre os colegas músicos de todos os segmentos e ainda na Academia, ambiente no qual ajudou a despertar o interesse pelas pesquisas e produções cujo tema é a viola caipira e o universo rural a ela associado, incluindo costumes e o linguajar em variados períodos desde a colonização por Portugal. É autor de Cantando a própria história – Música caipira e enraizamento, livro da Editora da USP (Edusp). 

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